Banqueiro coreano vira pastor e planta 70 igrejas no Nepal: “Eles precisam do Evangelho”

Pang Chang-in e a esposa Lee Jeong-hee deixaram uma vida luxuosa para pregar no país hindu.

Fonte: Guiame, com informações de BBC NewsAtualizado: quinta-feira, 19 de janeiro de 2023 às 12:43
Pang Chang-in e a esposa Lee Jeong-hee deixaram uma vida luxuosa para levar o Evangelho ao Nepal. (Foto: Facebook/Pang Chang-in).
Pang Chang-in e a esposa Lee Jeong-hee deixaram uma vida luxuosa para levar o Evangelho ao Nepal. (Foto: Facebook/Pang Chang-in).

Há mais de 20 anos, o casal Pang Chang-in e Lee Jeong-hee deixou uma vida luxuosa na Coreia do Sul para levar o Evangelho ao Nepal.

Os missionários sul-coreanos ajudaram a construir umas das comunidades cristãs que mais cresce no mundo. Pang e Lee trabalhavam como banqueiros até Deus chamá-los para pregar aos nepaleses.

Segundo Lee, seu esposo recebeu o chamado para a missão primeiro. “Logo depois, Deus nos chamou para nos mudarmos para o Nepal", contou ela, em entrevista à BBC News.

Quando a família chegou ao país do Sudeste Asiático em 2003, a família real ainda estava no trono, em uma monarquia hindu.

"Fiquei chocado ao ver tantos ídolos sendo adorados. Senti que o Nepal precisava desesperadamente do Evangelho”, lembrou Pang.

Cinco anos depois, a monarquia foi abolida e o Nepal foi declarado uma república secular após uma guerra civil. “Isto deu início à idade de ouro do trabalho missionário", comentou Pang Chang-in.

Crescimento do Evangelho no país hindu


O número de cristãos no Nepal cresceu nos últimos anos. (Foto: Imagem ilustrativa/Wikimedia Commons/Kbrai7).

Durante os mais de 20 anos evangelizando, o casal missionário plantou cerca de 70 igrejas, a maioria no distrito de Dhading, próximo à capital Kathmandu.

"Em quase todos os vales das montanhas, igrejas estão sendo construídas", testemunhou Pang.

Recentemente, o pastor inaugurou mais uma igreja na vila de Jharlang, ao pé do Himalaia. "Vitória para Jesus", disse ele em lágrimas, durante a cerimônia de consagração do templo.

Grande parte da congregação é da comunidade indígena Tamang, que deixou a fé Lama, uma antiga prática espiritual, para seguir a Jesus. “Um milagre acontece e toda a aldeia se converte", explicou o missionário coreano.

O casal também ajuda a administrar um seminário em Katmandu. Hoje, há cerca de 50 alunos nepaleses estudando para se tornarem líderes cristãos. A igreja coreana ajuda a pagar os estudos e os custos de alimentação dos seminaristas.

Discípulos que fazem discípulos

Sapana, de 22 anos, foi uma das alunas que se formou no seminário. Vinda da aldeia remota Tamang de Singang, ela se rendeu a Jesus depois de ser curada de uma doença grave.

"Meu pai detestava os frequentadores da igreja, pois acreditava que não deveríamos esquecer nossas tradições", contou Sapana. E testemunhou: "Eu queria viver para Jesus. Alguém finalmente me amou".

Agora, ela pretende retornar a sua aldeia nas montanhas para pregar as Boas Novas aos jovens.

"Irei a novos lugares e espalharei a mensagem de Jesus para aqueles que nunca a ouviram antes”, declarou.


Uma igreja em Bhaktapur, no Nepal. (Foto: Imagem ilustrativa/Wikimedia Commons/Iankgibson). 

Segundo o último censo no Nepal, até 1951 não havia cristãos no país. Em 2011, eles eram quase 376 mil e hoje os seguidores de Cristo já são cerca de 545 mil.

O número de cristãos representa 2% da população. Cerca de 80% são hindus e 9% seguem o budismo. Hoje, já existem 7.758 igrejas na nação.

Enfrentando risco de prisão

Pang e Lee enfrentam risco de prisão e processo judicial por pregarem a Palavra de Deus aos nepaleses.

Apesar da nova constituição de 2015 declarar o país como secular e garantir a liberdade religiosa, é ilegal encorajar conversões religiosas desde 2018, quando uma lei anti-conversão foi promulgada.

"Estamos sempre trabalhando com a ansiedade e o nervosismo que sentimos com a lei anticonversão", confessou Jeong-hee.

"Mas não podemos parar a propagação do Evangelho por causa desse medo. Não vamos parar de salvar almas”.

Os missionários coreanos também estão alcançando aldeias remotas, onde correm menos risco de serem descobertos.

"Nas cidades, a lei anticonversão parece muito mais real. Mas no campo, há menos olhos observando", comentou Pang.

Apesar dos riscos de perseguição, os missionários sul-coreanos creem no propósito do Senhor para o Nepal.

"Nosso trabalho missionário não é apenas sobre nós. Deus está fazendo o trabalho. Gostaríamos de mostrar como Deus trabalha através de nós para criar milagres no Nepal", concluiu Pang.

O Nepal ocupa a 55° posição na Lista da Perseguição 2022 da Missão Portas Abertas.

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