20.000 pessoas marcham em silêncio contra lei do aborto na Irlanda do Norte

Pesquisas dizem que mais de 60% dos irlandeses são contra a nova legislação, que foi aprovada sem consulta pública.

Fonte: Guiame, com informações do Evangelical FocusAtualizado: segunda-feira, 9 de setembro de 2019 às 17:12
Manifestantes se reuniram em frente ao prédio do parlamento em Belfast. (Foto: Reprodução/Twitter)
Manifestantes se reuniram em frente ao prédio do parlamento em Belfast. (Foto: Reprodução/Twitter)

Milhares de irlandeses protestaram na sexta-feira (06) contra uma mudança de lei proposta pelo Parlamento para a legalização do aborto até 28 semanas na Irlanda do Norte. Atualmente, o aborto é permitido apenas em circunstâncias limitadas.

O NI Voiceless, grupo que organizou a reunião, disse que muitos cidadãos da Irlanda do Norte ficaram frustrados porque "não foram questionados sobre essa mudança antidemocrática, que não reflete a opinião pública ou política aqui".

Os manifestantes caminharam em silêncio e pararam em frente ao Parlamento da Irlanda do Norte, o Stormont. Lá, eles acenderam as luzes por seis minutos, representando os seis condados do país.

Evangélicos se juntam ao protesto

Peter Lynas, diretor da Aliança Evangélica da Irlanda do Norte, disse que a reunião foi aberta a todos, pois milhares queriam protestar porque "não fomos consultados” como se as pessoas não tivessem voz.

Ele pediu aos políticos que “voltem para lá [Parlamento] e façam os negócios necessários para impedir que a lei do aborto seja aprovada, porque não é isso que o povo da Irlanda do Norte deseja”.

Lynas disse que é uma "farsa absoluta" impor a lei ao povo "sem regulamentação adequada".

"Estávamos 20.000 ou mais pessoas reunidas neste local dizendo 'não', não podemos fazer muito mais do que isso, [mas] esse é o nosso papel, para protestar. Entregamos isso a políticos e confiamos em Deus neste momento. Agora, 100.000 pessoas estão vivas na Irlanda do Sul porque não temos essa lei. Não queremos que isso mude", acrescentou Lynas. "Queremos ser um farol de esperança e um farol de luz".

"Ambas as vidas importam"

O grupo de defesa cristã CARE também se juntou ao protesto.

"Há uma verdadeira raiva e inquietação aqui sobre como Westminster impôs mudanças sociais tão profundas na Irlanda do Norte sem nenhuma consulta", disse o grupo.

"Nossa lei atual sobre o aborto é afirmativa e acreditamos que ela envia uma mensagem positiva de que tanto a vida de mães quanto de bebês é importante", explicaram.

Outras organizações e igrejas cristãs também se juntaram ao protesto.

Próximos passos

Arlene Foster, líder do DUP (Partido Sindicalista Democrático, o maior partido sindicalista do parlamento), juntou-se aos protestos dizendo que as pessoas deveriam "ficar juntas" para proteger "ambas as vidas".

Logo após o protesto de sexta-feira, a NI Voiceless pediu para "defender o valor da vida humana", apoiando grupos que trabalham em nome dos nascituros e incentivando as pessoas a "servir mulheres e famílias".

Contexto

Em 10 de julho, o Parlamento de Westminster do Reino Unido (Londres) votou para introduzir emendas ao projeto de lei da Irlanda do Norte que introduziria grandes mudanças nas leis de aborto - a menos que a Assembleia da Irlanda do Norte (Parlamento) fosse restaurada antes do final de outubro.

É improvável que isso ocorra após dois anos em que não está funcionando.

Representantes políticos, organizações pró-vida (incluindo cristãos) e demais cidadãos se manifestaram nos últimos meses dizendo que essas mudanças não representam a vontade da maioria do povo da Irlanda do Norte.

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