Em um alerta ao discipulados entre os jovens, pesquisadores do Barna Group, uma empresa de pesquisa cristã dos Estados Unidos, disseram que a pandemia do novo coronavírus pode acelerar a perda de fé entre a próxima geração.
O presidente do Barna, David Kinnaman, e o diretor de insights, Mark Matlock, avaliam que a maioria dos jovens que cresceram na igreja vai se afastar da fé quando tornaram-se adultos, durante uma discussão sobre o impacto da pandemia em cristãos de 18 a 29 anos.
Os pesquisadores acreditam que a pandemia tornará esta crise de fé ainda pior, a menos que sejam tomadas medidas para conter seu impacto.
“Acho que veremos um número crescente de pessoas que perderam a conexão com sua comunidade de fé, com seus ritmos e práticas habituais. Na verdade, veremos um número crescente nos próximos anos e o impacto de longo prazo será ainda maior”, prevê Kinnaman.
“Sabemos que 22% dos jovens hoje são o que chamamos de 'pródigos'. Eles perderam totalmente a fé. Esse número cresceu o dobro de 11% há 10 anos. Portanto, é difícil saber como será em 10 anos, mas achamos que vai realmente acelerar esse problema”, explicou o presidente do Barna.
Matlock citou uma pesquisa que mostra que entre os jovens de 18 a 29 anos, que foram criados como cristãos, apenas 10% são considerados verdadeiros discípulos ou pessoas 'resilientes' na fé. Cerca de 22% não são mais cristãos e 30% são classificados como 'nômades' porque ainda acreditam em Deus, mas não estão conectados a uma igreja. Outros 38% são considerados 'frequentadores habituais da igreja', mas têm laços frouxos com Deus.
“É importante perceber que 22% simplesmente não vão mais à igreja. Eles disseram que não se identificam mais como cristãos, o que é muito sério”, disse Matlock.
Matlock sugeriu que as igrejas encontrem maneiras de fortalecer o relacionamento com essa geração e torná-los discípulos melhores.
“A pandemia acelerou a urgência em discipular os frequentadores habituais da igreja. Eles vêm às nossas igrejas com uma frequência muito boa, mas não estão realmente fundamentados em sua fé, prática ou crença. E essa é uma oportunidade que temos”, sugeriu.
Os pesquisadores acreditam que este grupo já estava com “a mão na porta” antes da pandemia. O impacto do fechamento de igrejas só fez com que eles “girassem a maçaneta e saíssem por ela”.
“Isso significa que temos que fazer conexões pessoais com esta geração”, acrescentou Matlock. “Precisamos chamar cada jovem com quem temos contato. Precisamos fazer uma conexão com eles. Perguntar como eles estão, descobrir como anda sua fé, como podemos ser a igreja para eles. Sabemos que os resilientes têm esses relacionamentos, os habituais não. É difícil tentar construir essas coisas na pandemia, mas isso é mais urgente agora”.
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