Mesmo com ataques em Burkina Faso, missionários querem atender ‘chamado’ no país

O missionário Mike Riddering morreu em um ataque que provocou uma nova era de terrorismo no país. Agora seus parentes querem continuar seu trabalho.

Fonte: Guiame, com informações do Christianity TodayAtualizado: terça-feira, 28 de maio de 2019 às 14:56
Jeff Riddering (esquerda) ao lado de seu irmão, Mike, que foi morto em ataque em Burkina Faso. (Foto: Arquivo pessoal)
Jeff Riddering (esquerda) ao lado de seu irmão, Mike, que foi morto em ataque em Burkina Faso. (Foto: Arquivo pessoal)

Burkina Faso costumava ser uma das nações mais pacíficas do mundo, de acordo com o Índice Global da Paz. Mas isso mudou rapidamente há alguns anos, quando a violência islâmica começou a aumentar.

Em 15 de janeiro de 2016, um ataque na capital do país, Ouagadougou, matou 28 pessoas que estavam em uma cafeteria e um hotel do outro lado da rua. Entre as vítimas estava Mike Riddering, um missionário americano de 45 anos.

Desde o atentado que matou Riddering, a violência disparou. Foram mais de 230 ataques em três anos, deixando 65 pessoas no mês passado. Desde abril, houve três ataques contra igrejas no país.

A família de Riddering acompanhou de perto a crescente violência. Ainda assim, seu irmão mais velho, Jeff, e sua cunhada, Tammy, irão se mudar para Burkina Faso a fim de continuar o ministério de Mike.

Os recentes ataques às igrejas pausaram os planos de Jeff, mas não impediu o pastor de 55 anos de comprar passagens só de ida para Ouagadougou. “Deus teria que me impedir de ir, e eu não tenho 100% de certeza de como isso seria”, disse ele ao Christianity Today.

A rota dos Riddering para Burkina Faso começou há quase 20 anos, quando uma mulher de sua congregação iniciou um ministério para ajudar mulheres e crianças carentes. Em 2011, Mike e sua esposa se mudaram para o país e assumiram o ministério.

Depois da morte de Mike — que foi enterrado lá —, sua esposa disse à imprensa: “Deus não chamou apenas Mike para Burkina Faso; Ele também me chamou”. Desde então, o trabalho continuou.

Mesmo tendo sofrido perdas por causa do extremismo islâmico, os familiares de Mike não sentem raiva do povo de Burkina Faso. “Você não pode entrar em um país muçulmano e ter má vontade em relação aos muçulmanos”, disse Jeff. “Jesus pede a seus seguidores que amem seus inimigos, mas a verdade é que eles não são nossos inimigos. Somos todos filhos do nosso Pai celestial, o que nos torna irmãos”.

Experimentando a perseguição

Aproximadamente 30% da população de Burkina Faso é cristã, de acordo com estimativas da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). Cerca de 20% são católicos e a igreja Assembleia de Deus é a maior denominação protestante do país.

Menos de um ano antes da morte de seu irmão, Jeff pregou em uma congregação da Assembleia de Deus no país sobre a igreja perseguida. “Mesmo dizendo a palavra perseguição, eles não sabiam o que significava”, ele lembra.

Por outro lado, desde que a violência se espalhou, pastores disseram a Jeff que cada vez mais pessoas estão se voltando para Cristo. “Se você vê igrejas sendo atacadas, imagina que as igrejas estão com menos frequência. Mas muitas pessoas aceitam Jesus rapidamente”, conta.

Antes dos ataques, um estudo realizado em 2013 por pesquisadores do Seminário Teológico Gordon-Conwell descobriu que Burkina Faso tinha a 12ª população cristã que mais crescia no mundo. Jeff planeja continuar o trabalho de seu irmão para apoiar os pastores locais no discipulado e evangelismo.

O pastor Jeff reconhece o risco de viajar para o país, mas sabe que muitos correm um risco ainda maior: não passar a eternidade com Cristo. “Essa é a motivação para compartilhar as Boas Novas, mesmo com pessoas que poderiam te matar”, afirma.

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