Marcela Taís revela ter sofrido abuso sexual na infância: “Ter fé me fez sobreviver”

Aderindo ao “Setembro Amarelo”, campanha brasileira de prevenção ao suicídio, a cantora Marcela Taís revelou que ela já foi vítima de abuso sexual quando era criança. Ela relata que apesar do acontecido, liberou perdão para seu agressor e não culpou a Deus.

“Eu achei que morreria (mas por dentro). Tinha 10 anos, e embora tenha tido pais tão cuidadosos ao ponto de na infância nem me deixarem dormir na casa das amiguinhas, não deixarem eu sentar em colo de adultos e até trancarem a porta do meu quarto quando alguma visita dormia em nossa casa, por menos suspeita que fosse... Aconteceu”, iniciou.

“E veio por onde menos se esperava. Sofri um abuso sexual. Não foi um estupro, foram carícias indevidas diversas por um longo período, fiquei muito confusa e com medo, entrei em pânico, não consegui reagir. Não havia socorro, todo mundo sabia que eu estava passeando na fazenda com ‘um parente confiável’. Pais, não confiem em ninguém”, alertou Taís.

A cantora ainda contou que seu pai e irmão a ajudaram quando souberam da agressão. “Doeu ver a angústia profunda e a frustração deles por não terem estado ali e, minha mãe, meu socorro emocionalmente. O problema é que demorei três anos para contar. Por ser um parente, quis poupar a esposa e os filhos do homem. Não façam isso”, pontuou.

“Até um dia que lembro-me desmoronar no chão da cozinha quando minha mãe, depois de tanto tempo insistindo, me perguntar angustiada: ‘Filha, você mudou! Era tão alegre e doce, agora é triste, o q aconteceu?’. Ouvir aquilo me quebrou, Deus não havia me feito para ser amarga! Sou viva demais para aceitar viver pela metade”, lembrou.

Deus não foi o culpado

Marcela Taís também deixou claro em seu texto que não culpou a Deus pelo que aconteceu. “Durante muitas noites chorando orei: ‘Ou isso me mata ou isso me fortalece! Deus, não irei te culpar embora não compreenda o porquê. Mas, se o Senhor prometeu que todas as coisas cooperam para aqueles que te amam, eu quero uma resposta’. Sem saber, meu ministério havia começado ali”, ressaltou.

“Aprendi a ser muito mais amável e a entender a dor do próximo, por isso quis ajudar com canções, decidi trocar maldição por bênçãos, manter a esperança! Não aceitei o refúgio da ‘pena’, não aceitei vida manca, a culpa não era minha! Inclusive, perdoei quem me feriu. Não que isso o liberou do erro, mas me liberou, voei alto em todos os sentidos e áreas da minha vida”, escreveu.

“Ter fé me fez sobreviver, Deus é justo e recompensador, ampara com amor avassalador. Não deixe a tristeza vencer, Ele pode curar qualquer ferida! Participe desta corrente encorajadora, conte sua história, tire foto com um papel escrito esta frase e use a tag #EuSobrevivi • #SetembroAmarelo”, finalizou.