"Jesus foi perseguido e os cristãos não devem esperar menos que isso", diz pastor

Um ano após o massacre que levou 148 estudantes - maioria cristãos - à morte em uma universidade de Garissa (Quênia), o pastor Daniel destaca que "Deus é sempre justo e merecedor da gratidão humana pelo dom da vida".

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: quinta-feira, 7 de abril de 2016 às 17:40
Diretor do Centro de Combate ao Terrorismo no Quênia acende vela em homenagem às vítimas do massacre em Garissa. (Imagem: Reuters)
Diretor do Centro de Combate ao Terrorismo no Quênia acende vela em homenagem às vítimas do massacre em Garissa. (Imagem: Reuters)

Os cristãos continuam a refletir sobre o que significa ser um seguidor de Jesus Cristo, um ano após o terrível ataque na Universidade de Garissa no Quênia, onde 148 estudantes foram assassinados por radicais islâmicos.

"Deus é sempre justo e devemos aprender a apreciar a sua vontade, depender dEle para termos forças, e agradecer-Lhe sempre pelo dom da vida, porque não há nada que possa compensar as vidas dos alunos que foram perdidas", disse um pastor de Garissa, identificado como "Daniel", em um relatório ao grupo de vigilância sobre a perseguição religiosa, 'International Christian Concern' (ICC).

Houve várias homenagens diferentes às vítimas do massacre na semana passada, incluindo vigílias em todo o país, bem como uma corrida no sábado, segundo informou a BBC News.

O ataque no ano passado foi realizado por militantes do grupo extremista Al-Shabaab, que se dirigiram de forma específica contra os cristãos, muitas vezes separando-os dos muçulmanos, para depois matá-los.

Embora tenha sua base principal na Somália, o grupo terrorista realizou vários ataques no Quênia e em outros países, como resposta a operações militares internacionais contra ele.

O grupo terrorista sofreu baixas significativas, após operações de ataques aéreos norte-americanos e em março deste ano (2016), mais de 150 de seus combatentes foram mortos durante um ataque americano em Raso Camp, localizado a cerca de 190 Km da capital, Mogadíscio.

No entanto, o Al-Shabaab continua organizando ataques e em fevereiro assumiu a responsabilidade pelo atentado duplo em um movimentado restaurante da cidade somali de Baidoa, que visava a paralisação do governo central.

A ICC compartilhou em seu relatório, histórias de vários cristãos que ficaram feridos e afetados pelo tiroteio em Garissa, e observou que "a Igreja perseguida no Quênia nos ensina como se desenvolve a fé perseverante no meio de duras provações".

O Pastor Daniel, que tem vindo a ministrar aos estudantes cristãos que lidam com as memórias do ataque, lembrou a seus seguidores que se "o próprio Jesus foi o mais perseguido", então os cristãos não devem esperar menos que isso.

Alguns dos moradores de Garissa que participaram da corrida organizada em prol dos sobreviventes do massacre disseram à BBC que a cidade continua a ser afetada pela tragédia.

"Enquanto lamentamos a perda das vidas inocentes, parece que tudo aconteceu ontem. As imagens dos cadáveres continuam a surgir na minha mente. Foi realmente uma experiência traumatizante", disse Ali Awdoll, um dos organizadores do evento.

Awdoll acrescentou que os corredores estavam participando da iniciativa como "um gesto de paz e humanidade que pareciam estar perdidos".

"Nessa coisa toda, nós somos a humanidade e todos nós temos um inimigo comum, ou seja, o terroristas são nosso inimigo comum", afirmou.

O líder majoritário da Assembleia de Garissa, Aden Duale enfatizou esse ponto, explicando que os quenianos precisam permanecer unidos como um só povo.

"Juntos como um país, de norte a sul, de leste a oeste, de muçulmanos a cristãos ... juntos devemos lutar contra todas as formas de terror", disse Duale.

A Universidade de Garissa foi reaberta oficialmente em janeiro de 2016, nove meses após o ataque.

Embora alguns líderes da igreja - incluindo o bispo romano Joseph Alessandro - tenham elogiado a reabertura da Universidade, o líder cristão observou que a maioria dos alunos que retornariam às aulas seriam muçulmanos e a maioria dos cristãos optaram por estudar em outras campus no Quênia.

 

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