As paredes da Igreja do Exército de Salvação em Jaranwala, no Paquistão, cobertas de cinzas pelo incêndio criminoso causado por muçulmanos em agosto, estão marcadas com mensagens do amor dos cristãos a Jesus.
Frases curtas como “Jesus está vivo”, Jesus é o Senhor”, “Amamos Jesus” estão nítidas, apesar dos danos que a parede sofreu pelas chamas. Paráfrases de versículos como “Não andamos pelo que vemos, mas pelo que cremos” e “O Senhor é nosso Pastor” também foram inscritas, além de "Vocês podem queimar o prédio, mas não podem destruir a igreja".
A igreja fica num assentamento cristão na província paquistanesa de Punjab, onde pelo menos 19 igrejas foram destruídas em 16 de agosto durante uma violência anticristã.
Respostas estão sendo cobradas das autoridades paquistanesas sobre os ataques às igrejas cristãs em de Jaranwala.
Em 30 de outubro, o primeiro-ministro interino do Paquistão, Anwaarul Haq Kakar, mostrou-se envergonhado após de ter evitado uma pergunta sobre ataques de multidões contra cristãos e igrejas na cidade.
Segundo o site Eurasia Review, isso mostra o padrão de tratamento político aos cristãos neste estado islâmico.
Perguntas amargas
Kakar estava a ter uma sessão interativa com estudantes da Universidade de Ciências de Gestão de Lahore, quando um estudante questionou sobre a apatia do seu governo em tomar medidas para controlar a violência repetida contra as minorias religiosas no país.
“Você estava lá no escritório, os visitou e deve ter dado dinheiro a eles, mas será esta uma solução a longo prazo? Quantos templos mais serão queimados no Paquistão? Quantas igrejas cristãs vocês vão [esperar] queimar para que o governo tome medidas”, questionou o estudante.
A resposta do primeiro-ministro foi a pior possível: “Estou feliz que você tenha sentimentos tão fortes por suas minorias. Isto é uma coisa boa. Você parece muito desesperado em relação ao governo, mas nós não estamos desesperados em relação a você”.
Os cristãos paquistaneses foram às redes sociais para apoiar o estudante, que falava em nome das minorias religiosas – hindus e cristãos que, juntos, representam cerca de cinco por cento dos cerca de 230 milhões de habitantes no Paquistão.
Segundo a Eurasia Review, os 2,6 milhões de cristãos do Paquistão também estão cheios de questões semelhantes, uma vez que têm enfrentado discriminação e violência desde que a nação foi formada em 1947, dividindo áreas dominadas por muçulmanos na Índia britânica.
Violência contra os cristãos
Apesar das promessas dos fundadores do país de igualdade e liberdade religiosa, as leis islâmicas moldaram o Paquistão.
Em 1971, o país foi oficialmente declarado uma nação islâmica, priorizando apaziguar os grupos muçulmanos em vez de proteger dos direitos das minorias religiosas.
A violência tem sido observada em vários incidentes, que vão desde o sequestro e estupro de mulheres cristãs até ataques suicidas direcionados a igrejas cristãs.
Além disso, os cristãos são frequentemente alvo de falsas acusações de blasfêmia, levando a prisões injustas. Essa situação tem levado a casos de linchamento de pessoas acusadas de blasfêmia e ataques a comunidades cristãs baseados em alegações similares.
Dias depois do incidente em Jaranwala, a polícia prendeu cerca de 140 pessoas, algumas delas membros do grupo político extremista islâmico Tehreek-i-Labbaik Paquistão (TLP), segundo relatórios locais.
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