Autoridades da China incendiaram Bíblias e forçaram os cristãos a assinar documentos renunciando sua fé. O momento em que as páginas das Escrituras foram queimadas foi registrado em vídeo por ativistas.
O presidente da organização China Aid, Bob Fu, publicou o vídeo no Twitter na última quarta-feira (5) informando que as Bíblias e cruzes foram queimadas pelo Partido Comunista da China na província de Henan.
“A última vez que a campanha de queima de Bíblias aconteceu no final dos anos 1960, pela esposa do ditador Mao, Jiang Qing, em Xangai. Ela foi presa em 1976, mas os cristãos cresceram em milhões. Isso nunca terá bem sucedido”, destacou Bob Fu em sua publicação.
#China CCP starts burning the Bible and crosses in Henan. Last time burning Bibles campaign happened in late 1960s by dictator Chairman Mao’s wife Jiang Qing in Shanghai. She was arrested in 1976 but Christians grew to millions. Will Never be successful河南文革重现,烧圣经十字架 pic.twitter.com/T5esv16NXI
— Bob Fu傅希秋 (@BobFu4China) 5 de setembro de 2018
Além da queima de Bíblias e cruzes, as autoridades chinesas têm forçado os cristãos a renunciarem sua fé através de documentos, para não perderem benefícios sociais, de acordo com a Fox News.
Bob Fu explicou que o governo está tentando "sinicizar" o cristianismo, impondo a religião com princípios nacionalistas e exigindo lealdade ao Partido Comunista.
Repressão comunista
Nos últimos anos, a China tem sido marcada pela repressão aos cristãos e igrejas. No domingo (9), uma das maiores igrejas protestantes em Pequim teve “materiais promocionais ilegais” confiscados pelas autoridades.
A Igreja de Sião, classificada como uma denominação “clandestina”, tem atraído centenas de fiéis em seus cultos durante anos na capital do país, mas 2018 vem sendo marcado por uma crescente repressão. Em abril, a igreja foi impedida de instalar câmeras de televisão no prédio e enfrentou ameaças de despejo.
O pastor Jin Mingri contou que as autoridades comunistas acusaram a igreja de realizar eventos sem ter registro, declarando a igreja “legalmente banida”. “Temo que não há como resolver essa questão com as autoridades”, disse Mingri à Reuters.
O Centro Americano de Direito e Justiça iniciou petições para abordar a repressão à liberdade religiosa na China. “O governo chinês está tentando impedir a disseminação do cristianismo. Essa perseguição flagrante não pode ser tolerada”, disse a organização em sua petição, que já foi assinada por mais de 40 mil pessoas até o momento.
“Estamos abordando a severa perseguição dos cristãos chineses nas Nações Unidas”, acrescentou a organização. “Estamos trabalhando internacionalmente para pressionar a China a parar de perseguir os cristãos”.
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