Considerada capital brasileira de Israel, Raanana se torna cidade-irmã do Rio de Janeiro cumprindo uma aspiração de longa data dos imigrantes brasileiros que transformaram o subúrbio de luxo de Tel Aviv em seu novo lar.
“É o resultado da ótima relação entre Israel e o Brasil e o fato de Raanana abrigar a maior população de imigrantes brasileiros em nosso país”, escreveu o prefeito de Raanana, Chaim Broyde, às redes sociais nesta segunda-feira. “Pretendo explorar as conexões, promover questões econômicas, comerciais e culturais entre nossas cidades.”
A designação de cidades-irmãs implica uma forma de acordo jurídico ou social entre duas localidades geográfica e politicamente distintas com o objetivo de promover laços culturais e comerciais.
O Rio não é o primeiro local a se tornar cidade-irmã de Raanana. Ele se junta a Atlanta e outras sete cidades que têm a designação.
“Raanana é conhecida por receber carinhosamente os imigrantes cariocas que optam por começar uma nova vida em Israel”, disse Teresa Bergher, vereadora do Rio que propôs a parceria em 2015, à Agência Telegráfica Judaica.
“Estamos realmente entusiasmados em fortalecer nossos laços de amizade e fraternidade”, acrescentou Bergher, cuja família foi coanfitriã da inauguração do memorial do Holocausto no Rio em dezembro.
Principal destino de brasileiros
Desde 2015, Raanana se tornou rapidamente o principal destino dos brasileiros que se mudam para Israel, uma média de cerca de 650 pessoas a cada ano, de acordo com a Agência Judaica para Israel. De praças a pátios de escolas, o influxo de brasileiros é palpável em Raanana.
Comunidade brasileira em Raanana, Israel. (Foto: Reprodução / Afef)
A cidade foi fundada na década de 1920 por um grupo de nova-iorquinos e cerca de 20% de seus residentes falam inglês como primeira língua. Para os judeus brasileiros que já sonharam em imigrar para os EUA, mas acharam difícil fazê-lo legalmente, morar em Raanana - com seu estilo de vida sofisticado e preponderância de falantes de inglês - é a segunda melhor opção.
“Tanto o Rio quanto o Raanana são ímãs de quem chega, onde todos se sentem em casa. Os imigrantes do Rio podem sentir a mesma informalidade neste lugar acolhedor”, disse Alberto Klein, presidente da Federação Judaica do Rio, à JTA.
A notícia se espalhou rapidamente entre as 300 famílias brasileiras da cidade e ganhou as manchetes na comunidade judaica brasileira de 120.000 pessoas. Uma única postagem no Viva Israel, um portal de notícias judaico popular em português, obteve mais de 1.500 curtidas e centenas de compartilhamentos em questão de horas.
“Vejo o anúncio como uma conquista compartilhada por todos nós brasileiros que moramos aqui. Nosso objetivo sempre foi ajudar a impulsionar a socialização de novos imigrantes”, disse ao JTA Alexandre Gomberg, carioca e um dos fundadores da comunidade brasileira em Raanana.
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