Sudão prende 9 extremistas islâmicos, acusados de incendiar igreja e ameaçar cristãos

Uma igreja havia sido incendiada cinco vezes, os cristãos decidiram enfrentar as ameaças feitas pelo grupo de extremistas e procuraram a polícia.

Fonte: Guiame, com informações da International Christian ConcernAtualizado: segunda-feira, 28 de dezembro de 2020 às 14:03
Homem adentra igreja nos arredores Cartum, capital do Sudão. (Foto: Reuters/Mohamed Nureldin Abdallah)
Homem adentra igreja nos arredores Cartum, capital do Sudão. (Foto: Reuters/Mohamed Nureldin Abdallah)

A polícia do Sudão prendeu nove extremistas islâmicos que têm conexão com uma série de incêndios criminosos em igrejas e ameaças a cristãos na área de Omdurman, em Dar El-Salam, na capital Cartum, segundo um relatório.

As prisões de nove, dos 14 acusados, foram feitas após o caso de um caso de incêndio provocado pelos criminosos em uma Igreja de Cristo sudanesa, em Omdurman, em cinco ocasiões distintas, disse Shanbago Awad Mugadam, advogado que auxiliou os cristãos com assistência jurídica, segundo a organização International Christian Concern.

A estrutura de reunião temporária da igreja foi destruída mais recentemente em 7 de agosto. Antes disso, havia sido queimada em 28 de janeiro, em 19 de janeiro e em 4 de janeiro. No ano passado, foi incendiada em 19 de janeiro.

Após os primeiros quatro ataques, a igreja optou por não registrar queixa, pois os fiéis haviam sido ameaçados. Caso buscassem ajuda da polícia, poderiam sofrer retaliações.

“Porém, depois da quinta vez, eles decidiram que queriam que a perseguição acabasse. Eles procuraram a polícia, mas foram informados de que nenhum relatório seria feito”, disse o ICC.

Os cristãos então contrataram Mugadam como advogado, que levou o caso aos tribunais. A polícia abriu um caso em dezembro e prendeu nove pessoas, desde então.

Pedindo aos cristãos que orem para que o caso seja justamente solucionado e que os ataques contra os cristãos no Sudão terminem, a International Christian Concern chamou as notícias recentes de "um bom sinal para o crescimento da liberdade e da democracia no país”.

Contexto

Enquanto um governo de transição, liderado pelo primeiro-ministro Abdalla Hamdok, foi empossado no ano passado, um "estado profundo" islâmico enraizado nos 30 anos de poder do ex-presidente Omar al-Bashir continua influente.

A Comissão dos Estados Unidos para a Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF) reconheceu cautelosamente as melhorias na atmosfera religiosa e política do país, depois que o presidente da comissão na época, Tony Perkins, visitou o Sudão em fevereiro.

“Somos gratos ao primeiro-ministro Hamdok e outros membros da ousada liderança de transição do país que se reuniram com a USCIRF para expressar seu desejo explícito de trazer uma nova era de abertura e inclusão para o país que sofreu por 30 anos sob a repressão religiosa brutal e autocrática”, disse Perkins na época.

“Ao mesmo tempo, entendemos que os desafios do país estão profundamente enraizados e pedimos à liderança a aja rapidamente para transformar esse otimismo em reformas tangíveis e significativas para todas as pessoas em todo o Sudão, como revogar formalmente o Artigo 126 do Código penal de 1991, que proíbe a ‘apostasia’”, acrescentou ele, se referindo à lei que proíbe muçulmanos de se converterem a outras religiões.

O primeiro-ministro Hamdok e outros funcionários do governo de transição se reuniram com a USCIRF em Washington, D.C., durante uma visita em dezembro passado, sendo a primeira vez em três décadas que líderes sudaneses visitaram Washington.

As autoridades também compartilharam na época como planejavam expandir a liberdade religiosa em um país que é classificado como o sétimo pior do mundo quando se trata de perseguição aos cristãos, de acordo com a lista mundial da Portas Abertas (EUA).

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