Terroristas separam cristãos de muçulmanos e cortam suas gargantas, em Moçambique

Os extremistas se disfarçaram com uniformes militares, reuniram a população em Nampula e perguntaram quem era cristão.

Fonte: Guiame, com informações de Aid to the Church in NeedAtualizado: segunda-feira, 10 de outubro de 2022 às 17:59
Os extremistas se disfarçaram com uniformes militares para matar os cristãos, em Nampula. (Foto: Aid to the Church in Need).
Os extremistas se disfarçaram com uniformes militares para matar os cristãos, em Nampula. (Foto: Aid to the Church in Need).

Terroristas separaram cristãos de muçulmanos e cortaram suas gargantas, em setembro, em Moçambique.

De acordo com a Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), organização cristã que apoia os cristãos perseguidos, no dia 5 de setembro, extremistas disfarçados com uniformes militares reuniram a população da província de Nampula. Eles separaram os cristãos dos muçulmanos e os assassinaram brutalmente.

“Isso nos foi dito por um dos irmãos de uma das vítimas. Ele disse que os terroristas estavam vestidos com uniforme militar, reuniram a população e disseram que era porque estavam aqui para salvá-los”, relatou o bispo local Alberto Vera Aréjula, à ACN.

“Quando todos estavam reunidos, começaram a perguntar quem era muçulmano e quem era cristão. Aqueles que se identificaram como cristãos, tiveram as mãos amarradas atrás das costas e suas gargantas cortadas. Um cristão conseguiu fugir e foi ele quem contou a história”.

Segundo o bispo, no dia seguinte, terroristas atacaram uma missão católica em Chipene e mataram a tiros a freira Irmã Maria de Coppi. Os extremistas também incendiaram a igreja e um centro de saúde da missão.

“Eu a conhecia, e ela era a imagem de uma mãe, estava realmente ajudando a todos com simples amor e humildade. E vamos abrir um processo para determinar se ela foi martirizada”, afirmou Alberto.

O líder disse que a freira ajudava crianças desnutridas em um pequeno quarto, onde havia leite e farinha.

“A Irmã que eles assassinaram trabalhava com bebês e crianças desnutridas, eles estão nos dizendo muito claramente que não nos querem lá”, afirmou.

Os terroristas que perseguem cristãos em Nacala são, em sua maioria, islâmicos fundamentalistas estrangeiros, conforme o bispo Alberto. 

E concluiu: “Por enquanto, não voltaremos lá, mas trabalharemos com a missão de outra forma”.

Perseguição a cristãos em Moçambique

O país é o 41º na Lista Mundial da Perseguição 2022, que classifica os 50 países em que os cristãos são mais perseguidos. 

Para os cristãos em Moçambique, a opressão islâmica é a forma mais comum de perseguição. De acordo com um parceiro da Portas Abertas, os ataques islâmicos radicais eliminaram a vida de muitos seguidores de Jesus.  

A brutalidade dos jihadistas aumentou e um dos grupos extremistas tem ligações com o Estado Islâmico. Outro problema é a presença de cartéis de drogas em algumas áreas, que torna a vida dos cristãos que trabalham com jovens mais difícil.  

Por meio de treinamento e capacitação econômica, a Portas Abertas concentra-se no auxílio emergencial aos cristãos afetados pelo aumento da violência no Norte de Moçambique.

 

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