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PF investiga soldado israelense em férias no Brasil; Israel condena ação: ‘Antissemitismo’

Yuval Vagdani, de 21 anos, estava na Bahia, e saiu às pressas do país após ser alertado sobre a investigação.

Fonte: Guiame, com informações de O Globo, Metrópoles e CNN BrasilAtualizado: segunda-feira, 6 de janeiro de 2025 às 13:58
Imagem ilustrativa. (Foto: Facebook/Israel Defense Forces).
Imagem ilustrativa. (Foto: Facebook/Israel Defense Forces).

Um soldado reservista israelense, de férias no Brasil, se tornou alvo de investigação da Polícia Federal, após ser acusado de cometer supostos crimes de guerra na Faixa de Gaza. Identificado como Yuval Vagdani, de 21 anos, o militar havia viajado para a Bahia.

A investigação foi determinada pela juíza federal Raquel Soares Charelli, em 30 de dezembro, após um pedido da organização internacional pró-palestina Fundação Hind Rajab, que vem rastreando as atividades de centenas de soldados israelenses.

A organização acusou Yuval de cometer crimes de guerra por supostamente ter participado de demolições em massa de residências civis em Gaza.

No domingo (5), o militar, que estava na Bahia, deixou o Brasil às pressas, acompanhado pela Embaixada de Israel em Brasília.

“Acompanhamos à distância o processo de saída dele, para sabermos qual a sua situação. Nós acompanhamos a saída. A decisão e a ação foram dele”, contou o embaixador Daniel Zonshine, em entrevista ao O Globo.

Ele acrescentou que conversou com o soldado por telefone para garantir uma saída rápida e segura do país.

Ao jornal israelense Haaretz, o pai do militar afirmou que o filho foi alertado após um amigo ter recebido uma mensagem sobre a investigação no Brasil.

“Eu disse a eles para escaparem imediatamente e não ficarem lá nem por mais um minuto. Eles rapidamente fizeram as malas e cruzaram a fronteira em poucas horas. Num piscar de olhos, eles passaram de turistas a fugitivos”, relatou.

Reação de políticos de Israel

Políticos de Israel criticaram a investigação da PF contra o reservista, segundo a CNN Brasil. 

“Não pode ser que os soldados das FDI – regulares e de reserva – tenham medo de viajar para o exterior por medo de serem presos”, declarou o líder da oposição israelense, Yair Lapid.

O chanceler do governo israelense, Gideon Saar, também se manifestou: “O que estamos testemunhando é uma campanha sistemática e antissemita que visa negar o direito de Israel à autodefesa. Inúmeros atores internacionais e muitos países são cúmplices disso”.

Saar ainda chamou o presidente Lula da Silva de Antissemita. Na rede social X, o ex-presidente Jair Bolsonaro também condenou a investigação do governo brasileiro.

“Caso fosse Presidente da República esse soldado do Povo de Deus, ora perseguido, teria sido recebido por mim no Planalto com as devidas honras. Esse ataque a Israel, país irmão, bem demonstra que Lula da Silva, que nada fez para sanar essa injustiça, sempre esteve  ao lado de ditadores e terroristas do mundo todo”, escreveu.

Campanha antissemita

No domingo (5), a Embaixada de Israel em Brasília afirmou que o soldado em férias no Brasil foi mais uma vítima da narrativa antissemitista e de processos legais de uma organização pró-Palestina.

“Por mais de duas décadas, uma campanha global tem como alvo Israel e os soldados das Forças de Defesa de Israel (IDF), usando denúncias legais para avançar objetivos políticos. Em março de 2023, antes do conflito atual, autoridades do Hamas reconheceram abertamente em uma conferência em Gaza o uso estratégico de artifícios legais para promover os objetivos da organização”, afirmou em nota.

Sobre a Fundação Hind Rajab, que pediu a investigação contra o militar israelense, a Embaixada comentou: “A organização estrangeira está explorando de forma cínica os sistemas legais para fomentar narrativa anti-Israel tanto globalmente quanto no Brasil, apesar de saber plenamente que as alegações carecem de qualquer fundamento legal”.

A Embaixada Israelense ainda declarou que Israel está exercendo seu direito à autodefesa após o ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro de 2023 e que todas as operações militares em Gaza são realizadas de acordo com o direito internacional”.

“Os verdadeiros perpetradores de crimes de guerra são as organizações terroristas, que exploram populações civis como escudos humanos e utilizam hospitais e instalações internacionais como infraestrutura para atos de terrorismo direcionados a cidadãos israelenses”, enfatizou.

Após o caso, o Ministério das Relações Exteriores de Israel alertou os cidadãos israelenses de que “postagens feitas por eles nas redes sociais sobre seu serviço militar e para o fato de que elementos anti-israelenses podem explorar essas postagens para iniciar processos legais infundados contra eles”.

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