O pastor sênior da Bethel Church, Bill Johnson, se abriu sobre seu processo de luto na segunda-feira (27), cerca de oito meses depois da morte de sua esposa, Beni Johnson, após enfrentar uma batalha contra o câncer.
Em um post no Facebook, ele compartilhou um artigo escrito por ele à Charisma Magazine, do qual ele se abre sobre “como Deus usa a dor para nos curar e confortar, enquanto nos aproxima Dele”.
“Beni, minha esposa há 49 anos, faleceu em 13 de julho do ano passado. Ela era o amor da minha vida. Começamos a namorar quando ela tinha 16 anos e eu 19. Nos casamos dois anos depois. Sou uma pessoa melhor em todos os sentidos porque ela esteve na minha vida”, iniciou Johnson no artigo, publicado em janeiro.
Bill Johnson relatou que nos últimos instantes da vida de Beni, seus familiares se reuniram em torno de sua cama em oração e adoração. “Quando ela deu seu último suspiro, nós adoramos”, disse.
“Deitei ao lado dela na cama. Meu primeiro instinto foi levantar minhas mãos e meu rosto para o Senhor e dar graças por Sua bondade. Ele é quem perdoa todas as nossas iniquidades e cura todas as nossas doenças. Não estávamos fingindo, em um esforço para parecer espirituais. Foi uma oferta. Nós éramos a oferta”, acrescentou o pastor.
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Johnson confessou ainda que já viu muitos sendo curados da mesma doença que levou sua esposa. “Você pode dizer: ‘Mas ela não foi curada!’ Isso é verdade. Mas minha experiência, ou a falta dela, nunca pode definir quem Deus é ou o que Ele prometeu. Sua Palavra é suprema sobre minha experiência.”
Não quero ser forte, quero ser fiel
O líder da Bethel Church diz que começou a aprender essa lição com a morte de seu pai, anos atrás. “Tive dúvidas, dor, confusão e uma luta geral com minha fé”, confessa. “[Mas entendi que] na eternidade não há dor, nem confusão ou arrependimento, e Ele enxuga todas as lágrimas.”
“Isso significa que, se eu puder louvá-Lo no meio deste mistério, terei dado a Deus algo que nunca terei chance de dar a Ele no céu”, afirmou. “Como não haverá dor ou perda no céu, estou dando a Ele um presente aqui e agora que me custa algo. Os verdadeiros sacrifícios custam.”
Johson destaca que “fingir que está tudo bem” ou que “coisas ruins não acontecem com os seguidores de Cristo” não ajudam. “Não tenho nada a provar, mas tudo a dar. Meu objetivo não é ser forte, é ser fiel – fiel a quem Ele é e, portanto, à pessoa que Ele me fez ser”.
Ele acredita que é importante atravessar o processo, mas não deixar que os problemas venham redefinir quem Deus é.
“Viver em negação me afasta da jornada necessária, que traz tanto o encontro com Deus que me transforma, quanto a cura do meu coração que torna o amanhã desejável”, disse.
E destaca: “A verdadeira fé não nega a existência de um problema. Em vez disso, a fé real nega ao problema um lugar de influência. As dificuldades da vida não têm o direito de nos redefinir ou nos direcionar.”
Reconhecendo a dor
Bill Johnson ensina que reconhecer a dor é o primeiro passo para a cura. “Estranhamente, reconhecer a dor costuma ser o caminho que nos leva à nossa maior promoção”, afirma.
Ele lembra que entregar a Deus o nosso louvor em meio ao luto “não remove automaticamente a dor”, mas é “o primeiro passo para a cura da alma”.
“Eu não venho diante Dele para fazer orações que soam religiosas. Também não oro para preencher uma cota ou para me sentir melhor em relação à minha espiritualidade. Faço isso para encontrar Seu amor nos lugares intocados do meu coração. Minhas orações devem ser reais; a honestidade convida à cura”, avalia.
Bill Johnson é pastor sênior da Bethel Church, na Califórnia. (Foto: Facebook/Bethel Church Redding)
O que fazer quando não entendo?
O pastor observa que muitos cristãos, no momento de dor, acusam a Deus ou as pessoas como forma de expor ou aliviar o sofrimento — algo que considera “desnecessário e imprudente”.
“O luto feito corretamente nos permite encontrar o consolo que precisamos no Espírito Santo, o Consolador. A forma como eu encaro o meu luto determina onde eu termino a minha jornada. Certas medidas e manifestações da presença de Deus só podem ser encontradas no ‘vale da sombra da morte’ (Salmo 23:4)”.
Ele diz que também entendeu que não precisa de respostas, mas precisa da presença de Deus. “O Espírito nos dá a paz que excede todo o entendimento — se abrirmos mão de nosso direito de entender”, afirma. “Não posso vincular minha obediência ao que entendo, ou terei criado um Deus à minha imagem.”
Johnson ensina que o luto pode nos levar a Deus, em busca de consolo e cura, ou pode nos levar à dureza de coração e incredulidade. “Não digo isso para aumentar a pressão de um momento já difícil. Digo isso para trazer sobriedade ao assunto, para que não usemos nossa dor como justificativa para viver de forma descuidada ou focar em nós mesmos de forma doentia.”
“Muitas vezes as pessoas perguntam por que algo aconteceu ou não. Minha resposta é bem simples: Ele não trabalha para mim. Eu trabalho para Ele. Deus não me deve uma explicação para nada”, frisou.
E então refletiu: “Devo ancorar minha alma em quem Ele é e no que Ele prometeu. Caso contrário, passarei meus dias vagando sem um senso de propósito, nunca decidindo por que estou vivo. Quem Ele é continua sendo o fundamento da minha vida.”
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