Radicais hindus interrompem culto e agridem cristãos: "Vamos bater até vocês negarem Jesus"

Um grupo de 15 a 20 extremistas hindus interrompeu um culto na Índia e agrediu homens, mulheres e crianças que estavam presentes.

Fonte: Guiame, com informações do Morning Star NewsAtualizado: sexta-feira, 29 de janeiro de 2021 às 11:48
O extremismo hindu tem sido de grande ameaça para cristãos e outras minorias religiosas na Índia. (Foto: WaqtNews.TV)
O extremismo hindu tem sido de grande ameaça para cristãos e outras minorias religiosas na Índia. (Foto: WaqtNews.TV)

A polícia que não fez nada para impedir um ataque violento a um culto em Uttar Pradesh, na Índia, se juntou a um grupo de extremistas hindus e também espancou e ameaçou os cristãos enquanto os prendia sob falsas acusações de conversões fraudulentas, disseram as fontes.

Uma multidão de 15 a 20 extremistas hindus no início deste mês (janeiro) agrediu homens, mulheres e crianças da Igreja Missionária do Evangelho Celestial, no distrito de Shahjahanpur.

“Vamos continuar a bater em vocês até que você amaldiçoe ou neguem a Jesus”, disseram alguns dos agressores aos membros da igreja.

Depois de espancar os sete homens da congregação com bastões de madeira e as 10 mulheres e 10 crianças com as cadeiras da igreja, os extremistas arrastaram quatro cristãos e o proprietário do prédio alugado (um hindu) para fora e ameaçaram matá-los enquanto os agrediam perto de carros da polícia estacionados com policiais que nada fizeram para detê-los, de acordo com um cristão identificado apenas como Rajat em um vídeo nas redes sociais.

“Fomos arrastados descalços para fora, sob ameaças de agressores que nos disseram que iriam quebrar nossas mãos e pernas e nos matar”, disse Rajat no vídeo.

O pastor da igreja, H.S. David, disse ao site ‘Morning Star News’ que os agressores não lhes perguntaram nada quando interromperam o culto naquele dia 3 de janeiro, mas apenas trancaram o portão de correr de metal depois que entraram, para que nenhum dos crentes pudesse escapar e começaram a espancá-los, enquanto amaldiçoavam os cristãos presentes e o nome de Jesus.

“Eles literalmente arrastaram cinco de nós [incluindo o dono hindu do salão] de dentro do salão para a estrada do lado de fora e então, a surra só se intensificou ”, disse o pastor David. “Eles nos forçaram a ficar na posição Murga [uma posição extremamente desconfortável, usada para punição em partes do subcontinente indiano] e então continuaram nos espancando com paus e suas pernas”.

Agressão policial

Logo o policial J. Pratap Singh chegou, de acordo com Rajat.

“O policial em nenhum momento nos perguntou por que estávamos sendo espancados”, disse Rajat no vídeo. “Em vez disso, Singh começou a nos bater com um bastão antes de nos prender. Ele até abusou verbalmente das mulheres cristãs que estavam ali e ameaçou prendê-las também”.

Os policiais levaram os cristãos para a delegacia, onde uma multidão de extremistas hindus esperava. Membros da igreja disseram que o delegado também ameaçou os cristãos na presença dos hindus radicais, amaldiçoou a Cristo e fez comentários depreciativos contra os cristãos.

“Ele então começou a nos bater”, disse o pastor David ao Morning Star News. “Ele estava completamente aliado aos extremistas que o pressionavam para nos prender. Embora estivéssemos dentro da delegacia, não nos sentimos seguros na presença da polícia. Ficamos com muito medo”, contou ele.

Quando a polícia levou os cristãos feridos para uma clínica médica, o médico se recusou a tratá-los, disse o pastor David.

“O médico nem mesmo nos tocou”, disse ele. “Ele apenas nos perguntou verbalmente onde estávamos sofrendo e escreveu algo em um papel e entregou à polícia. Nós nem conseguimos ler o que ele havia escrito”.

Os policiais então os levaram de volta para a delegacia, onde foram obrigados a assinar dois documentos, disse ele.

“Não conseguimos ler o que estava escrito neles, porque a polícia estava nos forçando”, disse o pastor David. “Não sabemos o que assinamos”.

Depois de fazer os cristãos esperarem um pouco mais, a polícia os liberou por volta das 20h30, após confiscar alguns de seus pertences, como quatro Bíblias e livros cristãos, como se fossem evidências para acusá-los de conversão forçada, junto com um teclado, uma mesa, um diário e outros itens, disse ele.

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