O que acontece com os bebês que morrem? Autores cristãos respondem

Ao Guiame, o teólogo Ciro Zibordi explicou que crianças imaturas herdarão os Céus, por ainda não terem o conhecimento do bem e do mal.

Fonte: Guiame, Cássia Oliveira, com informações do Voltemos ao EvangelhoAtualizado: quarta-feira, 24 de agosto de 2022 às 12:03
Diferentes correntes teológicas acreditam na salvação das crianças imaturas que falecem. (Foto: Imagem ilustrativa/Unsplash/freestocks).
Diferentes correntes teológicas acreditam na salvação das crianças imaturas que falecem. (Foto: Imagem ilustrativa/Unsplash/freestocks).

Grande parte dos cristãos, de diferentes correntes teológicas, acreditam na salvação das crianças que ainda não possuem maturidade para crerem no Evangelho. 

Para o teólogo pentecostal Ciro Zibordi, os bebês que falecem herdarão os Céus, porque não possuem consciência de seu estado pecaminoso e da justiça de Deus.

“O Senhor Jesus afirmou que delas é o Reino de Deus (Marcos 10:13-16). Nesse caso, crê-se que os tais infantes, caso venham a morrer, estarão protegidos pela graça preveniente e automaticamente salvos da condenação, haja vista não terem a capacidade de atender à condição exigida para o recebimento da salvação”, esclareceu Zibordi, ao Guiame.

Bebês nascem em pecado

O teólogo ressalta que embora todos os seres humanos já nascem em pecado, a Bíblia faz distinção entre as pessoas mentalmente maduras e imaturas para crerem na obra redentora de Jesus.

“As pessoas adultas, mentalmente maduras, quando creem no Evangelho, escapam da condenação, mas o Senhor não tira de dentro delas o pecado. Apesar de salvas pela graça, ainda possuem a natureza caída, a tendência para o mal”, observou o pastor Ciro, acrescentando que muitos confundem pecaminosidade com punibilidade.

E acrescentou: “Apesar de sermos redimidos pelo sangue de Cristo, continuamos sendo pecadores por natureza. E, ainda que tenhamos a certeza da vida eterna e de que nenhuma condenação há para nós, estamos sujeitos a pecar. Não é o fato de não pecarmos que nos livra da condenação, e sim o recebimento, pela fé, da graciosa salvação em Cristo”.

Sem consciência do bem e do mal

Segundo Zibordi, o julgamento divino leva em conta que os bebês não têm o conhecimento do bem e do mal e não praticam atos maliciosos conscientemente. 

“Embora as crianças mentalmente imaturas não sejam inocentes de nascimento — posto que herdaram o pecado de nossos primeiros pais —, elas são puras e vivem num “período de inocência”, por assim dizer”, afirmou.


Teólogo Ciro Zibordi. (Foto: Cortesia de Ciro Zibordi).

Citando a passagem bíblica de Apocalipse 21:8 e 22:15, que lista as más obras que condenarão os ímpios ao inferno, como prostituição, idolatria e feitiçaria, o teólogo questiona:

“De quais más obras o Justo Juiz acusaria os infantes que sequer alcançaram a maturidade necessária para entender o que é pecado?”.

E conclui: “Se a morte de uma pessoa ocorrer nesse período da vida, ela seria alcançada pela graça preveniente: “dos tais é o Reino de Deus. Essa argumentação me parece bastante lógica. Mas sabemos que, seja qual for o critério usado pelo Justo Juiz, Ele jamais condenará pessoas de modo arbitrário”.

Julgamento justo

O autor cristão Matt Perman vê essa questão da mesma forma. Para ele, embora todos estejam condenados devido à queda do homem, Deus executa seu julgamento apenas àqueles com capacidade de entender seu estado pecaminoso, a vontade de Deus e sua salvação.

“Os bebês, acredito, ainda não têm essa capacidade; e, portanto, da maneira inescrutável de Deus, ele os traz sob o sangue perdoador de seu Filho”, destacou Perman, em artigo para o blog Voltemos ao Evangelho.

O escritor citou um trecho de um sermão de John Piper para ressaltar sua opinião:

“Deus em sua justiça encontrará uma maneira de absolver de sua depravação crianças que morrem. Certamente será por meio de Cristo. Mas, além disso, estaríamos adivinhando. Me parece-me que a hipótese mais natural seria que os bebês crescerão no Reino (imediatamente ou com o tempo) e pela graça de Deus chegarão à fé para que sua justificação seja somente pela fé, assim como a nossa”.

Matt observou que não crê que Deus salva crianças que falecem porque são inocentes.

“Elas não são inocentes, mas culpadas. Ele as está salvando porque, embora sejam pecadoras, em sua misericórdia Ele deseja que a compaixão seja exercida sobre aqueles que são pecadores e ainda não têm a capacidade de compreender a verdade revelada sobre Ele na natureza e no coração humano”, disse.

Consolo aos enlutados

Para as pessoas que passaram pela perda de um bebê, Perman declarou que saber o que acontece com as crianças que morrem é uma boa forma de acalmar o coração. Mas, que também existe mais uma forma de consolo: confiar na bondade de Deus. 

“Este foi o texto de George Müeller no funeral de sua esposa Mary, que morreu de febre reumática em 1860. Seus três pontos foram: ‘O Senhor foi bom, e fez o bem, ao dá-la a mim. O Senhor foi bom e fez o bem, deixando-a por tanto tempo para mim. O Senhor foi bom e fez o bem, tirando-a de mim’”, comentou.

E concluiu: “Esse é o ponto de partida, a bondade de Deus — essa é a esperança para todos nós, a única esperança. Nosso cântico final é um apelo ao Espírito de Deus para nos afastar de tudo na terra que nos tente a não acreditar nisso”.

 

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