Cristão é condenado à prisão perpétua por falsa acusação de “blasfêmia” no Paquistão

Fanson Shahid, de 56 anos, foi acusado de postar comentário contra Maomé em celular, que havia sido roubado dois anos antes.

Fonte: Guiame, com informações de Morning Star NewsAtualizado: sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024 às 15:12
Fanson Shahid. (Foto: Morning Star News).
Fanson Shahid. (Foto: Morning Star News).

Um cristão de 56 anos foi condenado à prisão perpétua no Paquistão, após uma longa batalha judicial para inocentá-lo de uma falsa acusação de blasfêmia. 

De acordo com a Morning Star News, Fanson Shahid recebeu a sentença do Tribunal de Sessões Adicionais do distrito de Gujranwala no dia 24 de janeiro. Mas a família do cristão só divulgou o resultado agora.

“Estávamos orando pela absolvição de Shahid porque ele é inocente, mas o veredito destruiu nossas esperanças de justiça”, lamentou sua irmã, Sonia Shahid, ao Morning Star News.

Além da família, membros da igreja de Fanson, a Full Gospel Assemblies, ficaram chocados com a sentença.

Telefone roubado

Em 2022, Shahid foi acusado de postar um comentário depreciativo sobre o profeta do Islã, Maomé, em uma postagem compartilhada por outro cristão no Facebook.

Entretanto, o comentário foi feito através do telefone de Fanson, que havia sido roubado dois anos antes. 

“Acreditamos que o telefone perdido foi usado indevidamente por alguém para postar o comentário blasfemo, porque meu marido não tinha senha e sua conta do Facebook estava conectada”, afirmou sua esposa Safia Shahid.

Na época, o cristão foi espancado em sua casa em Lahore e levado preso. Na prisão, ele foi torturado para confessar o falso crime. Shahid trabalhava como oficial de compras na Pakistan Railways e deveria se aposentar em oito anos.

Em janeiro, o juiz Zafar Yab Chadhar, do Tribunal de Sessões Adicionais, condenou Shahid por diversos crimes contra o islã, incluindo blasfêmia e promoção do ódio religioso nas redes sociais. O cristão ainda recebeu uma multa de 50 mil rúpias (179 dólares).

Segundo o advogado cristão Lazar Allah Rakha, o resultado da batalha judicial mostrou que o tribunal desconsiderou os argumentos da defesa.

“Existem contradições flagrantes nas declarações das testemunhas de acusação que desacreditam todas as provas da acusação. O tribunal confiou cegamente nas provas da acusação em vez de ver as versões da acusação e da defesa”, afirmou Lazar.

A família do cristão perseguido estava lutando para entrar com recurso no Tribunal Superior de Lahore, mas ainda não havia encontrado um representação legal capaz.

O Paquistão ficou em sétimo lugar na lista mundial de observação da missão Portas Abertas de 2024 dos lugares mais difíceis para ser cristão.

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