Muçulmanos invadem culto e forçam cristãos a parar de adorar a Jesus

Extremistas islâmicos têm usado a falta de licenças de construção como pretexto para fechar ou atacar igrejas.

Fonte: Guiame, com informações do Morning Star NewsAtualizado: quinta-feira, 1 de agosto de 2024 às 13:49
Os invasores alegaram que a casa onde o culto acontecia estava em uma área de maioria muçulmana. (Foto: Unsplash/Ismael Paramo)
Os invasores alegaram que a casa onde o culto acontecia estava em uma área de maioria muçulmana. (Foto: Unsplash/Ismael Paramo)

Autoridades da Indonésia lamentaram a divulgação de um vídeo que mostra o culto em uma igreja sendo invadido por muçulmanos, interrompendo a adoração que faziam a Jesus naquele momento.

Soma Atmaja, do governo da Regência de Tangerang, informou que foi providenciado um local temporário para a Igreja de Tessalônica na Província de Banten, após a igreja ter realizado cultos em uma casa alugada, pois não tinha licença de construção.

O vídeo mostrando a invasão foi divulgado em 21 de julho. Uma multidão de homens em trajes muçulmanos indonésios aparece invadindo o local e interrompendo o culto.

Segundo a mídia local, os invasores alegaram que a casa onde o culto acontecia estava em uma área de maioria muçulmana.

Os invasores também zombaram da congregação por realizar seus cultos em uma casa alugada, conforme relatado pelo forumkeadilan.com.

“Vocês estão realizando um culto e fazendo isso em um [assentamento] onde a maioria da população é muçulmana – aqui todos são muçulmanos!”, disse um morador que recebeu aplausos altos de apoio, enquanto outro gritou o slogan jihadista, "Allahu Akbar, [Deus é grande]”, de acordo com o forumkeadilan.com.

Casa alugada

Após um membro da igreja explicar suas razões para adorar na casa alugada, a multidão se tornou mais barulhenta e insistiu que a adoração deveria ocorrer apenas em um prédio de igreja.

O representante da igreja esclareceu que o contrato de locação no Complexo Puri Naga Indah havia expirado, mas a multidão continuou a rir e zombar da situação.

Wahyu Hidayat, chefe da polícia de Teluk Naga, disse que estava confuso sobre o motivo pelo qual o vídeo do problema ocorrido em março só foi divulgado na semana passada.

“Este foi um incidente antigo, de três meses atrás”, disse Wahyu ao canal nacional de notícias Medcom, de propriedade da Metro Television.

Wahyu disse que o conflito foi resolvido pacificamente.

Autorização não concedida

Ativistas de direitos humanos apontam que o Decreto Ministerial Conjunto da Indonésia de 2006 exige autorização apenas para locais de culto usados de forma permanente, excluindo os locais de culto familiar.

“De acordo com o Decreto Conjunto dos Dois Ministros, Capítulo 1, Artigo 3, o que precisa de uma autorização é a construção de uma igreja”, escreveu o ativista de direitos Permadi Arya, conhecido como Abu Janda, em 2023. “Realizar cultos em casa, lojas e cafés não precisa de autorização.”

Essas casas, cafés e lojas podem ser comparadas às salas de oração tradicionais muçulmanas (musholla). Como os muçulmanos não precisam de permissão para esses locais, os cristãos deveriam receber o mesmo tratamento, afirmou ele.

Extremistas islâmicos têm usado a falta de licenças de construção como pretexto para fechar ou atacar igrejas desde a aprovação do Decreto Ministerial Conjunto da Indonésia de 2006, que tornou os requisitos para obtenção dessas licenças quase impossíveis para a maioria das novas igrejas.

Mesmo quando pequenas e novas igrejas conseguiam reunir as noventa assinaturas de aprovação de membros da congregação e sessenta de famílias da área de diferentes religiões, frequentemente enfrentavam atrasos ou a ausência de respostas das autoridades.

A Indonésia ocupa o 42º lugar na lista da Portas Abertas de 50 países onde é mais difícil ser cristão, conforme o Lista Mundial de Observação 2024.

O relatório da WWL destaca que a sociedade indonésia adotou um caráter islâmico mais rigoroso, e igrejas envolvidas em evangelismo enfrentam o risco de se tornarem alvos de grupos extremistas islâmicos.

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