Fundador da Portas Abertas aponta o islã como o maior desafio para a igreja global

Segundo o Irmão André, os cristãos precisam parar de enxergar os muçulmanos como inimigos. “Deus não pode nos usar assim”, disse.

Fonte: Guiame, com informações de Portas AbertasAtualizado: terça-feira, 11 de maio de 2021 às 14:06
O Irmão André viu com os próprios olhos as consequências das guerras no Oriente Médio e fortaleceu irmãos na região. (Foto: Portas Abertas)
O Irmão André viu com os próprios olhos as consequências das guerras no Oriente Médio e fortaleceu irmãos na região. (Foto: Portas Abertas)

Hoje, dia 11 de maio, o Irmão André, fundador da Portas Abertas, completa 93 anos e tem muitas histórias para contar sobre a Igreja Perseguida. Anne van der Bijl, nome de batismo, nasceu em Witte, na Holanda. 

Ele se tornou um pioneiro na missão de levar Bíblias e esperança aos cristãos que vivem em países fechados para o evangelho. Sua conversão aconteceu em 1950 e, cinco anos depois, passou a rodar pelos países comunistas com um fusca azul abarrotado de Bíblias para entregar aos cristãos locais. 

“Hoje ainda procuro meus irmãos e irmãs do mundo inteiro que sofrem por causa da fé — não só porque eles precisam de mim, mas porque eu preciso deles. Todos fazemos parte da mesma fraternidade de cristãos, que a Bíblia chama de corpo de Cristo. Precisamos uns dos outros. Todos somos chamados a realizar a obra de Deus juntos”, disse.

O Evangelho e o mundo muçulmano

O despertamento do Irmão André para o mundo muçulmano aconteceu quando um pastor do Irã o convidou para visitar o país, após uma conferência, no fim da década de 1970. Hoje, ele acredita que o islã representa o maior desafio para a Igreja atual.

Segundo ele, não por causa de sistemas políticos ou econômicos, mas porque os cristãos não têm a mesma dedicação, determinação e força de muitos grupos muçulmanos. Falta um compromisso radical dos seguidores de Jesus que seja nítido na maneira como vivem.

“Por esse motivo, venho dedicando o resto de minha vida ministerial a estes dois objetivos: ir aos muçulmanos em nome de Jesus, e fazer o que posso para fortalecer a igreja do mundo muçulmano. De fato, é o que sempre fiz, mas como estou agora concentrado em um grupo que parece ser absolutamente fechado aos cristãos, sinto-me como se tivesse começado uma carreira totalmente nova”, compartilhou.

Fortalecimento da Igreja em países muçulmanos

Segundo o Irmão André, o medo e a postura que os cristãos tiveram em relação à União Soviética fizeram com que as pessoas fossem vistas como “terríveis e perversos comunistas”. Para ele, esse sentimento os levou a serem vistos como inimigos e adiou por tanto tempo a queda do sistema. Quando, na verdade, o único inimigo dos cristãos é o diabo.

Hoje, muitos de nós imaginamos os muçulmanos como inimigos. São todos terroristas que sequestram nossos aviões, explodem nossas embaixadas e tomam pessoas inocentes como reféns. Isso não é falso, mas enquanto os enxergarmos dessa forma não será possível levar o evangelho a eles. Deus não pode nos usar assim”, sentenciou.

Atualmente, o irmão André vive na Holanda sob os cuidados dos cinco filhos e 11 netos. A Portas Abertas, que ele fundou, está presente em mais de 60 países fortalecendo a Igreja Perseguida. 

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