Garota que nasceu sem as mãos glorifica a Deus por se tornar escritora: "Ele me ajudou"

Com apenas 11 anos de idade, Cleidy já ganhou prêmios por sua escrita e destaca que Deus a tem ajudado a superar suas limitações físicas.

Fonte: Guiame, com informações do Faith WireAtualizado: terça-feira, 10 de dezembro de 2019 às 11:52
Cleidy é exemplo de superação em sua comunidade, por ser uma jovem escritora premiada, mesmo tendo nascido sem as duas mãos. (Foto: Compassion)
Cleidy é exemplo de superação em sua comunidade, por ser uma jovem escritora premiada, mesmo tendo nascido sem as duas mãos. (Foto: Compassion)

A jovem Cleidy, de 11 anos de idade, da Guatemala, nasceu com malformação congênita, sem as duas mãos. Na maioria das comunidades guatemaltecas pobres, uma criança com essa deficiência seria considerada "inferior", sem uma esperança de futuro. De fato, sua própria mãe a abandonou porque se sentia envergonhada pela criança.

Mas a avó de Cleidy e um tutor da organização cristã 'Compassion International' viram o potencial da garota. A diferença tem sido impressionante. Hoje, Cleidy não só pode escrever, mas também ganha prêmios por sua escrita.

Aqui está um ensaio curto, mas incrivelmente poderoso, que ela escreveu recentemente:

"Eu sou feliz assim.

Nasci muito saudável, às 19h, pesando 3,6 quilos. Nasci sem minhas mãos, mas posso fazer tudo. Eu me sinto ótima porque sou uma pessoa, igual à outras. Deus me fez assim, e eu aprendi a usar meus antebraços em vez de mãos.

Aqui estão quatro coisas que aprendi vivendo sem mãos:

1. Eu sei que Deus é bom para mim porque Ele nos fez todos iguais.

Deus me ajudou a desenvolver minhas habilidades e meus estudos. Sou a aluno número um da minha turma e sempre sou a porta-bandeira. Meus amigos me disseram que gostariam de ter minhas habilidades de aprendizado.

2. Aprendi que não devo prestar atenção se alguém me desrespeitar.

Eu tenho um bom relacionamento com meus amigos. Eles me respeitam e me tratam com amor se alguém me desrespeitar.

3. Durante a minha vida, aprendi que não há limites.

Eu posso fazer o que eu quiser, porque Deus sempre me apoia para seguir em frente.

4. Com minhas habilidades, não devo desistir, mas me esforçar dia após dia.

Quero mostrar ao mundo que, se eu puder, eles também aprenderão a ser felizes para sempre”.

Contexto

Cleidy é uma menina de 11 anos mais traumatizada em sua curta vida do que muitos adultos um dia experimentará em todos os seus dias.

Tragicamente, na maioria das comunidades guatemaltecas pobres, as crianças nascidas com malformações ou outras deficiências são marginalizadas. Acredita-se que não têm futuro, mesmo que tenham inteligência superior.

No país, os recursos para crianças com necessidades especiais nos setores de educação e saúde são inadequados. E muitas crianças, cujas deficiências podem ter sido evitadas com detecção e intervenção precoces, não recebem os cuidados oportunos de que precisam, especialmente nas áreas rurais empobrecidas da Guatemala.

Esse preconceito contra crianças com deficiência afetou Cleidy desde a mais tenra idade. Ela não sabe quem é seu pai e, quando ela tinha 3 anos, sua própria mãe, com vergonha da deficiência da filha, a abandonou. Felizmente, ela tem uma avó bondosa, Victalina, que levou a criança rejeitada para sua própria casa.

"Fiquei triste com o que minha filha pensava de Cleidy e como ela se sentia", diz Victalina. “Eu sabia que, por causa de suas necessidades especiais, seria um desafio cuidar dela. Mas eu confiei em Deus”, explicou Victalina.

Victalina acreditava que Cleidy poderia superar suas limitações e obter os mesmos sucessos que qualquer outra criança da comunidade. Victalina juntou às suas aspirações a boa relação de Cleidy com Jamin, a professora do centro assistido pela Compassion que a garota frequenta. De fato, Jamin ensinou Cleidy a escrever.

"Trato Cleidy como as outras garotas do centro da Compassion", diz Jamin. “Eu acredito que ela tem as mesmas habilidades e possibilidades que eles têm. Por isso eu a ensinei a segurar um lápis com os pulsos para escrever. Ela aprendeu muito rapidamente!”

Cleidy contou com o apoio de sua avó e sua professora para aprender a escrever usando os antebraços. (Foto: Compassion)

Fé e perseverança

Acreditando nas habilidades da neta, Victalina deu um passo ousado, tirando Cleidy da escola de necessidades especiais e matriculando-a na escola pública local.

“Eu sabia que seria um grande desafio para Cleidy, porque não havia recursos para apoiar suas necessidades especiais e ela seria tratada como uma criança sem limitações. Ainda assim, eu acreditava que era uma boa ideia, porque ela é uma garota excepcional”, diz Victalina.

Victalina estava certa. Cleidy diz que mudar de escola foi uma grande melhoria em sua vida. Ela conhecia a maioria de seus colegas de escola e do centro apoiado pela Compassion, e eles a ajudaram de bom grado com todas as dificuldades que surgissem.

"Eu amo meus amigos!", disse Cleidy com olhos brilhantes. “Eles são muito gentis comigo, se eu precisar de alguma coisa. Se eu precisar de um lápis, alguém me empresta. Ou se eu precisar de ajuda extra em casa, alguém me ajuda”.

Victalina está impressionada com a forma como a Compassion apoiou sua neta para se tornar a garota que ela sempre soube que poderia ser - uma garota com sonhos, oportunidades e um futuro brilhante.

Superação

Por causa dos obstáculos que ela superou ao viver com a malformação, Cleidy exala confiança. E por causa dela, muitas pessoas em sua comunidade têm uma nova mentalidade sobre crianças com deficiência. Essas crianças não são mais vistas como vergonha e um peso, como meninos e meninas sem futuro. As pessoas estão aprendendo a valorizar e incentivá-los a alcançar seu potencial.

"Eu amo como o centro e minha tutora, Jamin, acreditam em mim e apoiam meu futuro", diz Cleidy. "Eu costumava ficar triste com o meu passado, mas graças ao amor dos meus amigos do centro, minha avó e Deus, sou feliz".

Cleidy espera que ela possa ser um incentivo para outras crianças com deficiência.

"Quero apoiar crianças com necessidades como as que tenho e incentivá-las a não se sentirem sozinhas", diz Cleidy. "Mesmo que sejam como eu, sem pais, Deus sempre estará lá por eles".

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