Igrejas se unem e resgatam 74 pessoas da Cracolândia em um só dia

Grupos cristãos da Rede Social do Centro se uniram para promover ação social e evangelística na Cracolândia, no centro de São Paulo.

Fonte: Guiame, com informações da Rádio Trans MundialAtualizado: terça-feira, 3 de dezembro de 2019 às 17:40
74 pessoas decidiram deixar a Cracolândia e receber ajuda em comunidades terapêuticas. (Foto: Rádio Trans Mundial)
74 pessoas decidiram deixar a Cracolândia e receber ajuda em comunidades terapêuticas. (Foto: Rádio Trans Mundial)

Uma ação promovida por igrejas no centro de São Paulo mostrou que é possível a saída voluntária das pessoas da Cracolândia. No último sábado (30), 74 pessoas decidiram deixar a região para receber ajuda em comunidades terapêuticas.

Sob o tema “Pescador”, mais de 200 voluntários formaram uma verdadeira rede de pesca no Dia do Bem. A ação foi promovida pela Rede Social do Centro e contou com mais de 20 representações de igrejas e missões cristãs evangélicas.

Em entrevista à Rádio Trans Mundial, o pastor Daniel Yang disse que iniciativas como estas são uma resposta à vontade de Deus. 

“Poder ver os irmãos da igreja, as pessoas da nossa comunidade e de outras estarem participando disso é, na verdade, uma resposta ao que Deus quer; porque isso sempre esteve no coração de Deus. A questão é nós ouvirmos a Deus e estar onde Ele quer que a gente esteja”, disse o pastor.

O pastor Daniel Checchio, articulador da Rede Social do Centro e líder da Comunidade Evangélica do Bixiga, acredita que o trabalho na Cracolândia é um instrumento de resgate da cidadania.

“Onde [essas pessoas] estão vivendo hoje, na Cracolândia, elas estão totalmente fora da sociedade, excluídas. Ao levá-las para comunidades terapêuticas, elas terão a oportunidade de se reabilitar, tomar sua dignidade de volta e requalificar sua vida”, disse Checchio.

O dia foi especialmente marcante para Renê Palma, um dos voluntários no Dia do Bem. Ele passou oito anos morando na rua, inclusive na Cracolândia. Já fazem cinco anos que ele deixou essa condição.

“Cada pessoa é uma lágrima de gratidão. Meu coração chora porque só eu sei a dor que é querer sair e não ter ajuda. Não adianta a gente andar com uma Bíblia debaixo do braço, passar por uma pessoa nessa situação e fingir que não viu. A Igreja ama incondicionalmente, como Cristo amou”, disse Renê.

Lúcia, a principal articuladora junto às comunidades terapêuticas que cederam vagas para o evento, considerou “cada vida” como uma vitória.

“Eu só conseguia chorar e agradecer ao Senhor por todo esse mover que Ele tem derramado”, disse emocionada. “Aos nossos olhos parece impossível, mas nada é impossível para o Senhor”.

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