Hia é cristão, mora com sua família na Indonésia e tem uma filha de 17 anos em idade escolar. Contrariado com os regulamentos muçulmanos da escola onde ela estuda, ele decidiu protestar contra o uso obrigatório do hijab (véu islâmico).
Decidido a garantir a liberdade da filha, Hia marcou uma reunião com a professora do Colégio Técnico Estadual 2. Na ocasião, a professora o pressionou a obedecer às regras.
“Esse é o regulamento da escola e esta é uma regra obrigatória — o uso do hijab”, disse ao pedir para que Hia assinasse uma carta confirmando a recusa de sua filha em usar o véu islâmico. A professora também alertou sobre a possibilidade da aluna ser expulsa.
Aumenta número de cristãs que não querem usar hijab
Hia decidiu gravar um vídeo falando sobre o ocorrido, mas disse que nunca imaginou que ele viralizasse nas redes sociais. A mídia local e nacional acabou divulgando o caso e muitos outros moradores passaram a protestar contra a escola e o escritório de educação de West Sumatra.
De acordo com o International Christian Concern, o ministro da Educação da Indonésia, Nadiem Makarim, também postou um vídeo condenando a regra obrigatória do hijab e dizendo ao governo local para que a escola mudasse sua política.
A escola obedeceu, criando uma exceção à regra do hijab para estudantes cristãs e, desde então, nos últimos dois anos, cresceu o número de alunas cristãs que ousaram tirar o hijab.
Acusados e ameaçados
Porém, a comunidade muçulmana radical não concordou com a liberdade das cristãs e começaram a enviar mensagens ameaçadoras pelas redes sociais de Hia.
Ele conta que já recebeu centenas de ameaças em seu Facebook e WhatsApp, dizendo que sua família deveria ser expulsa de Sumatra, além das acusações de “desrespeito à fé islâmica”.
Um dos usuários chegou a citar um episódio antigo, quando entre 1816 e 1833, os muçulmanos instituíram a Sharia (conjunto de leis islâmicas) que puniu as minorias com violência.
‘Família perde casa e negócio, mas não perde a fé’
Hia percebeu uma grande queda em seu comércio, que é ligado ao negócio de ar condicionado: “Eu costumava ter cerca de 200 clientes. Alguns começaram a me questionar se era eu quem estava protestando contra a regra obrigatória do hijab”.
Depois disso, o comerciante percebeu que eles pararam de solicitar seus serviços. “Precisei demitir meus cinco funcionários, vendi o caminhão e o micro-ônibus e agora luto para pagar meu empréstimo bancário”, relatou.
Em novembro de 2022, Hia e sua esposa decidiram vender a casa para resolver as questões financeiras. Eles planejam sair de Sumatra assim que a filha completar o Ensino Médio.
“Não consigo mais ganhar dinheiro suficiente aqui. Temos que ir embora”, disse o cristão que perdeu casa e negócio (mas não perdeu a fé) por defender o direito da filha de não usar hijab. A organização pede orações pela família.
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