POPULAÇÃO: 6,6 milhões
CRISTÃOS: 34,5 mil
RELIGIÃO: Islamismo, cristianismo, budismo, hinduísmo, judaísmo e outras
GOVERNO: Em transição
LÍDER: Fayez al-Sarraj
POSIÇÃO: 4º lugar na Lista Mundial da Perseguição
Sem liberdade de religião ou de expressão, impossibilitados de frequentar uma igreja e perseguidos por extremistas islâmicos. Essa é a realidade de um cristão líbio. Compartilhar a fé publicamente é ilegal e aqueles que tentam “desobedecer” correm o risco de oposição violenta e prisão.
O país está enfraquecido e sem lei por falta de um governo central, por isso, há pouca chance de haver justiça legal quando os cristãos são atacados ou mortos. Cristãos que migram da África Subsaariana também são mantidos presos em centros de detenção, sendo abusados, torturados e extorquidos por aqueles que os traficam.
Os seguidores de Jesus são frequentemente forçados a trabalhos intensos ou até a prostituição. Os líbios que abandonam o islã para seguir a Cristo enfrentam violenta e intensa pressão da família e da comunidade em geral.
Cristãos estrangeiros que vivem na Líbia
Embora haja cerca de 34.500 cristãos no país, apenas cerca de 150 são líbios, pois a maioria é de trabalhadores expatriados e migrantes. Todos eles são vulneráveis a sequestros e assassinatos por grupos de radicais islâmicos e do crime organizado.
As pequenas comunidades cristãs consistem quase exclusivamente de imigrantes subsaarianos e alguns do Egito. Eles têm permissão para ter suas próprias igrejas, mas os líbios não podem participar. Sob o governo déspota de Muanmar Kadafi, a situação para os cristãos na Líbia já era extremamente difícil.
Cristãos estrangeiros que moram no país desfrutam de certa liberdade, mas africanos não árabes nativos enfrentam dupla perseguição, baseada na raça e na religião. O pequeno grupo de líbios que são cristãos mantém a fé em segredo.
Crescimento da igreja no país
O número de cristãos ex-muçulmanos é muito baixo, mas com o surgimento de programas de TV cristãos via satélite e sites cristãos em árabe, o interesse no cristianismo tem aumentado. Apesar das dificuldades para o contato com o Evangelho, há relatos de pessoas que viveram experiências sobrenaturais.
“O quarto estava escuro, mas de repente havia um homem brilhante como uma luz. Ele não parecia irreal, mas eu senti que não poderia tocá-lo. Ele continuou parado ao meu lado. Senti felicidade em meu coração apenas por causa da presença dele. Ele era alto e seu cabelo era um pouco comprido. ‘Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida’, ele disse. Então se foi”, relatou uma cristã perseguida que precisou fugir da Líbia por causa da fé.
Incidentes contra cristãos
A violência continua aumentando na Líbia e há mais incidentes verificados de ataques e assassinatos de cristãos. A perseguição em todas as esferas da vida só piorou. Os cristãos estão em risco em todo o país, mas especialmente vulneráveis em áreas onde grupos extremistas islâmicos estão presentes.
Militantes que juraram lealdade ao Estado Islâmico ainda estão no país, principalmente na região de Sirte. Outros grupos extremistas controlam áreas dentro e ao redor da capital, Trípoli. Os cristãos expatriados evitam viajar pelo país, mas especialmente em áreas onde pode haver postos controlados por radicais.
Cristãos migrantes de outras áreas da África, com o objetivo de chegar à Europa, são frequentemente mantidos em centros de detenção superlotados na região da capital. Já outros são entregues diretamente a funcionários do governo ou grupos criminosos pelos traficantes de pessoas, e forçados ao trabalho agrícola intensivo ou à prostituição.
Como vivem homens e mulheres cristãs na Líbia
O testemunho de uma mulher não tem o mesmo peso legal que o de um homem, por isso é improvável que as mulheres cristãs obtenham justiça em caso de abuso sexual por causa da fé. O estupro é visto como forma de punição para as mulheres que abandonam o islamismo. Em geral, as mulheres ocupam uma posição inferior na sociedade líbia.
Os homens cristãos enfrentam um risco maior de violência. Os migrantes da África Subsaariana são frequentemente sequestrados e mantidos reféns para que a família pague pela liberdade deles. Como os homens são os responsáveis pelo sustento das famílias, esposas e filhos sofrem quando um homem cristão perde o emprego, é sequestrado ou forçado a fugir de casa.
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