Quando a Guerra da Ucrânia explodiu e os olhos do mundo todo se voltaram para o país, o repórter da Fox News, Benjamin Hall, se destacou na cobertura do conflito, com seu estilo de reportagem compassiva e seu sotaque britânico.
Mas, no dia 14 de março de 2022, Benjamin se tornou notícia, após ele e sua equipe serem bombardeados pelas forças russas, enquanto dirigiam pela Ucrânia.
"Nós reduzimos a velocidade para parar em um posto de controle abandonado e quando o carro diminuiu a velocidade, do nada veio a primeira bomba. Ela veio assobiando do céu, e pousou cerca de 9 metros à nossa frente. E nós rapidamente tentamos virar o carro, mas alguns segundos depois, a segunda bomba caiu bem ao lado do carro. E nesse ponto, eu desmaiei”, contou o jornalista, em entrevista à CBN News.
“Agora sei que foi quando tive os ferimentos faciais, estilhaços no olho e um grande pedaço na minha garganta e eu estava quase morto".
Nesse momento, Benjamin disse que teve uma visão. "Eu estava tão perto da morte quanto você pode estar, em uma escuridão total e silenciosa. E minha filha Honor, de 7 anos apareceu. Com toda a clareza, ela me disse: 'Papai, você precisa sair do carro. Você precisa sair do carro’. E meus olhos se abriram. Fui trazido rapidamente de volta ao mundo, e fui em direção à porta do carro. E logo depois que saí do carro, a terceira bomba atingiu o próprio carro. E aquela me jogou longe e fiquei inconsciente", lembrou.
Quando o repórter recuperou a consciência, percebeu que estava em chamas e que havia sofrido ferimentos graves.
"Estou pegando fogo. Minha perna direita se foi. Meu pé esquerdo se foi e estou rolando e tentando apagar o fogo”, afirmou.
Livrado da morte
O carro onde Benjamin e a equipe estavam ficou totalmente destruído. (Foto: Reprodução/CBN News).
Ele não conseguiu pedir socorro porque ficou sem sinal no celular. “E esse foi o momento em que você tem que orar”, comentou Benjamin.
Até que um veículo do exército ucraniano passou pelo local e fez o resgate. “Acordei logo depois disso em um hospital em Kiev. Mas eu sabia que não estava salvo porque não tinha como sair da cidade. E aí começou essa incrível evacuação liderada pela Save Our Allies, e eles mandaram uma equipe incrível que conseguiu me colocar no trem do primeiro-ministro polonês", relatou o repórter.
Ele teve que enfrentar uma viagem de trem de 10 horas para a Polônia. De lá, Benjamin foi enviado a uma base militar americana na Alemanha, onde recebeu tratamento.
O repórter da Fox News perdeu a perna direita, o pé esquerdo e um olho, e sofreu uma lesão grave na mão.
Seu amigo e cinegrafista Pierre Zakrzewski e o produtor ucraniano Sasha Kuvshynova, que formavam a equipe, não sobreviveram ao bombardeio.
O jornalista diz que contou com a ajuda de sua fé e de orações em todo mundo durante sua recuperação, que continua até hoje.
"Todos os dias eu recebia cartas. Eu recebia mensagens pelo correio e nas redes sociais de pessoas em toda a América, milhares delas enviando orações ou bênçãos. E toda vez que eu lia uma dessas, isso me dava aquele pequeno nível de força para avançar”, observou.
E testemunhou: “Agora estou muito mais perto de Deus. Me sinto mais perto do que antes".
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