“Ex-travesti sim, porque Deus liberta e transforma”, diz jovem que abandonou mundo LGBT

Lucas Alves, que era conhecido como “Lunna Alves” entre os homossexuais, disse que precisou “ser levado ao inferno” para voltar para Deus.

Fonte: Guiame, Cris BeloniAtualizado: sexta-feira, 30 de setembro de 2022 às 12:54
Lucas Alves, antes e depois. (Foto: Reprodução/Montagem/Redes Sociais Lucas Alves)
Lucas Alves, antes e depois. (Foto: Reprodução/Montagem/Redes Sociais Lucas Alves)

“A batalha do diabo na minha vida começou desde quando eu era criança”, disse Lucas de Paula Alves, um jovem que viveu vários anos como travesti. Atualmente, com 24 anos, ele diz que se converter a Cristo foi “um divisor de águas” em sua vida. 

“Deus me mostrou quem realmente eu sou, Ele mostrou a minha verdadeira identidade, que tinha sido roubada pelo inimigo. O vazio que eu sentia, não foi preenchido na prática da homossexualidade, nem nas baladas ou nos vícios. Só o amor de Deus me completou e me fez sentir amado de verdade”, disse Lucas que se converteu em julho de 2020.

Em entrevista ao Guiame, ele contou detalhes de sua história e revelou que, por volta de 7 anos de idade, começou a sofrer abusos sexuais. “Um tio começou a abusar de mim, até me estuprar. Depois fui abusado sexualmente por alguns vizinhos”, contou ao compartilhar que, no total, foi abusado por 8 adultos.

Isso causou um trauma enorme na minha vida. Minha infância foi roubada muito cedo e eu via o mundo com outros olhos. Fui um menino assustado e traumatizado”, disse ao ressaltar que ao ver o pai sempre batendo na mãe, pensava em nunca ser como ele.


Lucas Alves quando se identificava como LGBT. (Foto: Reprodução/Redes Sociais Lucas Alves)

“Fui rejeitado pelo meu pai”

Lucas conta que o pai foi ausente e que o rejeitou: “Por ser rejeitado pelo meu pai, eu queria ser como minha mãe. Então, comecei a me vestir como ela. Cresci achando que aquilo era normal”. 

De acordo com Lucas, ele ficou “aprisionado” nesses pensamentos e, por perder a inocência de criança, passou a se relacionar com pessoas do mesmo sexo logo cedo. 

“Comecei a fumar aos 11 anos de idade. Comecei a me maquiar e usar roupas de mulher, frequentava baladas LGBT. Conheci o mundo da prostituição e das drogas”, lembrou.

Aos 14, ele começou a tomar anticoncepcional sob a orientação de um travesti que conheceu na escola. “Tomando hormônio feminino meu corpo começou a mudar e ele me disse que eu iria me parecer mais mulher”, lembrou. 

“Com 14 anos entrei para o mundo LGBT”

Lucas conta que, quando criança, tinha amigos na igreja, mas na pré-adolescência começou a ter amigos diferentes.

“E com 14 anos, já entrei para o mundo LGBT. Na igreja, as pessoas ficavam falando que eu sofria possessão demoníaca e isso fez eu me afastar”, disse.

“Comecei a andar com homossexuais, eles me apresentaram a balada e eu conheci a noite. Nessa época, comecei a gravar uns vídeos que viralizaram. Um deles, onde levei um choque em cima de uma árvore, foi compartilhado pelo Bruno Mars e pela Annita e isso abriu a porta da fama pra mim”, contou. 

“Depois disso, participei de vários programas de TV, fui na Eliana, Domingo Espetacular, Fantástico, Ratinho, Legendários e comecei a frequentar lugares onde havia pessoas famosas”, disse também.


Lucas Alves quando se identificava como LGBT. (Foto: Reprodução/Redes Sociais Lucas Alves)

Fama, drogas e prostituição

“A fama chegou e o inimigo me levou para lugares que pensei nunca poder ir”, contou sobre a época em que começou a fazer shows. Nessa época, Lucas disse que conheceu muitos influenciadores digitais

“Ganhei muito dinheiro, mas comecei a fumar maconha e a usar cocaína. Entrei no mundo dos vícios. Como eu estava sempre muito drogado, não conseguia mais fazer os shows, então comecei a me prostituir”, assumiu.

