As adolescentes Hassana e Hussaina Garba, irmãs gêmeas cristãs, foram sequestradas de sua casa, que fica ao lado da Igreja Evangélica Winning All (ECWA) na vila de Kwakware, no estado de Katsina, no noroeste da Nigéria.
Era 22h30 quando os sequestradores atiraram no pai das meninas, Ibrahim Garba, ancião da ECWA. Com ferimentos no estômago, o homem foi encaminhado para tratamento hospitalar, relatam fontes locais.
Os sequestros se tornaram galopantes no estado de Katsina nos últimos anos, e a maioria deles cometidos por Fulanis, predominantemente muçulmanos. Os casos violentos e crescentes fizeram o governador Aminu Masari, no ano passado, alertasse a tribo sobre os riscos que correm de ser alvo desses grupos radicais.
Morador da área de Kwakware, Charles Yahaya disse que sequestros há muito são um problema no estado de Katsina, e se intensificaram.
“Testemunhos e exposições na cena do crime mostram que os sequestradores eram muito organizados, muito informados sobre o alvo e fortemente armados”, disse Yahaya ao Morning Star News.
“Este é um incidente entre muitos. É o sequestro contínuo e direcionado de meninas cristãs no norte da Nigéria, depois do qual elas são convertidas à força ao Islã e casadas, tornando-se escravas sexuais. Algo está acontecendo em nosso país que precisa ser tratado de forma sistemática e coletiva por todos os cidadãos bem intencionados”, disse.
Sequestros e conversões forçadas
“É de partir o coração e a situação vem tornando insuportável; duas irmãs gêmeas cristãs foram sequestradas em sua residência”, disse Adamu ao Morning Star News por mensagem de texto. “Família de Cristo, ore por sua libertação segura das mãos de seus captores”.
Yahaya disse que outra adolescente cristã foi sequestrada em Soba, no estado de Kaduna, em 30 de agosto e forçada a se converter ao islamismo.
“Aliyah, uma jovem cristã que era a caçula de sete filhos e única filha de uma viúva, foi raptada no dia 30”, disse Yahaya. “Naquele dia fatídico, ela foi à igreja, mas nunca mais voltou para casa”.
“Sua mãe relatou o desaparecimento à polícia da área do governo local de Soba. Em 1 de setembro, os policiais disseram a ela que viesse à delegacia porque sua filha estava lá. Quando a mãe chegou lá, sem ela saber, Aliyah foi forçada a se converter ao Islã”, disse Yahaya ao Morning Star News.
“Aliyah negou completamente conhecer a mãe. No entanto, a mãe exigiu a libertação de sua filha. O DPO [Oficial de Polícia Divisional] recusou-se a atender a esse pedido, mas devolveu Aliyah aos sequestradores muçulmanos e mais tarde transferiu o caso para o Comando de Área de Zaria. Todos os esforços feitos pela mãe da menina e membros da igreja para que a menina voltasse para sua mãe não puderam produzir um resultado positivo”, disse.
Em 7 de setembro, a polícia transferiu o caso para a sede de Kaduna, alegando que o sequestro havia se tornado um conflito inter-religioso.
“A mãe, os advogados e o corpo cristão tentaram intervir, mas a polícia a deteve ilegalmente para ser apresentada ao Comitê Inter-religioso no estado de Kaduna”, disse Yahaya.
“À medida que as orações se intensificavam, a menina começou a chorar e implorar à polícia para que ela voltasse para casa. Mas a polícia insistiu em sua detenção ilegal para realizar o desejo de seus sequestradores de islamizar a jovem cristã”, relatou.
Depois de mais orações e do envolvimento de outros nigerianos bem-intencionados, a menina foi devolvida à mãe.
“Outros não tiveram tanta sorte e muitos ainda estão em risco. Meninas cristãs, muitas das quais menores de idade, desaparecem no caminho para a escola ou igreja. Algo precisa ser feito com urgência para deter tais atos inconstitucionais descarados”, apela Yahaya.
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