O Estado Islâmico está assumindo a autoria de dois ataques a cristãos no nordeste da Síria, que deixou nove mortos e 71 feridos.
Os ataques acontecem um mês depois que as forças turcas lançaram uma campanha de bombardeio na Síria, após a retirada das tropas americanas da região.
Na segunda-feira (11), um padre armênio, Hovsep Petoyan, e seu pai, Abraham Petoyan, foram mortos em um carro-bomba enquanto dirigiam de Qamishli para Deir ez-Zor, no nordeste da Síria. Um diácono foi ferido no ataque, segundo a International Christian Concern (ICC).
O Observatório Sírio de Direitos Humanos confirmou o ataque e obteve imagens de vídeo, disse a ICC.
Em um segundo ataque na segunda-feira, sete pessoas morreram e 70 ficaram feridas em três explosões de carros-bomba perto da igreja caldeia em Qamishli. O Estado Islâmico também reivindicou autoria, segundo o ICC.
“Os cristãos há muito tempo têm alertado que o Estado Islâmico buscará todas as oportunidades para continuar seu genocídio contra minorias religiosas”, disse Claire Evans, gerente regional da ICC para o Oriente Médio.
“Enquanto isso, as ações da Turquia na região geraram um ambiente de instabilidade. Os cristãos armênios, cujos ancestrais foram mortos no genocídio da Turquia, se vêem presos entre atores da violência em toda a Síria”.
As recentes explosões são consideradas um claro sinal de que o Estado Islâmico está novamente mirando os cristãos, depois que os EUA declararam que o grupo terrorista foi derrotado na região. Os ataques também são considerados retaliação pelo assassinato do líder do EI, Abu Bakr al-Baghdadi, em outubro.
Enquanto isso, os cristãos sírios continuam fugindo de aldeias nas regiões de Tal Tamir e Khabour, perto da zona de segurança proposta, que a Turquia está usando para justificar sua invasão. Das 33 aldeias cristãs da região, apenas 18 continuam povoadas com poucas famílias, afirmou o ICC.
Somente na vila de Tal Cedaya, por exemplo, 20 famílias cristãs foram evacuadas, restando apenas uma família cristã lá. “Devemos manter a comunidade cristã da Síria em nossas orações e insistir pelo fim desse conflito sem sentido”, disse Evans.
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