Povos de Marrocos e Guiné Equatorial recebem Bíblia em sua língua étnica

Tradução do Novo Testamento para os povos annoboneses e jebalafoi foi feita por missionários locais e Sociedade Bíblica Espanhola.

Fonte: Guiame, com informações do Evangelical FocusAtualizado: quinta-feira, 20 de abril de 2023 às 15:50
Cópias impressas do "Testamentu Novu" em Annobonese. (Foto: Facebook/PROEL Espanha).
Cópias impressas do "Testamentu Novu" em Annobonese. (Foto: Facebook/PROEL Espanha).

Os habitantes de Annobón e Bioko, na Guiné Equatorial, e os jebalas, no noroeste do Marrocos, receberam, em março, traduções do Novo Testamento traduzidos em seus idiomas.

A iniciativa foi grupo Promotor Linguístico Espanhol (PROEL), que levou cerca de 15 anos para realizar a tarefa de fornecer traduções do Novo Testamento nas línguas dos habitantes de Annobón e Bioko, na Guiné Equatorial, e dos jebalas, no noroeste do Marrocos.

“Ambas as equipes incluíram pessoas formadas pelo PROEL no mestrado em Linguística aplicada à tradução e alfabetização que oferecemos em colaboração com a Universidade de León e a Fundação Sierra Pambley”, explicam.

Nas equipes de trabalho de cada uma das traduções havia “pessoas chamadas por Deus para promover a extensão do reino de Deus através da tradução e promulgação das Escrituras”.

“Alguns membros trabalharam em suas próprias línguas africanas, e outros se sentiram chamados a trabalhar como missionários transculturais, em uma segunda língua e cultura”, diz PROEL.

Alcance limitado

O objetivo do projeto é promover as línguas indígenas e menos difundidas, visto que cerca de metade das quase 7.200 línguas do mundo têm algum tipo de tradução bíblica, como uma Bíblia completa em 724 línguas, um Novo Testamento em 1.617 línguas ou alguns livros publicados em 1.248 línguas.

No entanto, ainda há cerca de 130 milhões de pessoas em todo o mundo que falam 1.680 idiomas sem qualquer tradução bíblica, o que significa uma média de 77.000 falantes por idioma. O projeto busca suprir essa necessidade.

“Não é difícil justificar a visão de um missionário espanhol dedicando uma vida inteira para potencialmente impactar 77.000 pessoas. Seria o mesmo que um pastor evangélico na Espanha; muitos dedicam suas vidas a uma congregação média de 77 pessoas, e nenhum crente duvidaria da validade de sua visão e chamado”.

O PROEL acredita que “todos somos chamados a participar do cumprimento da Grande Comissão” e destaca seu esforço para transpor as barreiras linguísticas, permitindo que mais pessoas tenham acesso à mensagem bíblica em seus idiomas nativos.

Testemunho histórico no Norte de África

O Fa d'Ambu, também conhecido como Crioulo Annobonense ou Annobonense, é uma língua falada por cerca de 10.000 pessoas, principalmente na ilha de Annobón, que faz parte do estado da Guiné Equatorial. Além da tradução do Novo Testamento, o povo de Annobón também tem acesso ao filme "O Evangelho de Lucas", que foi traduzido para sua língua nativa.

A população Jebala é um grupo étnico que vive principalmente na região conhecida como País de Jebala, no noroeste do Marrocos, estendendo-se do Estreito de Gibraltar até o corredor Taza e Targuist. Sua língua materna é o árabe Jebali, e agora eles têm à disposição uma tradução impressa do Novo Testamento pela Sociedade Bíblica Espanhola.

“O impacto ainda não foi visto, pois a distribuição em ambos os casos ainda não ocorreu. Mas, historicamente, vimos muitas comunidades que foram fortemente impactadas quando a Palavra de Deus foi publicada em seus idiomas. Oremos para que assim seja também entre os falantes de Fa d'Ambu e os falantes de Jebali”, diz PROEL.

A organização enfatiza que as traduções da Bíblia não são a solução final, mas sim ferramentas importantes para cumprir sua missão. “Oramos para que mais espanhóis respondam ao chamado missionário e, estando as Escrituras disponíveis nessas línguas, possam evangelizar, discipular, incorporar novos crentes na Igreja e, uma vez preparados, também serem enviados a outros povos que ainda não conhecem Jesus”, acrescentam.

Responsabilidade missionária

Devido ao fato de que esses territórios foram colonizados no passado pela Espanha, o PROEL acredita que isso pode ajudar a criar uma maior "afinidade" entre os povos dessas regiões e os missionários espanhóis.

Os espanhóis podem se relacionar “mais facilmente e ter um maior impacto ministerial” tanto no caso dos Annobón quanto do povo Jebala.

“No passado, a Espanha se beneficiou de suas colônias, e parece justo que as ex-colônias possam se beneficiar do amor e do compromisso dos crentes espanhóis que investem recursos e esforços para alcançar essas áreas com o amor de Deus e sua mensagem de salvação”, apontam.

 

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