Após venda em farmácias, pílulas abortivas são distribuídas em clínicas de Nova York

Pílulas abortivas já estão disponíveis e sendo entregues gratuitamente em clínicas de saúde de Nova York, conforme anunciado pelo prefeito Eric Adams nesta terça-feira (17).

A medida vem apenas alguns dias após a autorização da venda de pílulas abortivas em farmácias de varejo nos EUA, incluindo as drogarias locais e as grandes redes, tornando ainda mais fácil o aborto químico às americanas.

A distribuição gratuita do medicamento em Nova York começou nesta quarta-feira (18) pela clínica do Departamento de Saúde e Higiene Mental do Bronx.

Outras três clínicas no Brooklyn, Manhattan e Queens também devem começar a distribuir as pílulas para aborto até o final do ano, informou o gabinete da governadora.

Os quatro locais juntos poderão entregar até 10 mil pílulas abortivas por ano, além dos comprimidos dispensados pelo sistema hospitalar da cidade, onde a medicação já está disponível.  

‘Saúde da mulher’

Segundo informa o The Hill, a justificativa das autoridades diz respeito a “definir uma agenda para reparar as desigualdades de assistência médica para as mulheres na cidade”. 

“Por muito tempo, a saúde e os cuidados com a saúde estiveram centrados nos homens. Se os homens tivessem menstruação, papanicolau e menopausa, eles teriam férias pagas. E se os homens pudessem engravidar, não veríamos o Congresso tentando aprovar leis que restringem o aborto”, disse Adams em um discurso abrangente sobre a saúde da mulher.

“Temos estado à margem da saúde da mulher por muito tempo e eu pessoalmente vi em primeira mão como o sistema de saúde está decepcionando nossas mulheres”, acrescentou o prefeito.

A mudança para oferecer as pílulas gratuitamente nas clínicas financiadas pela cidade visa ajudar os pacientes a contornar os obstáculos econômicos e de seguro que podem enfrentar nos hospitais, diz o The Hill.

Aborto medicamentoso

“Nenhuma outra cidade no país ou no mundo tem um departamento de saúde pública que forneça aborto medicamentoso. Nós somos os primeiros”, vangloria-se Adams. 

O anúncio faz parte da mudança na “Agenda de Saúde Feminina da Cidade de Nova York”.

“Já passou da hora de quebrarmos tabus e fazermos da cidade de Nova York um modelo para o futuro dos cuidados com a saúde da mulher. Vamos construir uma cidade que está aqui para todas as mulheres e meninas”, disse Adams. 

Especialistas explicam que as pílulas abortivas já são utilizadas em mais da metade dos procedimentos de interrupção da gravidez nos Estados Unidos. Elas estão cada vez mais no centro da batalha política e jurídica pelo direito ao aborto.

Conforme um estudo realizado pelo Instituto Guttmacher, mais da metade dos abortos recentes nos EUA foram realizados com pílulas abortivas.