48% dos líderes evangélicos já foram punidos pela ‘cultura do cancelamento’, diz estudo

Cristãos têm sido alvo da atual cultura por causa da fé, das crenças e opiniões.

Fonte: Guiame, com informações de FaithwireAtualizado: sexta-feira, 16 de setembro de 2022 às 16:34
Pastores estão sendo cada vez mais cancelados pela cultura moderna. (Foto: Unsplash/Mateus Bola)
Pastores estão sendo cada vez mais cancelados pela cultura moderna. (Foto: Unsplash/Mateus Bola)

De acordo com a última pesquisa feita por um Conselho de Líderes Evangélicos, 48% dos pastores disseram que “já foram cancelados”. Essa porcentagem indica que quase a metade da liderança cristã encontrou dificuldades em seu ministério.

O relatório diz que os pastores relataram que “foram desconvidados, colocados na lista negra ou excluídos” por serem desaprovados diante da exposição de um ponto de vista. 

“A cultura do cancelamento é a prática de excluir qualquer pessoa, organização ou trabalho como forma de expressar desaprovação. Embora seja importante ter clareza sobre comportamentos inaceitáveis ​​e posições não ortodoxas, esse fenômeno dificulta o diálogo significativo, vulnerável e aberto sobre os desafios reais que enfrentamos”, disse Walter Kim, presidente da Associação Nacional de Evangélicos (NAE).

Casos de cancelamento

Em agosto, o pastor do Texas, Ed Young, disse  que foi cancelado pela Meta, o braço de mídia do Facebook e Instagram, depois que um anúncio pago de sua série de sermões “Woke or Awake” foi removido do Facebook.

“Bem, fui cancelado. Nossos amigos no Facebook acabaram de me cancelar. Nossa  equipe de mídia montou esses anúncios e os exibimos nas redes sociais. E, por alguma razão, Mark Zuckerberg e seus amigos não gostaram deles”, explicou Young. 

Enquanto isso, Phil Robertson disse ao Faithwire da CBN, que seu programa Duck Dynasty, foi interrompido pela A&E depois que ele foi questionado sobre sua opinião a respeito da homossexualidade em uma entrevista à revista GQ. 

“Custou-nos cerca de 10 milhões de dólares (mais de 52 milhões de reais), os patrocinadores que estavam nos ajudando. Eles me deixaram numa situação difícil — Se você falar sobre isso, significa que você não faz mais parte do programa”, compartilhou. 

Robertson disse que nunca entrou em contato com a A&E para se desculpar ou defender sua posição. “Devo amar a Deus com todo o meu coração, alma, força e amar o meu próximo”, justificou. 

O ‘deus’ do politicamente correto

“Podemos não vencer a guerra de relações públicas convencendo as massas a gostar de nós, mas podemos vencer a guerra pessoal — a guerra real — não caindo em estratégias destinadas a nos intimidar e a nos submeter ao ‘deus’ do politicamente correto”, escreveu Robertson num comentário. 

No ano passado, o líder de adoração, Sean Feucht, disse que foi  vítima da cultura do cancelamento depois que seu distribuidor digital bloqueou e baniu seu novo álbum.

Ele disse à CBN News, na ocasião, que a cultura do cancelamento estava “chegando para a igreja”.

“O governo Biden e esta era política em que vivemos, estão apenas encorajando essas empresas”, disse o cantor. “Temos que nos levantar e erguer  nossas vozes. Não podemos ser silenciados pela multidão”, continuou. 

Cristãos na mira

Os cristãos estão claramente sendo alvo de várias maneiras — seja por crenças políticas, convicções religiosas ou até por curtir um tweet. “É claro que você pode ser cancelado por qualquer coisa e os líderes evangélicos estão acordando para o fato de que são um alvo crescente”, disse o pastor da Christ Church em Nova Jersey, David Ireland.

Ele, porém, lembra que alguns cristãos também foram infratores, participando da cultura do cancelamento. “Dentro da igreja, cobrimos o comportamento da cultura de cancelamento com metáforas bíblicas e nos confortamos com referências bíblicas fracas para apoiar nossas ações mundanas”, disse.

“No entanto, depois de retirarmos a fala cristã como 'Fui levado a fazer isso' ou 'Deus entende', ainda é a cultura do cancelamento. Como sociedade, precisamos encontrar uma maneira de responsabilizar indivíduos e organizações por suas ações, mas não punir as pessoas por terem crenças que podem ser diferentes”, continuou. 

“Precisamos encorajar conversas sobre as diferenças. Vamos abrir nossas portas e pedir aos que têm diferenças que puxem um assento para a mesa. Afinal, foi assim que Jesus nos ensinou”, concluiu.

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