Pastor testemunha sua fé a policiais em interrogatório na China: “Só viverei por Cristo”

O pastor conhecido como Luo disse que repreendeu os policiais durante o interrogatório e os lembrou que eles estavam se ocupando com as 'infrações' erradas.

Fonte: Guiame, com informações da International Christian ConcernAtualizado: segunda-feira, 25 de maio de 2020 às 14:47
O pastor conhecido como Luo foi interrogado após ministrar um treinamento online sobre evangelismo. (Foto: Chinese Christian Fellowship of Righteousness)
O pastor conhecido como Luo foi interrogado após ministrar um treinamento online sobre evangelismo. (Foto: Chinese Christian Fellowship of Righteousness)

Um pastor local da cidade chinesa de Wuhan — conhecida como a origem do novo coronavírus — foi levado pela polícia para interrogatório, enquanto liderava uma reunião on-line de cristãos sobre evangelismo e plantação de igrejas, de acordo com a ‘Irmandade Cristã Chinesa de Justiça’.

Feita pelo aplicativo Zoom, a conferência online “Proclamar o Evangelho de Jesus” estava em andamento quando a polícia da cidade de Wuhan, na província de Hubei, procurou materiais ou publicações de evangelismo e levou o pastor, identificado apenas como Luo, ligado à Igreja Nanjing Road, que tem sua sede nos EUA. A organização de apoio a cristãos perseguidos, ‘International Christian Concern’ (ICC), recebeu a informação repassada pela ‘Irmandade Cristã Chinesa de Justiça’.

O pastor Luo foi levado a uma delegacia e interrogado por mais de quatro horas.

Sem medo, Luo disse à polícia que eram os cristãos quem serviam à cidade nos momentos mais difíceis de Wuhan, deixando assim os policiais sem palavras.

"Eu os repreendi, afirmando que eles não estavam atentos aos negócios que deveriam estar se preocupando", disse Luo sobre suas repostas aos oficiais no interrogatório. “Os cristãos desconsideram suas próprias vidas para fazer coisas boas, mas a polícia os trata como bandidos, isso é irracional”.

“Eu também disse a eles algumas vezes com toda a seriedade: ‘viverei apenas por Cristo, não discutirei sobre outros assuntos. No entanto, nunca desistirei de evangelizar e falar sobre evangelismo’”.

Os policiais, então deixaram o pastor ir.

Truculência

No início deste mês, a polícia invadiu violentamente uma igreja doméstica na cidade de Xiamen, na província chinesa de Fujian, durante um culto de domingo, ferindo vários fiéis.

Dezenas de seguranças e oficiais do Departamento Étnico e Religioso do governo local chegaram à Igreja de Xingguang, que se reúne em uma residência, classificando a reunião como "ilegal".

Todas as igrejas fora do Movimento Patriótico das Três Autonomias são consideradas ilegais pelo Partido Comunista Chinês.

Embora membros masculinos da igreja tentassem bloquear a porta, a polícia invadiu a sala, gritando com os membros da igreja enquanto exigia que parassem de gravar a ação com seus telefones celulares.

Quando os membros da igreja se recusaram, a polícia arrastou vários membros para fora da porta e pegou seus telefones celulares. Em um vídeo compartilhado pelo pregador Yang Xibo, da Igreja de Xunsiding, a polícia pode ser vista pressionando as cabeças dos membros da igreja no chão enquanto as autoridades gritam: "Pare de filmar!".

Segundo Gina Goh, gerente regional da ICC para o Sudeste Asiático, a China retomou claramente sua repressão ao cristianismo depois que a ameaça representada pela pandemia de coronavírus diminuiu.

“Nas últimas semanas, vimos um número crescente de demolições de igrejas e remoções de cruzes até mesmo em igrejas sancionadas pelo Estado em toda a China, enquanto as reuniões de igrejas domésticas continuam enfrentando interrupção e assédio. É deplorável que as autoridades locais não apenas tenham conduzido esse ataque sem procedimentos adequados, mas tenham utilizado excessivamente a força contra membros da igreja e espectadores”, disse ela. "A ICC pede à comunidade internacional e ao governo dos EUA que condenem os constantes abusos dos direitos humanos na China".

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