Extremistas muçulmanos matam 5 cristãos durante estudo bíblico na Nigéria

O grupo armado identificado como “bandidos fulanis” invadiu uma igreja evangélica, deixando 5 mortos e 2 feridos.

Fonte: Guiame, com informações do Morning Star NewsAtualizado: quinta-feira, 17 de julho de 2025 às 16:11
A Portas Abertas listou a Nigéria como a 7ª colocada em sua Lista Mundial de Observação. (Foto: nigeriachristiansfear)
A Portas Abertas listou a Nigéria como a 7ª colocada em sua Lista Mundial de Observação. (Foto: nigeriachristiansfear)

Embora representem pouco menos da metade da população nigeriana, os cristãos são os principais alvos da perseguição religiosa no país africano.

Na sexta-feira (11), relatos indicam que pastores fulani atacaram um grupo que participava de um estudo bíblico na região centro-norte do país, resultando na morte de cinco cristãos e deixando outros três feridos, de acordo com o Morning Star News.

Por volta das 15h30 da tarde de sexta-feira, um grupo de homens armados identificados como “bandidos fulanis” invadiu uma Igreja Evangélica da África Ocidental (ECWA), no estado nigeriano de Kaduna, durante um estudo bíblico.

Em mensagem de texto enviada ao veículo de notícias, o morador Philip Adams identificou as vítimas fatais do ataque, além de confirmar que os feridos foram Samuel Aliyu, Philip Dominic e Jacob Hussaini.

Happiness Daniel, outro morador do local, disse ao Morning Star News que o medo virou parte da rotina dos habitantes do estado de Kaduna.

Na região de Kajuru, majoritariamente cristã e dedicada à agricultura, a perseguição por pastores fulani tem sido constante. Segundo a comunidade, já foram registrados 110 sequestros apenas nos últimos seis meses.

“Este é o problema atual da maioria das comunidades nas áreas do Conselho Local de Kajuru e Kachia, no sul do estado de Kaduna”, contou o morador.

“Vivemos constantemente com medo, todos os dias. Não podemos dormir em nossas casas e não podemos ir às fazendas.”

Em seu relatório mais recente, publicado em março, a Comissão dos EUA sobre Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF) voltou a recomendar que a Nigéria seja designada como País de Preocupação Particular (CPC) pelo governo norte-americano, devido às graves violações à liberdade religiosa.

País de Preocupação Particular

A sugestão foi direcionada ao presidente Donald Trump ou ao secretário de Estado Marco Rubio, conforme os apelos feitos por membros do Congresso e líderes da comissão

O relatório concluiu que a liberdade religiosa continua “fraca” na Nigéria, observando que, em 2024, “os governos federais e estaduais continuaram a tolerar ataques ou falharam em responder a ações violentas de atores não estatais que justificam a sua violência por motivos religiosos”.

No encerramento de seu primeiro mandato, em dezembro de 2020, o governo Trump classificou a Nigéria como País de Preocupação Particular (CPC, na sigla em inglês), por meio do então secretário de Estado Mike Pompeo.

Menos de um ano depois, em novembro de 2021, o presidente Joe Biden revogou essa designação com o aval do secretário de Estado Antony Blinken – decisão que gerou forte reação entre defensores da liberdade religiosa.

A Comissão de Liberdade Religiosa Internacional dos EUA (USCIRF) chegou a considerar a medida como “terrível”.

Permanece incerto o motivo pelo qual o governo Biden revogou a designação da Nigéria como CPC. A decisão foi tomada pouco depois de uma visita oficial do secretário de Estado Antony Blinken ao país. Vale lembrar que, apesar de seu histórico persistente de perseguição religiosa contra cristãos, a Nigéria jamais havia recebido essa classificação antes do primeiro mandato de Trump.

Graves violações

Em março deste ano, Nina Shea, pesquisadora sênior e diretora do Centro de Liberdade Religiosa do Instituto Hudson, prestou depoimento à Subcomissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados dos EUA sobre a África.

Durante sua fala, ela pediu que o governo norte-americano volte a classificar a Nigéria CPCC, diante das graves violações à liberdade religiosa no país.

“Grupos militantes de pastores muçulmanos nômades Fulani são considerados a maior ameaça aos cristãos da Nigéria, particularmente aqueles em comunidades agrícolas do Cinturão Médio”, disse ela aos legisladores.

 “Essa área central é a intersecção do Norte da Nigéria, predominantemente muçulmana, com o Sul, predominantemente cristão. Em Benue, Plateau, Kaduna e outros estados do Cinturão Médio, milhares de cristãos foram mortos, mutilados e estuprados, e milhões deles foram expulsos de suas terras e agora estão desabrigados, devido aos ataques Fulani”, relatou.

“Este é o coração da agricultura familiar da Nigéria e, à medida que suas famílias agrícolas são massacradas ou forçadas a fugir, o sofrimento da região é agravado pela crescente fome em massa”, explicou.

Centro de perseguição

De acordo com algumas análises de especialistas, a Nigéria é o centro da perseguição aos cristãos.

“Há mais mártires cristãos na Nigéria do que em qualquer outro lugar do planeta. Noventa por cento dos cristãos que foram mortos por sua fé no último ano foram assassinados na Nigéria”, disse Megan Meador, diretora de comunicação da Alliance Defending Freedom International (ADF), ao Crux em 2023.

Dos 5.500 cristãos mortos por sua fé em 2022, 90% eram nigerianos.

A Portas Abertas listou a Nigéria como a 7ª colocada em sua Lista Mundial de Observação.

“Embora os cristãos fossem vulneráveis apenas nos estados do norte, de maioria muçulmana, essa violência continua a se espalhar para o Cinturão Médio e ainda mais ao sul”, relatou a Portas Abertas.

“Os ataques são chocantemente brutais. Muitos fiéis são mortos, principalmente homens, enquanto mulheres são frequentemente sequestradas e vítimas de violência sexual. Mais fiéis são mortos por sua fé na Nigéria do que em qualquer outro lugar do mundo.”

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