“Com 18 anos de idade eu era gerente de prostíbulos e boates, ajudando as cafetinas”, disse ao lembrar que, nessa época, ficou viciado em crack e gastou tudo o que tinha no vício. 

“Sentia um vazio”

Sem condições de se sustentar, Lucas conta que passou a comer do lixo e a dormir nas ruas. “Meus pais me internaram numa clínica em São Paulo”, conta ao revelar que lá conheceu um homem com quem “ficou casado” durante dois anos. 

Depois disso, ele começou a frequentar um terreiro de macumba. “Me iniciei como ‘filho de santo’ e recebia duas entidades”, revelou e disse que fez muitas maldades ali. 

“Quando entrava no meu quarto sentia um vazio. Tinha amizades falsas. Comecei a fazer trabalhos de bruxaria e maldade para os outros. Quem me via na internet, via um travesti amoroso e engraçado, mas não sabia o quanto eu era ruim por dentro”, confessou. 

Lucas voltou para o mundo das drogas: “Usei tanta cocaína que entrei em coma. Minha mãe entrou em desespero. Mas, nesse dia, Deus me levou para ver o inferno”, disse. 

 “Voltei para Deus quando Ele me levou para o inferno”

Lucas explica que entende que muitos dizem que Deus não leva ninguém para conhecer o inferno. “Mas ele me levou, eu sou uma dessas pessoas. Eu vi gente gritando, vi pessoas famosas ali. Era um lugar sujo, as pessoas queimavam no fogo, tinha bichos comendo a pele delas”, relatou.

“Eu via elas entrando em cavernas, mas saiam no mesmo lugar. Elas tentavam encontrar uma saída, mas não havia. E eu gritava para Deus: ‘Meu Pai, me perdoa’, mas eu sentia que Ele não me perdoava”, mencionou.

“Foi quando vi uma luz descendo naquele lugar e eu sabia que era Jesus. Eu ouvi uma voz forte, parecia um trovão. Ele me deu uma segunda chance. Quando Ele disse: ‘Volta para mim’, eu acordei. Parecia que eu estava dormindo, mas eu já estava em coma fazia alguns dias”, disse ao explicar que, enquanto teve essa experiência “no inferno”, estava ardendo em febre. 

"Deus teve misericórdia de mim, Ele me resgatou”

“Deus permitiu que eu fosse até aquele lugar sujo, até o inferno, para eu conhecer o lugar para onde eu seria levado. Ele teve misericórdia de mim, Ele me resgatou”, reconheceu.

“Eu iria pra lá como consequência dos meus erros e escolhas. Mas, quando acordei, não liguei muito para o sonho. Até que encontrei uma amiga”, disse ao se referir a uma jovem que também trabalhou com ele no prostíbulo. 

“Ela estava diferente, com uma saia até o pé, carregando o filho num carrinho de bebê. Ela disse que estava indo à igreja. Eu caçoei dela e disse: ‘Até ontem você estava na boate’. Mas ela me convidou para ir à igreja também. E eu fui”, compartilhou.

“Ali, um pastor foi usado para falar do sonho que tive. Ele disse que se fosse necessário, Deus me levaria de novo para aquele lugar. Foi forte demais para mim, entrei em desespero e comecei a chorar. Eu vi que era Deus mesmo”, frisou.

No mesmo dia, Lucas conta que cortou o cabelo e jogou todas as suas roupas fora: “Entreguei a vida a Jesus, abri mão de todos os meus desejos para viver a vontade de Deus. Hoje faço parte da Eira Church, aqui em Joinville”.

Embora haja uma resistência por parte da comunidade LGBT ao perder seus seguidores e até em reconhecer que muitos estão passando pela “destransiçao de gênero”, Lucas, que um dia trocou seu nome por Lunna Alves, enfatizou: “Sou um ex-travesti sim, porque Deus liberta e transforma. Atualmente, sou um testemunho vivo”, com essas afirmações, Lucas tem trilhado um novo caminho.

Hoje eu vivo uma vida digna e sou uma prova viva de que Deus transforma. Agora quero levar o meu testemunho para as igrejas e mostrar que para Deus nada é impossível”,  concluiu. 

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