“Não me importo de sofrer pelo Evangelho”, diz pastor espancado por 2 horas na Índia

Um grupo de extremistas hindus espancaram brutalmente um pastor na Índia, acusado por eles de fazer conversões forçadas ao cristianismo.

Fonte: Guiame, com informações do International Christian ConcernAtualizado: sexta-feira, 28 de agosto de 2020 às 12:17
Grupo de hindus espancam homem durante protestos em Nova Délhi, na Índia. (Foto: Reuters/Danish Siddiqui)
Grupo de hindus espancam homem durante protestos em Nova Délhi, na Índia. (Foto: Reuters/Danish Siddiqui)

Um pastor foi brutalmente espancado por duas horas por radicais hindus na última sexta-feira (21) em Uttar Pradesh, um dos estados mais populosos da Índia

O ataque foi justificado pela falsa acusação de que o pastor Prasanna Kumar (nome fictício por razões de segurança) estava convertendo os hindus ao cristianismo à força.

“O ataque parecia bem planejado”, disse o pastor Kumar, de 32 anos, à organização International Christian Concern (ICC). “Eu pensei que eles iam me matar”.

O pastor Kumar foi abordado pelos radicais enquanto voltava para casa de uma reunião de oração na vila de Bikampur, no distrito de Bareilly. Ele foi cercado por pelo menos 10 pessoas e arrancado de sua moto. No chão, ele foi espancado com porretes de madeira.

“Eles disseram que eu dou dinheiro às pessoas para fazê-las se converterem ao cristianismo”, disse o pastor Kumar.  “Tentei falar com eles, mas eles não me permitiram dizer nada. A minha cabeça estava sangrando e fui chutado como uma bola de futebol”.

O ataque foi tão violento que o pastor chegou a pensar que seria morto. “Deus me deu a graça de aceitar até a morte”, disse Kumar. “As escrituras estavam passando por minha mente enquanto eu era atacado. No entanto, quando pensei em minha filha de quatro anos e em minha esposa, fiquei arrasado e foi doloroso”.

Quando os radicais acabaram de espancar Kumar, depois de quase 2 horas, ameaçaram matá-lo caso o vissem novamente na aldeia de Bikampur. Eles ainda roubaram a moto e o celular do pastor.

A polícia local se recusou a registrar a queixa do pastor Kumar e o acusou de tentar registrar um boletim falso. A denúncia de Kumar foi aceita apenas três dias depois, quando um líder da igreja de outro distrito ligou para a delegacia e defendeu o pastor.

“Contei os custos de servir a Deus quando vim para cá” , disse Kumar, que tem servido como plantador de igrejas em Bareilly há 4 anos. A aldeia de Bikampur é uma das comunidades onde ele plantou uma pequena igreja. Ali Kumar lidera uma pequena congregação de quatro pessoas.

“Tenho certeza de que minha esposa entende o que significa servir a Deus nesses lugares difíceis”, explicou o pastor Kumar. “Vários pastores da minha região foram atacados, e alguns até entregaram suas vidas por causa do Evangelho. Não me importo de sofrer por causa do Evangelho”.

Até o momento, a polícia não tomou nenhuma ação contra os agressores e não recuperou os itens roubados. Em toda a Índia, nacionalistas radicais hindus permanecem impunes por seus crimes contra as minorias religiosas. Essa impunidade apenas encoraja os radicais, cujos ataques tem se tornado mais severos e frequentes.

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