A descoberta de antigas placas de argila no Iraque está esclarecendo a vida cotidiana dos judeus exilados na Babilônia, há cerca de 2.500 anos. São mais de 100 tabuletas, cada uma do tamanho da palma da mão de um adulto, que mostram os detalhes e acordos feitos entre judeus expulsos de Jerusalém e o rei Nabucodonosor, por volta de 600 a.C.
"Nós começamos a ler as placas e em poucos minutos estávamos absolutamente atordoados. Elas preenchem uma lacuna crítica na compreensão do que estava acontecendo na vida dos judeus na Babilônia mais de 2.500 anos atrás", disse Filip Vukosavovic, especialista na Babilônia antiga, Suméria e Assíria.
Nabucodonosor, um poderoso governante da Babilônia, foi a Jerusalém várias vezes enquanto procurava espalhar seu reino. Uma dessas visitas coincidiu com a destruição do primeiro templo de Jerusalém em 586 a.C., onde ele forçou o exílio de milhares de judeus.
"Eles não eram escravos", disse Vukosavovic. "Nabucodonosor não era um governante brutal em relação a isso. Ele sabia que precisava dos judeus para reanimar a economia babilônica." Um exemplo disso foi Daniel, um homem posicionado em Deus que se tornou o braço direito de Nabucodonosor.
As tabuletas também detalham a vida de uma família judaica ao longo de quatro gerações, começando com o pai, Samak-Yama, passando para seu filho, depois o neto e o próximo neto com cinco filhos, todos com nomes hebraicos bíblicos.
"Nós até sabemos os detalhes da herança feita para os cinco bisnetos", disse Vukosavovic. "Por um lado são detalhes chatos, mas por outro, você aprende muito sobre quem são essas pessoas exiladas e como viviam."
Vukosavovic descreve as placas como o complemento de um quebra-cabeça de 2.500 anos. Enquanto muitos judeus voltaram para Jerusalém, quando os babilônios permitiram sua libertação após 539 a.C., muitos outros ficaram e construíram uma vibrante comunidade judaica, que durou dois milênios.
A exposição das peças está acontecendo no Museu Terras Bíblicas, em Jerusalém.
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