O pastor e autor Jimmy Evans refletiu sobre o que chamou de “uma tendência preocupante”, onde muitos pastores estão cada vez mais relutantes em ensinar profecias bíblicas e pregar sobre o fim dos tempos.
“Ao falar em igrejas por toda a América, frequentemente ouço as mesmas preocupações de colegas pastores sobre como lidar com esse assunto. No entanto, estou convencido de que evitar a profecia é um profundo desserviço às nossas igrejas, especialmente nestes tempos sem precedentes”, disse Jimmy em um artigo publicado no The Christian Post.
Conversando com outros pastores, Jimmy contou que identificou alguns pontos que explicam o porquê de tantos ministros hesitarem em pregar sobre as profecias bíblicas.
“Primeiro, muitos temem ser rotulados como pregadores sensacionalistas ou ‘pessimistas’. Em uma cultura que preza a positividade e as mensagens de autoajuda, ensinar sobre a Tribulação ou o Anticristo pode parecer desconfortavelmente negativo”, afirmou ele.
E continuou: “Outros se preocupam com a controvérsia. Com várias interpretações de passagens proféticas e debates sobre linhas do tempo entre os cristãos, alguns pastores preferem evitar esses tópicos completamente em vez de potencialmente dividir suas congregações. Muitos viram como os ensinamentos do Fim dos Tempos podem se tornar uma fonte de especulação doentia ou medo em vez de esperança e preparação”.
Além disso, Jimmy explicou que alguns pastores se sentem preparados para responder e ensinar sobre as complexidades da profecia.
“Lutar com as imagens apocalípticas da Bíblia, linhas do tempo complexas ou contextos culturais antigos pode ser intimidador. A tentação é ficar com passagens mais diretas e aplicações práticas da vida”, relatou ele.
‘Estamos negligenciando a Palavra de Deus’
Para Jimmy, embora essas preocupações sejam compreensíveis, ele acredita que elas não são se comparam às principais razões pelas quais os pastores devem ensinar as profecias bíblicas.
“Aproximadamente 30% das Escrituras lidam com profecia. Quando evitamos essas passagens, estamos negligenciando quase um terço da Palavra de Deus. Como podemos alegar pregar ‘todo o conselho de Deus’ enquanto evitamos sistematicamente uma porção tão significativa de Sua revelação?”, questionou ele.
“Também é importante que a profecia bíblica não seja primariamente sobre prever o futuro — é sobre conhecer o caráter de Deus e Seu plano perfeito para a humanidade. Quando ensinamos profecia corretamente, revelamos um Deus que está em total controle, que cumpre Suas promessas e que está trabalhando para que todas as cooperem para o nosso bem e Sua glória. Isso constrói fé e confiança em nossas congregações”, acrescentou.
O pastor destacou que o próprio Jesus enfatizou a importância de entender os sinais proféticos:
“Em Mateus 16:3, Ele repreendeu aqueles que conseguiam interpretar os padrões climáticos, mas não conseguiam discernir os sinais dos tempos. E com as manchetes de hoje parecendo cada vez mais se alinharem com as profecias bíblicas, nossas congregações precisam desesperadamente da lente profética das Escrituras para dar sentido aos eventos mundiais”.
E continuou: “Mais importante, ensinar sobre a profecia do Fim dos Tempos cria uma perspectiva eterna que transforma como os crentes vivem hoje. Quando as pessoas entendem que a história está se movendo em direção a uma culminação movida por Deus — que Jesus está literalmente retornando para estabelecer Seu Reino — isso muda suas prioridades, escolhas e senso de urgência em compartilhar o Evangelho”.
Como abordar a profecia de forma eficaz?
Por fim, Jimmy explicou como os pastores podem abordar as profecias bíblicas e falar sobre o fim dos tempos de forma eficaz. Para isso, ele ensinou cinco princípios-chave que aprendeu.
1º: “Sempre foque em Jesus, não em sensacionalismo. A profecia bíblica aponta, em última análise, para o retorno de Cristo e Seu reino eterno. Mantenha-o como foco, não especulação sobre detalhes específicos ou eventos atuais. Quando enfatizamos Jesus, a profecia se torna uma fonte de esperança e conforto, em vez de medo e pavor”;
2º: “Ensine o claro antes do controverso. Comece com os principais temas proféticos com os quais a maioria dos crentes concorda: o retorno de Cristo, a ressurreição dos crentes, o julgamento final e o Novo Céu e Nova Terra. Construa uma fundação antes de abordar aspectos mais complicados e controversos da cronologia do Fim dos Tempos”;
3º: “Enfatize a aplicação em vez da especulação. Ajude as pessoas a entender como a verdade profética deve impactar suas vidas hoje. O que significa viver como pessoas esperando o retorno de Cristo? Como o entendimento profético deve afetar nossas prioridades, relacionamentos e missão?”;
4º: “Mantenha a humildade e a graça em relação a diferentes pontos de vista. Reconheça que crentes sinceros podem discordar sobre detalhes proféticos enquanto permanecem unidos na verdade essencial de que Jesus está voltando. Seja um modelo de como manter convicções proféticas sem ficar com raiva ou divisivo”;
5º: “Conecte a profecia ao caráter e às promessas de Deus. Mostre como as passagens proféticas revelam a fidelidade, a soberania, a justiça e a misericórdia de Deus. Isso ajuda as pessoas a confiarem Nele mais profundamente, independentemente do que o futuro reserva”.
Jimmy destacou os últimos acontecimentos mundiais e alertou a Igreja: “O mundo está passando por abalos sem precedentes — pandemias, incerteza econômica, tensões geopolíticas e decadência moral. Nossas igrejas estão buscando respostas e esperança. A profecia bíblica fornece ambas: revelando que o caos de hoje é parte do grande plano de Deus que leva ao retorno de Cristo e ao estabelecimento de Seu Reino”.
“Não podemos mais nos dar ao luxo de ficar em silêncio. Sim, precisamos ensinar a profecia com sabedoria e cuidado. Mas precisamos ensiná-la. Nossas igrejas precisam da perspectiva eterna, da esperança e da motivação que vem da compreensão da profecia bíblica”, acrescentou.
“Quando ensinada corretamente, a profecia bíblica não atiça o medo — ela constrói a fé. Ela não promove a divisão — ela traz unidade em torno da esperança abençoada que temos em Cristo. Ela não leva à passividade, mas à preparação ativa para o maior evento da história humana. Chegou a hora de os pastores superarem sua relutância e abraçarem sua responsabilidade de ensinar toda a Palavra de Deus. Nossas igrejas nunca precisaram tanto disso”, concluiu.
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