Em entrevista ao Guiame, o pastor e conferencista Hernandes Dias Lopes, reconhecido por sua seriedade no ensino das Escrituras Sagradas, disse que a atual pandemia é um dos sinais do fim dos tempos.
“No sermão profético, Jesus Cristo falou dos sinais que antecederiam sua segunda vinda. Dentre os vários sinais, como apostasia, engano religioso, guerras e terremotos, ele também falou das epidemias”, iniciou.
Hernandes destaca que, mais que uma epidemia, vivemos hoje uma pandemia. A proporção é global. “Nós já tivemos outras epidemias graves na história, como a peste negra na Europa e a febre espanhola, no começo do século 20, mas essa é diferente das demais. Talvez com menor letalidade, mas com maior abrangência, porque nenhum lugar da terra ficou sem ser afetado pela pandemia”, lembrou.
O pastor citou também as consequências da pandemia, entre elas a grave crise na saúde pública e a grave crise financeira dos países, que produziu uma espécie de recessão econômica no mundo inteiro. “Certamente, essa doença é sim um sinal da segunda vinda de Cristo, pois está dentro do que ele mencionou em seu sermão”, frisou.
Os sinais são progressivos
O pastor explicou que os sinais sempre estiveram presentes. “Mas na medida em que o tempo avança para o fim — e falando de fim como um dia específico da segunda vinda de Cristo, os sinais vão se intensificando”, explicou.
Hernandes esclarece esse pensamento apontando para a maior quantidade de terremotos na atualidade, em comparação com os séculos anteriores. O mesmo para as guerras, esfriamento do amor, aumento da iniquidade e apostasia.
Para ele, tudo isso faz parte das evidências de que breve Jesus voltará. Os selos estão se abrindo ao longo da história, desde a primeira vinda de Cristo. “Não quer dizer que, se algumas coisas aconteceram no passado, não acontecerão mais. A história é dinâmica”, esclareceu.
A atual pandemia está enfraquecendo ou fortalecendo as pessoas?
Conforme Hernandes, a pandemia trouxe consequências gravíssimas e não podemos ser insensíveis nesse ponto. “Há muitas famílias enlutadas, muitos irmãos nossos que partiram deixando saudade, e talvez alguns em situação difícil financeiramente. Muitos estão desempregados, há luto pelo mundo afora”, descreveu.
Muitos desanimam e muitos se fortalecem durante o caos, isso porque, segundo o pastor, há um ambiente propício para uma reflexão mais profunda acerca da vida. “Eu diria que o mesmo sol que endurece o barro, amolece a cera. A uns, uma pandemia dessa quebranta e a outros endurece. Só Deus pode discernir completamente todas essas coisas”, pontuou.
O que mexe com a estrutura das pessoas, segundo o teólogo, pode ser a falta de respostas em meio à tragédia. “O dinheiro não resolveu, pois estamos vendo os ricos morrendo, assim como os pobres. A Ciência não resolveu, pois cientistas e médicos também estão morrendo. A política também não resolveu, é curioso ver que os países considerados potências foram os mais assolados por essa pandemia”, observou.
O desafio é maior do que se imaginava. “As vacinas estão aí, mas podem surgir novas cepas que vão desafiar os novos conhecimentos e as novas tecnologias”, resumiu.
Hernandes Dias Lopes pregando o Evangelho. (Foto: Comunidade da Graça)
Deus está no controle
“Por mais terrível que seja a cena, devemos entender que Deus não é pego de surpresa, Ele não está em apuros e não perdeu o controle. Deus é soberano, está no trono e governa a história. A história não é um caminhão sem freio, ladeira abaixo. A história caminha para um fim, para uma consumação”, ponderou.
Enfatizando que “a vitória é de Cristo e da sua Igreja”, o pastor crê que “Jesus voltará e colocará todos os seus inimigos debaixo dos seus pés e entregará o Reino a Deus e Pai, para que Ele seja tudo em todos”, reforçou.
Por esse motivo, Hernandes exorta os cristãos para que não vivam desesperados e sem certeza, convicção ou esperança. “Nós temos plena segurança de que não importa o que vem pela frente — Deus continua sendo Deus e nós continuaremos sendo seu povo em total segurança, debaixo de suas asas onipotentes”, continuou.
“Cabe a nós, nos humilhar debaixo da poderosa mão de Deus, para que Ele nos envie o seu socorro e traga uma solução deste problema que aflige a humanidade. Precisamos depender mais de Deus do que dos homens, porque quando o socorro dos homens é falho, precisamos dizer como o salmista: Levanto os meus olhos para os montes e pergunto: De onde me vem o socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra (Salmos 121.1,2), citou.
Podemos esperar um avivamento em meio à pandemia?
"E, depois disso, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos. Os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os velhos terão sonhos, os jovens terão visões. Até sobre os servos e as servas derramarei do meu Espírito naqueles dias.” (Joel 2.28,29)
Mesmo com as evidências do cumprimento da profecia de Joel em Pentecostes (Atos 2), muitos afirmam que ela voltará a acontecer no final dos tempos. É correto pensar assim?
“Sim. Podemos e devemos preparar o caminho do Senhor para que Ele se manifeste e haja outro avivamento. Quando o Espírito Santo foi derramado [Pentecostes], as pessoas olharam com ceticismo, preconceito e zombaria, dizendo que os cristãos estavam embriagados. Pedro se levantou e disse que o que estava acontecendo era o que o profeta Joel havia profetizado”, respondeu e apontou para um texto relevante que faz parte desse cenário.
“Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos seus pecados, e receberão o dom do Espírito Santo. Pois a promessa é para vocês, para os seus filhos e para todos os que estão longe, para todos quantos o Senhor, o nosso Deus chamar.” (Atos 2.38,39)
O teólogo explica que aquela foi a vinda definitiva e histórica do Espírito Santo para estar com a Igreja. “Mas já vimos outros avivamentos no decorrer da história, como aconteceu na Reforma [Protestante], na Inglaterra e País de Gales no século 18, nos Estados Unidos no século 19, na Coreia do Sul e África do Sul no século 20 e tantos outros lugares. Então, nós podemos hoje, sim, esperar o avivamento”, confirmou.
E ainda disse que há muitas promessas de avivamento na Bíblia. “Quando a Igreja acerta sua vida com Deus, se arrepende, ora e busca, está preparando o caminho do Senhor. Ela não pode produzir avivamento e nem marcar data para o avivamento, mas ela pode preparar o caminho do Senhor para que Ele se manifeste. E esse é o papel da Igreja”, concluiu.
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