Demitida por se recusar a trabalhar no domingo, funcionária cristã ganha causa na justiça

Marie Jean Pierre, de 60 anos, alegou que não poderia trabalhar aos domingos, porque isso a impediria de guardá-los como o Dia do Senhor.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: segunda-feira, 21 de janeiro de 2019 às 13:39
Marie Jean Pierre foi funcionária do Conrad Hotel por 10 anos e demitida por se recusar a trabalhar nos domingos. (Imagem: Facebook; YouTube)
Marie Jean Pierre foi funcionária do Conrad Hotel por 10 anos e demitida por se recusar a trabalhar nos domingos. (Imagem: Facebook; YouTube)

Uma fervorosa funcionária cristã e mãe de seis filhos que foi demitida pelo Conrad Hotel em Miami, Flórida, por se recusar a trabalhar aos domingos, foi indenizada por um júri federal na segunda-feira da semana passada, depois de ela ter seus direitos religiosos violados.

"Eu amo a Deus. Não, eu não posso [trabalhar] no domingo, porque no domingo eu honro a Deus", disse a imigrante haitiana Marie Jean Pierre, de 60 anos, em entrevista à NBC 6 South Florida, na última quarta-feira (16).

O júri constatou que o Conrad Hotel foi injusto com Pierre, quando a demitiu por não aceitar trabalhar aos domingos, embora soubesse de seu envolvimento como missionária na igreja 'Soldiers of Christ' (Soldados de Cristo), que solicitava que ela não trabalhasse aos domingos, informou o jornal Miami Herald.

Pierre trabalhou no hotel de 2006 a 2016, mas foi apenas em 2015 que seu chefe, o gerente de cozinha George Colon, decidiu que ela teria de trabalhar aos domingos de qualquer maneira. Seus colegas de trabalho trocaram turnos com Pierre para ajudá-la a manter o propósito de guardar o domingo, mas após 9 anos, Colon finalmente exigiu que ela comparecesse aos turnos designados, e quando ela se recusou, foi demitida, em 31 de março de 2016.

O hotel alegou que ela foi demitida por má conduta, negligência e "ausências não justificadas", de acordo com o processo.

Pierre reagiu à demissão, processando o hotel, administrado pelo grupo 'HEI Hotels & Resorts', no Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito Sul da Flórida em maio de 2017. O Conrad Hotel também faz parte da rede Hilton.

"O réu retaliou contra a Autora, entre outras coisas, criando um ambiente de trabalho hostil para a Autora, repreendendo a Autora pelas suas crenças religiosas e terminando com a Autora", disse o processo de Pierre.

O advogado de Pierre, Marc Brumer, disse à NBC que o hotel argumentou no tribunal que não sabia que Pierre era uma missionária e nunca soube por que ela sempre se recusava a trabalhar aos domingos.

Pierre alegou que, em 2009, o hotel havia marcado para que ela trabalhasse aos domingos e informou que, se o fizessem, teria que renunciar. Para persuadi-la a não sair, no entanto, o hotel decidiu manter o pedido da funcionária até 2015.

Depois de ouvir o caso, um júri federal em Miami ordenou ao Conrad Hotel que pagasse a Pierre US$36.000 por salários perdidos, US$500.000 por angústia emocional, além de US$21 milhões em indenizações punitivas, segundo o Miami Herald.

Embora exista um limite para as indenizações por danos punitivos no tribunal federal, Brumer disse à NBC que espera que Pierre receba pelo menos US$500.000.

"Pedi US$ 50 milhões, sabendo que poderia receber US$ 300 mil", disse Brumer à NBC News. "Eu não fiz isso por dinheiro. Eu fiz isso para corrigir os erros".

Uma porta-voz do grupo Hilton disse à NBC que o grupo estava "muito desapontado com o veredito do júri, e não acredita que seja apoiado pelos fatos deste caso ou pela lei".

“Durante os 10 anos de Pierre no hotel, várias concessões foram feitas para acomodar seus compromissos pessoais e religiosos”, disse ela. “Pretendemos apelar e demonstrar que o Conrad Miami foi e continua sendo um local acolhedor para todos os hóspedes e funcionários. "

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