64% dos cristãos nunca levaram alguém à fé em Jesus, aponta pesquisa

Apenas 19% afirmam sentir pessoalmente a responsabilidade de compartilhar o Evangelho.

Fonte: Guiame, com informações do State GazetteAtualizado: quinta-feira, 17 de julho de 2025 às 14:23
Apenas 19% afirmam sentir pessoalmente a responsabilidade de compartilhar o Evangelho. (Foto: Unsplash/Ben White)
Apenas 19% afirmam sentir pessoalmente a responsabilidade de compartilhar o Evangelho. (Foto: Unsplash/Ben White)

Uma pesquisa recente do Barna Group aponta que 64% dos que se declaram cristãos dizem jamais ter levado alguém à fé em Jesus Cristo – nem uma única vez.

Quase dois terços dos cristãos que frequentam regularmente os cultos – cantando hinos, fazendo orações e lendo as Escrituras – nunca estiveram diretamente envolvidos na transformação espiritual de outra pessoa.

Isso revela um distanciamento entre a prática religiosa e o chamado evangelístico.

Mais preocupante ainda, a pesquisa mostra que apenas 19% afirmam sentir pessoalmente a responsabilidade de compartilhar sua fé.

Para a maioria, evangelizar parece ser uma missão que pertence a outros – líderes religiosos, missionários ou figuras públicas – e não uma responsabilidade individual.

O cristianismo tem como fundamento a proclamação das "boas novas" – o Evangelho. “Essas notícias eram tão transformadoras que os primeiros apóstolos arriscaram, e em muitos casos entregaram, suas vidas para anunciá-las ao mundo”, lembra o colunista Clayton Hayes.

O próprio Jesus comissionou seus seguidores com um chamado claro e universal: “Vão e façam discípulos de todas as nações” e não “vá e guarde para si mesmo”.

O que levou a essa mudança? Para começar, o clima cultural atual não favorece a partilha da fé, explica Hayes.

“Vivemos numa sociedade cada vez mais cautelosa – se não mesmo abertamente hostil – em relação a conversas religiosas, especialmente aquelas que sugerem que a verdade é mais do que apenas uma preferência pessoal.”

E continua: “Adicione a isso o medo de ofender alguém, o desconforto da rejeição ou simplesmente o constrangimento, e não é difícil entender por que muitos crentes se refugiam no silêncio.”

Negligência espiritual

A redução no alcance evangelístico não pode ser atribuída apenas às barreiras culturais ou sociais.

A pesquisa do Barna Group revela dados ainda mais profundos sobre o comportamento dos cristãos praticantes.

Segundo o levantamento, apenas 17% desses fiéis admitem não ter compartilhado o Evangelho nenhuma vez no último ano. Esse número não representa simples fracasso – é um alerta contundente sobre negligência espiritual e a desconexão entre convicção e ação.

“Não se trata apenas de uma deficiência pessoal; trata-se de uma mudança cultural dentro da própria Igreja”, avisa Hayes.

Que emenda: “Nos tornamos tão focados em eventos comunitários, programas sociais ou conteúdo online que podemos ter esquecido a simplicidade – e a urgência – de uma conversa cara a cara sobre a eternidade.”

Uma parte significativa do problema pode estar na compreensão equivocada sobre o que realmente é evangelizar.

Muitos cristãos acreditam, de forma errada, que é necessário ter formação teológica ou dominar uma apresentação impecável para compartilhar a fé.

“Mas, na maioria das vezes, conduzir alguém a Cristo começa com amizade, honestidade e disposição para falar sobre o que a fé significa para você. Não se trata de fechar uma venda, e sim de abrir uma porta”, afirma o colunista cristão.

Colapso do discipulado

Hayes diz que estamos vendo os efeitos do colapso do discipulado. De acordo com a Barna apenas 25% dos cristãos dizem se sentir confiantes para responder a perguntas sobre sua fé.

“Essa falta de confiança pode paralisar as pessoas. Mas também é um convite – para aprender, crescer e confiar que o Espírito Santo faz o verdadeiro trabalho, não nós”, diz Hayes.

Ele afirma que é claro que nem todos são chamados para pregar nas ruas ou liderar apelos em estádios. Mas todo cristão é chamado para ser uma testemunha.

“Isso pode significar orar por um amigo, compartilhar sua história tomando um café ou convidar alguém para a igreja”, diz.

Para ele, pequenos atos de coragem ainda contam – e às vezes eles abrem conversas que transformam vidas.

“A boa notícia é que evangelizar não é um jogo de números. Não somos julgados por quantas pessoas convertemos, mas por nossa fidelidade em apontar outros para Aquele que pode”, diz.

Mas Hayes diz que ainda assim, devemos ficar preocupados quando a maioria dos crentes passou a vida inteira sem nunca fazer apresentar Jesus para alguém.

“Talvez seja hora de uma reinicialização – um lembrete de que nossa fé nunca foi concebida para ser privada, silenciosa ou culturalmente segura. Se realmente acreditamos que o Evangelho é uma boa notícia, não é algo que podemos guardar para nós mesmos”, afirma.

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