Pastor e cristãos de minorias étnicas são presos em Yunnan, na China

O crescimento do cristianismo entre alguns povos tem incomodado o Partido Comunista Chinês.

Fonte: Guiame, com informações de Bitter WinterAtualizado: terça-feira, 20 de setembro de 2022 às 12:28
Pastor Wang Shunping. (Foto: Reprodução Bitter Winter/Twitter)
Pastor Wang Shunping. (Foto: Reprodução Bitter Winter/Twitter)

Neste ano, o pastor Wang Shunping, que pertence à minoria étnica Nu e outros quatro cristãos, dos povos Nu e Lisu, na China, foram detidos e acusados ​​de “organizar e financiar atividades ilegais” em forma de encontros. 

O pastor Wang é muito popular na região onde vive. Ele é formado pelo Seminário Teológico de Yunnan e, supostamente, uma das razões pelas quais ele foi detido foi por ser músico e ensinar gratuitamente a alunos cristãos e não cristãos.

No final de agosto, a Igreja Cristã Reformada de Dashanli, no condado de Fugong, enviou um pedido de oração pelos cinco cristãos. 

Sobre a prisão

Na última sexta-feira (16), o pastor Wang foi formalmente preso. Ele permanece detido no Centro de Detenção do Condado de Fugong, na província de Nujiang .

Embora a intenção do Partido Comunista Chinês seja “erradicar o cristianismo” no país, entre os povos Lisu e Nu isso parece ser uma tarefa impossível. 

Conforme o Bitter Winter, o número de cristãos é extremamente alto entre as duas minorias étnicas. Por esse motivo, a estratégia do PCC é reprimir os pastores que são mais populares e forçar as igrejas domésticas a se juntarem à Igreja das Três Autonomias. 

Liberdade de expressão e religião atacadas pelo governo

No condado de Fugong, onde fica Nujiang Lisu, os cristãos se reúnem em igrejas domésticas para não chamar a atenção do PCC. Eles se recusam a fazer parte da Igreja das Três Autonomias — um movimento patriótico que busca controlar a religião no país.

Toda igreja registrada por esse movimento controlador passa a ser vigiada por agentes do governo e deve seguir as regras de Xi Jinping, incluindo a fiscalização dos sermões. Não há pregação que não seja antes analisada pelas autoridades.

Isso quer dizer que não há liberdade de expressão e nem de religião, pois os pastores não podem pregar exatamente conforme a Bíblia. Eles devem exaltar o governo e defender os líderes chineses, como se estivessem de acordo com eles. 


Igreja Lisu em Fugong, província de Yunnan, China. (Foto: Wikipedia/Gerard Willemsen)

‘O PCC tem uma verdadeira obsessão com a religião’

Na província de Yunnan, especificamente na região de Nujiang Lisu, 52% da população pertence às minorias étnicas Lisu e Nu. Ambas falam línguas tibeto-birmanesas. Nujiang Lisu é controlada por uma Prefeitura Autônoma.

Por lá, o “ativismo” dos departamentos de Segurança Pública e de Assuntos Religiosos realizou uma série de ataques a igrejas domésticas, conforme explica o Bitter Winter.

O Partido Comunista Chinês (PCC) tem uma verdadeira obsessão com a religião e hostilizam com violência as minorias étnicas que afirmam seus direitos. 

A maioria do povo Lisu confessa o cristianismo. Não há como saber o número exato de cristãos, mas a estimativa é de 300.000 a 700.000

Já o povo Nu representa um grupo étnico bem menor, onde prevalece uma fé tradicional, mas o Evangelho chegou para eles e muitos se converteram, porém, não numa proporção tão grande quanto a do povo Lisu. 

Ainda conforme o Bitter Winter, um fenômeno interessante ocorreu entre os povos Lisu e Nu, que eram tradicionalmente inimigos um do outro. Agora, em muitas igrejas cristãs, em Yunnan, pessoas de Nu e Lisu adoram a Deus juntas.

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