“Precisamos desesperadamente de um avivamento”, diz líder da JOCUM sobre a Noruega

O Guiame foi ao The Send Noruega e falou com Ann-Helen Sperrud, vice-líder da JOCUM no país.

Fonte: Guiame, Luana NovaesAtualizado: quinta-feira, 22 de setembro de 2022 às 11:44
Vice-líder da JOCUM Noruega, Ann-Helen Sperrud. (Foto: Guiame/Marcos Paulo Correa)
Vice-líder da JOCUM Noruega, Ann-Helen Sperrud. (Foto: Guiame/Marcos Paulo Correa)

Poucos meses atrás, a Noruega viveu um momento considerado “histórico” no movimento cristão: mais de 9.300 jovens se reuniram no The Send — um número considerado expressivo para um dos países menos religiosos da Europa. 

O The Send, que ficou conhecido pelos encontros com jovens em estádios no Brasil e Estados Unidos, é uma iniciativa da JOCUM (Jovens Com Uma Missão), que também esteve por trás do The Send Noruega.

Em entrevista ao Guiame, realizada do lado de fora da Telenor Arena, em Oslo, a vice-líder da JOCUM Noruega, Ann-Helen Sperrud, destacou a importância do The Send para despertar a juventude cristã de seu país.

“Uma das organizações parceiras do The Send fez uma pesquisa em 2018 com estudantes cristãos na Noruega e descobriu que 91,7% deles estavam escondendo sua fé. Eles tinham medo de receber perguntas difíceis que não podiam responder. Eles não queriam que as pessoas pensassem que eles eram cristãos”, disse Sperrud.

“Mas como será daqui a 25 anos? Encheremos um estádio como esse? Temos mais de 9.300 pessoas aqui agora e se cada um disser sim ao chamado sobre sua vida, as coisas podem mudar”, ela acrescentou.

Assista abaixo:

Cristianismo na Noruega

Ao longo da história, a Noruega se tornou uma nação cristã e chegou a enviar mais missionários per capita do que qualquer outro país. No entanto, com uma cultura cada vez mais secularizada, o legado religioso foi deixado de lado pela maioria das pessoas. Em 2018, 52,9% dos noruegueses disseram que não acreditam em Deus, segundo o Estudo de Valores Europeus.

“Nós costumávamos ser uma nação cristã. Não é assim nos dias de hoje”, observa Sperrud. “Somos muito mais uma nação pós-cristã do que uma nação cristã. Somos uma nação muito pós-moderna e secular. Então estamos nos tornando cada vez mais uma subcultura”.

Um dos grandes problemas enfrentados pelos cristãos noruegueses, segundo a vice-líder da JOCUM Norway, é a passividade — especialmente por causa do conforto e da economia próspera do país.

“Encontramos petróleo nos anos 1960. Temos um estilo de vida muito confortável. Isso não é necessariamente a melhor coisa para a fé”, Sperrud explica. “Não fomos perseguidos por nossa fé. Você vê a igreja perseguida na China crescendo imensamente, mas aqui tem sido muito confortável. E não estou necessariamente pensando que é por isso que tantos abandonam a fé, mas também não acho que esteja ajudando.”

 
Milhares de jovens levantaram os calçados no The Send, simbolizando seu compromisso com a Grande Comissão. (Foto: Guiame/Marcos Paulo Correa)

Um dos maiores dilemas é ter uma vida cristã ativa não só nos cultos, mas entre a sociedade. “Quando você fica passivo, não compartilha sua fé. Novas pessoas não ouvem sobre Jesus, e com isso, depois de 10, 20, 30 anos, uma nova geração cresce sem estar em chamas por Jesus, e encontra outras coisas para estar em chamas. É simplesmente como a vida é”, ela avalia. 

“Como seres humanos em geral, gostamos de nos entregar a algo maior do que nós mesmos. E se você não der isto a Deus, você dará isto outra coisa.”

Esperança de avivamento

Uma das mensagens de destaque no The Send Noruega é a esperança para um novo avivamento na Europa. Ann-Helen Sperrud tem a mesma expectativa.

“Ele não vai desistir da Europa, porque esse é o caráter de Deus, Ele não desiste. Então, sim, eu realmente acredito que podemos experimentar um avivamento novamente”, disse. “Mas enquanto estamos esperando por isso, quero que os jovens ativem sua fé para que comecem a compartilhar. Então imagine o que pode acontecer se 10.000 pessoas disserem sim para compartilhar o Evangelho a três amigos no próximo mês. São 30.000 pessoas no próximo mês. Se isso continuar acontecendo, pode parecer um avivamento muito rápido. Então, estou orando e esperando que vejamos um novo avivamento na Europa, porque precisamos desesperadamente disso.”

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