‘Santuário pró-vida’: Cresce o movimento de prefeitos que se apõem ao aborto nos EUA

Prefeitos se posicionam de acordo com a palavra de Deus e mais de trinta cidades adotam leis que protegem os bebês ainda no útero.

Fonte: Guiame, com informações de CBN NewsAtualizado: terça-feira, 29 de junho de 2021 às 13:39
Manifestantes pró-vida marcham no Rally for Life, no Texas, EUA. (Foto: Shelby Knowles/Texas Tribune)
Manifestantes pró-vida marcham no Rally for Life, no Texas, EUA. (Foto: Shelby Knowles/Texas Tribune)

Em 2019, a pequena cidade de Waskom, no leste do Texas, foi a primeira nos EUA a adotar uma lei local proibindo o aborto. Desde então, começou o movimento pró-vida das cidades-santuário.

Até agora, mais de 30 cidades [29 no Texas e 2 no Nebraska] adotaram uma legislação semelhante. O fundador do movimento, Mark Lee Dickson, disse à CBN News que quer ser obediente à palavra de Deus.

“Amós 5.15 diz que devemos odiar o mal, amar o bem e estabelecer a justiça nos tribunais. Essa palavra me inspirou a focar no problema do aborto em nível local”, disse Mark. 

A cidade de Lebanon, em Ohio, é uma das mais recentes a se declarar uma “cidade santuário” para os nascituros. Assim como em Waskom [Texas], não há clínica de aborto na cidade, mas os líderes dizem que essa não é a questão.

“Muitas vezes, é uma questão de posicionamento da autoridade eleita. Precisamos tomar essas decisões”, disse a prefeita de Lebanon, Amy Brewer ao CBN News. 

Santuário pró-vida

A prefeita explica que as autoridades municipais decidiram que era estratégico proibir o aborto preventivamente, em vez de arriscar que alguém abrisse uma clínica na cidade.

“Sem ser pró-ativo, nada disso estaria acontecendo e não seríamos capazes de impedir”, disse Amy. O conselho municipal de Lebanon aprovou por unanimidade a portaria 2021-053, na frente de uma multidão, no final de maio. Isso aconteceu mesmo depois de quatro horas de comentários públicos e de manifestações contra a decisão da prefeitura.

A ONG norte-americana de Ohio, ACLU (American Civil Liberties Union), que defende “direitos e liberdades individuais” disse que “os políticos anti-aborto no Lebanon não devem interferir na vida das pessoas e nos cuidados de saúde”. 

Amy se defendeu afirmando que, como o Lebanon não tem clínica de aborto, a lei não faz nada para impedir que as mulheres locais busquem outras cidades quando desejam realizar o procedimento.

"As pessoas da nossa cidade possuem as mesmas oportunidades que as outras pessoas e têm recursos e capacidade de tomar decisões como sempre tiveram”, justificou. Para as mulheres que enfrentam uma gravidez inesperada, existe uma clínica em Lebanon que oferece testes, ultrassom e aconselhamento gratuitos.

Os líderes da cidade atribuem a um estudante universitário, Joshua Beckmann, 19 anos, a ideia da lei. “Deus simplesmente colocou isso em minha mente — uma cidade santuário para os que ainda não nasceram”, disse.

Biden também foi citado, mas com outra conotação. O forte apoio ao aborto do atual presidente fez com que os políticos pró-vida se movimentassem para defender o seu povo. 

“O presidente Biden disse que deseja o acesso ao aborto disponível em todos os códigos postais deste país. Mas nós temos o nosso próprio código postal e vamos proteger as pessoas daqui”, disse o conselheiro Adam Mathews.

“O tribunal vai nos ouvir”

Segundo Mike Gonidakis, o presidente do Ohio Right to Life, disse que espera ver outras cidades aprovando leis que protejam a vida. “Você vai começar a ver cidades, vilas e aldeias em todo o estado passando por isso. Nós acreditamos que muitos vão aprovar essa iniciativa”, comentou.

Mark Lee Dickson já adiantou que pelo menos seis estados demonstraram interesse. A grande esperança para os líderes pró-vida é que existem casos com potencial para derrubar a lei Roe vs. Wade [caso judicial pelo qual a Suprema Corte dos Estados Unidos reconheceu o direito ao aborto]. 

“Podemos enviar cartas e e-mails, mas se nossos governos locais lhes disserem, por meio da aprovação de portarias como leis, que queremos acabar com isso, o tribunal vai nos ouvir”, concluiu Mike.

Este conteúdo foi útil para você?

Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia

Siga-nos

Mais do Guiame

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições