MENU

Israel

Purim: Rabino diz que ameaça aos judeus persiste desde a época da Rainha Ester

Avi Shafran cita os inimigos contemporâneos dos judeus, como o Irã, que declara “aniquilação” ao povo e “morte a Israel”.

Fonte: Guiame, com informações da Religion NewsAtualizado: quinta-feira, 13 de março de 2025 às 12:26
Fateh-110, míssil balístico de curto alcance fabricado pelo Irã. (Foto: IRNA)
Fateh-110, míssil balístico de curto alcance fabricado pelo Irã. (Foto: IRNA)

No artigo “Para os judeus, a antiga ameaça de Purim nem sequer é passado”, o rabino Avi Shafran discute a celebração judaica de Purim, que comemora a salvação dos judeus de um plano de extermínio na antiga Pérsia.

A história vitoriosa dos judeus, narrada no Livro de Ester, se transformou em uma festividade é marcada por leituras do texto sagrado, troca de presentes e celebrações festivas. Este ano, a celebração de Purim acontece nos dias 13 e 14 de março.

Além de seu significado religioso, Purim se destaca como um dos feriados judaicos mais animados e descontraídos. A festividade é marcada por um espírito de alegria e celebração pelo seu significado de preservação do povo judeu o escapar de um grande massacre.

Durante o dia, a folia toma conta. Crianças – e até muitos adultos – vestem máscaras e fantasias engraçadas. As famílias se reúnem para refeições festivas, repletas de canto e acompanhadas por uma quantidade maior do que o habitual de vinho.

O fim dos judeus

Segundo o relato do Livro de Ester, na Bíblia, Hamã, um alto funcionário da corte do rei persa, tramou o extermínio dos judeus do reino.

No entanto, de acordo com a tradição judaica, as fervorosas orações da comunidade alcançaram a intercessão divina, resultando na revelação e no fracasso dos planos de Hamã.

O evento ocorreu na antiga Pérsia – território que hoje corresponde ao Irã, um país que se orgulha de sua herança persa. Ironicamente, no presente, o Irã, assim como seu predecessor de tempos remotos, representa uma ameaça a outra grande comunidade judaica: os habitantes do Estado de Israel.

Paralelo com dias atuais

O autor traça um paralelo entre a ameaça enfrentada pelos judeus na história de Purim e as atuais tensões com o Irã, sucessor da antiga Pérsia. Clérigos iranianos têm manifestado hostilidade em relação a Israel, com declarações sobre sua "aniquilação" e exibições de mísseis com inscrições como "Morte a Israel".

Essas ações evocam preocupações semelhantes às enfrentadas pelos judeus na narrativa de Purim.

Embora os aliados do Irã – incluindo o Hamas, o Hezbollah e os Houthis – tenham perdido força nos últimos meses, o sucessor da antiga Pérsia permanece focado nos judeus e continua sendo uma potência formidável.

No ano passado, o então Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, estimou que o "tempo de fuga" – o período necessário para que o Irã enriquecesse urânio até o nível de pureza adequado para armamento nuclear – seria de aproximadamente uma ou duas semanas.

“E assim, Purim hoje em dia desperta a esperança nos corações judeus de que o Irã será impedido de realizar seu sonho de destruir o que ele chama de ‘Pequeno Satã’”, diz o rabino, explicando que os americanos são considerados o “Grande Satã”.

Ele lembra que Hamã, o conspirador maligno do Livro de Ester, de acordo com o Talmude, ridicularizou os judeus perante o rei como “um certo povo, espalhado e disperso entre os outros povos em todas as províncias do seu reino, cujas leis são diferentes das dos outros…” e recomendou seu extermínio.

“Felizmente, seu plano foi frustrado – assim como um odiador de judeus mais recente, 72 anos atrás”, declarou.

O rabino lembra uma das falas do líder soviético Iosef Vissarionovich Dzugashvili, mais conhecido como Josef Stalin, que disse: “Os judeus não são uma nação”. A citação é atribuída ao ditador pelo falecido jornalista investigativo Arkadi Vaksberg em seu livro “Stalin Contra os Judeus”, de 1995.

Segunda Guerra

Stalin teria desenvolvido uma profunda antipatia pelos judeus, especialmente após a Segunda Guerra Mundial. Em novembro de 1948, iniciou uma campanha para erradicar os resquícios da cultura judaica na antiga União Soviética, resultando no fechamento de museus e instituições culturais judaicas.

Na noite de 12 de agosto de 1952, conhecida como a “Noite dos Poetas Assassinados”, 13 renomados escritores iídiches foram executados por ordem de Stalin.

Entre suas outras ações repressivas, destacou-se a infame “Conspiração dos Médicos”, uma acusação forjada de que um grupo de médicos estaria planejando assassinar altos líderes do Partido Comunista.

Em janeiro de 1953, Stalin declarou que o suposto complô fazia parte de uma conspiração mundial, supostamente liderada pelos judeus – um inimigo conveniente – sob a direção dos EUA.

Como resultado, centenas de judeus foram presos, muitos perderam seus empregos e outros foram sumariamente executados.

União Soviética

No mês seguinte, o Kremlin determinou a construção de quatro enormes campos de prisioneiros no extremo leste da União Soviética, onde os judeus temiam ser deportados como inimigos do Estado.

Duas semanas após a ordem para a construção dos campos, Stalin faleceu aos 73 anos. Ele desmaiou após um longo jantar com quatro membros do Politburo em Blizhnaya, uma dacha no norte de Moscou, e passou vários dias agonizando antes de morrer.

Segundo Nikita Khrushchev, sucessor de Stalin e presente na reunião em Blizhnaya, Stalin ficou completamente embriagado durante a festa, que, conforme o relato de Khrushchev, se estendeu até as primeiras horas de 1º de março.

Em 1953, a data correspondia ao 14º dia do mês judaico de Adar – Purim.

Neste mês de Adar, enquanto os celebrantes de Purim se preparam para recordar a queda de um antigo perseguidor persa e a morte de um ditador marcada pela embriaguez, muitos de nós oramos para que os planos de alguns inimigos dos judeus nos dias de hoje sejam igualmente frustrados.

Este conteúdo foi útil para você?

Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia

Siga-nos

Mais do Guiame

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições