Mais de 170 cristãos foram assassinados em 1 trimestre na República Democrática do Congo

Segundo a Missão Portas Abertas, a perseguição religiosa tem se intensificado contra os cristãos no país africano.

Fonte: Guiame, com informações da Portas AbertasAtualizado: terça-feira, 5 de janeiro de 2021 às 15:10
Por causa da violência de grupos terroristas, cristãos são expulsos de suas casas e vilas na República Democrática do Congo. (Foto: Divulgação)
Por causa da violência de grupos terroristas, cristãos são expulsos de suas casas e vilas na República Democrática do Congo. (Foto: Divulgação)

Cristãos da República Democrática do Congo têm sofrido com a perseguição religiosa que se intensificou durante 2020. Segundo informações da Portas Abertas, em apenas um trimestre, mais de 170 cristãos foram assassinados durante ataques de grupos extremistas islâmicos.

A organização internacional de apoio à Igreja perseguida registrou que 66 cristãos foram mortos em maio, 55 em junho e 21 em julho. Mas o número pode ser maior no trimestre, ultrapassando 170 vítimas fatais.

O relatório do Escritório Conjunto de Direitos Humanos da ONU (UNJHRO, sigla em inglês), apontou que 800 civis foram assassinados nos últimos 18 meses, na província de Kivu do Norte. Os ataques terroristas alcançaram a região de Ituri e outras áreas, como as vilas de Mighende, Mitembo, Kabugeja, Mugwanga e Abalago.

No dia 28 de outubro, 18 pessoas foram mortas e uma igreja foi incendiada na vila de Baeti, durante um ataque de supostos membros das Aliança das Forças Democráticas (ADF-NALU, da sigla em inglês). Dois dias depois, outro ataque na aldeia Lisasa resultou em 21 mortes, sendo 18 de mulheres. Além da igreja, os terroristas destruíram várias casas e uma clínica.

Atualmente, há muitos grupos rebeldes agindo na República Democrática do Congo e a maioria deles visa aldeias pacíficas. Porém, a ADF se diferencia pela força expansionista islâmica que imprime em suas ações.

O grupo radical tentou tomar o poder do governo em Uganda, dominado pelos cristãos, mas foi expulso do país nos anos 1980 e se instalou na República Democrática do Congo. Desde então, acabou se estabelecendo na província de Kivu do Norte. O grupo evita cidades lotadas e prefere ocupar áreas mais vastas, onde a maioria das pessoas são cristãs.

Os membros da ADF realizam ataques brutais com facões e armamento pesado, esvaziando as aldeias e fazendo com que os moradores fujam para áreas mais seguras perto das cidades. A ONU estima que o grupo já matou mais de 1.000 pessoas desde o início de 2019, apesar das campanhas militares para combater os jihadistas.

A República Democrática do Congo ocupa o 57º lugar na Lista de Países em Observação, que é uma continuação da Lista dos 50 países mais perigosos para se viver como cristão, elaborada pela Portas Abertas.

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