Igreja mantém culto por mais de 700 horas para proteger família de refugiados, na Holanda

A igreja tem se baseado em uma lei do país, que impede a polícia de adentrar um templo durante a realização de um culto.

Fonte: Guiame, com informações do Quartz / Bethel Church in The HagueAtualizado: terça-feira, 27 de novembro de 2018 às 13:39
A Igreja Bethel está realizando na Holanda um culto que já passou das 700 horas para impedir que uma família seja deportada. (Foto: Archy news nety
A Igreja Bethel está realizando na Holanda um culto que já passou das 700 horas para impedir que uma família seja deportada. (Foto: Archy news nety

Na última segunda-feira (26), uma igreja holandesa ultrapassou 700 horas, realizando um culto ininterrupto para impedir que uma família de refugiados armênios seja deportada do país.

Sasun e Anousche Tamrazyan e seus três filhos, Hayarpi, Warduhi e Seyran fugiram da Armenia há cerca de 9 anos após Sasun ter recebido ameaças de morte e já vive na Holanda há quase nove anos.

No entanto, enquanto um juiz concedeu-lhes asilo, o governo conseguiu derrubar a decisão, de acordo com o jornal holandês Quartz. Um pedido de "perdão de crianças", teoricamente concedido a refugiados com filhos que viviam na Holanda por mais de cinco anos, também foi recusado.

A família pediu ajuda à Igreja Protestante Bethel e se refugiou no templo da denominação. Por lei, a polícia da Holanda é proibida de entrar em templos religiosos durante os cultos, por isso a igreja tem mantido desde 26 de outubro, um culto, que conta com o revezamento de pastores — até mesmo de outras congregações — e é a garantia de impedir a deportação dessa família.

Theo Hettema, presidente do Conselho Geral dos Ministros Protestantes, disse que a igreja queria criar um diálogo com o governo sobre o dilema desta família.

A igreja disse: "Fazemos o que sempre fazemos: um culto na igreja, mas depois continuamos — assim como a necessidade de ser apoiado é contínua. Fazemos isso para encorajar esta família a mostrar que estamos com eles como igreja, que existe um Deus que não deixa ninguém desamparado".

Movimentos anti-imigração de extrema-direita ganharam popularidade na Holanda.

Em seu site oficial, a igreja pediu orações pela família Tamrazyan, por sua membresia, sua liderança e por 400 outras crianças também ameaçadas de deportação, bem como doações e mantimentos para que o culto possa continuar no templo.

Como o culto entrou em sua quinta semana, a igreja ainda está precisando de voluntários para participarem do culto. Theo Hettema, o presidente do conselho geral dos ministros protestantes, compartilhou no Facebook um chamado a participar da iniciativa.

"O serviço de revezamento provavelmente ainda tem que funcionar por um tempo", escreveu ele, incentivando especificamente as pessoas disponíveis para os turnos da noite a entrarem em contato.

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