Universidade de Brighton pede a remoção da palavra 'Natal' por ser muito ‘cristocêntrica'

A “Nova Orientação de Linguagem Inclusiva” sugere que seja usado o termo “período de fechamento de inverno” para não ofender os não cristãos.

Fonte: Guiame, com informações de Dailymail e Premier Christian NewsAtualizado: sexta-feira, 16 de dezembro de 2022 às 14:34
Decorações da Universidade de Brighton. (Foto: Facebook University of Brighton)
Decorações da Universidade de Brighton. (Foto: Facebook University of Brighton)

A Universidade de Brighton, na Inglaterra, aconselhou seus funcionários a evitar o uso da palavra “Natal” ao se comunicar com os alunos, por fazer parte de um vocabulário “centrado no cristianismo”. 

Segundo os argumentos da liderança, falar em Natal pode ser algo “ofensivo” para os não cristãos. 

A Universidade disse que as novas sugestões linguísticas estão na “Nova Orientação de Linguagem Inclusiva”, que contém nove páginas e que o material foi preparado com as contribuições de funcionários e alunos.

No documento enviado aos palestrantes, a sugestão é que no lugar da palavra “Natal” seja usado o termo “período de fechamento de inverno”.

‘O conselho é ridículo’

Segundo informações do Premier Christian News, a orientação foi criada para incentivar os funcionários a cumprir a “Lei da Igualdade de 2010”, que protege legalmente as pessoas contra a discriminação.

Graham Nicholls, diretor da Affinity — uma rede de mais de 1.200 igrejas e organizações evangélicas no Reino Unido e na Irlanda — disse que achou o conselho “ridículo”. 

Nicholls, que é pastor de uma igreja no condado de Sussex, disse: “O fato é que todo mundo sabe que esse período de férias está ligado ao Natal, que é uma festa cristã”.

“É por isso que temos folga, é por isso que há decorações. Portanto, quaisquer que sejam suas afiliações religiosas, tentar retocá-las é apenas ridículo. Se é realmente ofensivo para os não cristãos, eu não tenho tanta certeza. Não estamos pedindo a ninguém que celebre o Natal conosco”, continuou. 

Universidade se defende

Um porta-voz tentou defender o posicionamento da universidade dizendo que “a palavra “Natal não é proibida no campus e que a orientação sugere alternativas e não dá mandatos”. 

“Esta orientação foi produzida com nossa equipe e alunos e faz parte de nosso compromisso compartilhado de tornar Brighton um lugar onde todos se sintam respeitados e valorizados. A orientação é exatamente essa”, disse ele ao veículo de comunicação. 

“As palavras não são 'proibidas' em Brighton, nem o Natal, como fica claro nas decorações e árvores de Natal em nossos prédios e em nossos campi”, disse ainda. 

Sobre a Nova Orientação de Linguagem Inclusiva

De acordo com o Dailymail, entre as sugestões das nove páginas da “Nova Orientação de Linguagem Inclusiva”, está que a palavra “Natal é muito cristocêntrica”.

Os professores também foram orientados, através do texto, a não perguntar aos alunos “qual é o seu nome de batismo?”, em vez disso, apenas perguntar “qual é o seu primeiro nome?”.

O “manual” ainda diz o seguinte: “A linguagem e o significado são fortemente condicionados pelas normas dominantes da cultura em que existem”.

Além disso, diz que “atitudes, equívocos e estereótipos predominantes estão embutidos nos modos de comunicação, e esses fatores às vezes se refletem — conscientemente ou não — na linguagem que usamos quando nos comunicamos e nos referimos aos outros”. 

“Isso significa que a comunicação, tanto oral quanto escrita, pode ser ofensiva mesmo quando não é nossa intenção”, diz ainda o texto. 

‘Ignorem e tenham um bom Natal’

Andrew Allison, da Freedom Association — organização que defende as liberdades civis, entre elas a liberdade de expressão e de religião — fez um alerta: “Supõe-se que as universidades sejam lugares onde as ideias são debatidas livremente”.

Ele também sugeriu que os funcionários e alunos ignorem os conselhos da universidade, que ele também apontou como “ridículos” e que tenham um bom Natal.

Para Allison, o real objetivo da Universidade é “evitar o uso de linguagem centrada no cristianismo”.

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