Pastor visita igreja no Marrocos após pior terremoto no país: ‘Estão em oração’

Após visita em igreja evangélica marroquina, Jurjen de Groot deu um panorama sobre comunidade cristã local.

Fonte: Guiame, com informações do CvandaagAtualizado: sexta-feira, 15 de setembro de 2023 às 16:15
Église Évangelique Au Maroc Paroisse de Marrakech. (Foto: Reprodução/Cvandaag)
Église Évangelique Au Maroc Paroisse de Marrakech. (Foto: Reprodução/Cvandaag)

Jurjen de Groot, diretor da Igreja Protestante dos Países Baixos (Igreja Reformada Holandesa), visitou uma igreja evangélica no Marrocos, após o terremoto que atingiu o país na sexta-feira (08), com uma magnitude de 6,8, segundo os serviços geológicos norte-americanos.

O tremor, um dos mais destrutivos no mundo nos últimos anos, aconteceu nas montanhas do Atlas, a 80 quilômetros da cidade de Marraquexe.

Até o momento desta matéria, 2.860 pessoas morreram, principalmente nas aldeias montanhosas.

O pastor Jurjen, que também é diretor da Kerk in Actie (‘Igreja em Ação’, em tradução livre), uma organização holandesa que se dedica a atividades de caridade e ajuda humanitária, estava no Marrocos na ocasião da tragédia.

Jurjen visitou uma igreja em Marraquexe e descreveu o que encontrou:

“Quando cheguei lá na sexta-feira à noite, eles estavam apenas tendo uma reunião de oração. Duzentas pessoas oraram lá a noite toda.”

Muitos não sabem que existem igrejas em Marrocos. No entanto, a igreja evangélica foi fundada no país em 1907, diz o pastor.

Jurjen conversou com o pastor Thierry Nizigiyimana, que lidera uma delas.

“Esta igreja foi fechada depois que os franceses se retiraram de Marrocos. Mas como muitos estudantes e também migrantes de países africanos vêm para cá, uma igreja foi estabelecida novamente em 1990.”

Pastor Jurjen de Groot e sua esposa. (Foto: EOL)

Igrejas dependem de apoio de organizações cristãs

Atualmente, existem doze igrejas evangélicas com um total de 3.000 membros, incluindo esta igreja em Marraquexe, que é apoiada pela organização “Kerk in Actie” em sua formação teológica e no trabalho diaconal.

Jurjen conta que há muitas dificuldades para a igreja no Marrocos, embora não exista proibições:

“Vi que eles estavam recolhendo caixas para distribuir alimentos. Mas não é permitido fazer nada sem consultar o governo marroquino. É por isso que eles não podem tomar medidas imediatas.”

Essa realidade faz com que os cristãos precisem de apoio, como o oferecido pela Kerk in Actie, diz o pastor.

“A Kerk in Actie irá apoiá-los com uma contribuição extra para ajuda de emergência” nesta situação pós-terremoto, explica Jurjen.

Bênçãos como Igreja

Jurjen falou sobre suas bênçãos como igreja aos cristãos marroquinos:

“Precisamente porque tantas culturas se reúnem aqui, eles não se preocupam com a tradição. Todos são bem-vindos. É realmente uma questão de essência: em que acreditamos? Não evangelizam, mas são testemunhas vivas. Como resultado, eles têm muito impacto.”

O Pastor Nizigiyimana explicou sobre suas reais preocupação:

“Nossa igreja aqui consiste principalmente de estudantes. Todo aluno já está passando por momentos difíceis e só pode contribuir com um pouco do que tem. Portanto, é um desafio para nós sobrevivermos financeiramente. E muitos estudantes vêm e vão, por isso é difícil construir uma comunidade.”

Controle governamental

Jurjen de Groot conclui dizendo que “as igrejas são legalmente permitidas em Marrocos, mas há controle”.

“Todos que entram e saem da igreja são monitorados. Dizem que é para proteção, mas é por isso que poucos marroquinos vão à igreja. Então esse é o contexto em que eles são igreja”.

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