Mauritânia liberta pastores presos após vídeo de batismo circular nas redes sociais

Os 15 líderes foram detidos em novembro do ano passado, após converterem metade de uma aldeia e serem denunciados por muçulmanos.

Fonte: Guiame, com informações de Morning Star NewsAtualizado: quinta-feira, 4 de janeiro de 2024 às 12:49
Imagem ilustrativa. (Foto: Reprodução/International Mission Board).
Imagem ilustrativa. (Foto: Reprodução/International Mission Board).

O governo da Mauritânia, no noroeste da África, libertou os 15 pastores que foram presos após realizarem batismo e serem denunciados por muçulmanos, em novembro de 2023.

De acordo com o Morning Star News, os missionários não foram acusados de qualquer crime e as autoridades pediram que exercessem sua fé em privado.

“Foi pedido que voltassem para casa e acreditassem no que quisessem, mas em privado e discretamente”, relatou um líder local ao Christian Daily International. 

E acrescentou: “Parece que os nossos irmãos têm mais a temer os muçulmanos do que seu governo. Graças a Deus por este final feliz”.

Relembre o caso

Em novembro do ano passado, um vídeo da cerimônia de batismo acabou circulando nas redes sociais. Um grupo de muçulmanos viu o conteúdo e protestou contra os cristãos, pedindo suas mortes, conforme o International Christian Concern (ICC).

As autoridades do país africano atenderam ao pedido de punição dos islâmicos e prendeu os 15 líderes na cidade de Selibaby, no fim de novembro.

A hostilidade ainda atingiu as famílias dos líderes cristãos, 14 delas também foram detidas pelo governo. 

Um líder local relatou que islâmicos da região, onde os cristãos atuavam, pediram que suas casas fossem queimadas.

“De acordo com os muçulmanos, metade da população da aldeia se tornou crente. Eles querem impedir o progresso do Evangelho nesta terra fechada”, disse ele, ao Christian Daily International.

Perseguição na Mauritânia

Não existe uma lei que proíba o evangelismo na Mauritânia. Porém, as autoridades não permitem outras expressões públicas de fé, além do islamismo e deixar o islã é punível com a morte.

No país de maioria muçulmana, apenas 0,2% da população é cristã. O ambiente restritivo torna impossível a reunião entre os cristãos. 

Os convertidos do islã para o cristianismo sofrem com a hostilidade pois são vistos como traidores religiosos. Dentro da cultura mauritana não há espaço para batismos, casamentos ou funerais cristãos. 

Aqueles que se convertem ao cristianismo também podem enfrentar processos, já que é ilegal deixar o islã. Expressar abertamente a fé cristã é arriscado até para os estrangeiros, pois poderia ser considerado como uma tentativa de converter outros ao cristianismo, o que é considerado um crime.

A Mauritânia está no 20º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2023 da Missão Portas Abertas.

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