Os pais de Archie Battersbee apresentaram outro pedido de última hora, desta vez ao Supremo Tribunal, pedindo a transferência do filho para um hospital psiquiátrico a fim de que ele continue a receber tratamento paliativo.
Uma audiência no Tribunal Superior pode ocorrer ainda hoje, mas não há confirmação, de acordo com o Christian Concern. O Royal London Hospital, onde Archie se encontra no momento, se opõe à transferência.
Ontem à noite, o NHS — Sistema de Saúde da Inglaterra — estabeleceu outro prazo, após a recusa do Tribunal Europeu de Direitos Humanos (ECHR) em considerar o caso.
A família também foi informada de que o NHS Trust — que é o setor de fundos do NHS — se oporia a qualquer movimento dos pais para transferir Archie para outro local. Por diversas vezes, os pais ouviram sobre a ameaça de retirar o suporte de vida do menino.
Caso semelhante
Atualmente, a família de Archie tem enfrentado momentos difíceis para manter o filho vivo através de máquinas, na esperança de que ele volte à consciência. Conforme o Christian Concern, o clima é pesado no hospital, diante de tantas controvérsias.
Os advogados solicitaram que o oxigênio paliativo seja dado a Archie, caso ele realmente seja removido e transferido para outro hospital.
Isso os fez relembrar o caso de Alfie Evans, em 2018, quando a família não foi legalmente autorizada a lhe dar oxigênio quando o suporte de vida foi retirado. Traumaticamente, isso levou os membros da família a fazerem respiração boca a boca enquanto ele tentava respirar.
‘Oro para que o Supremo Tribunal faça a coisa certa'
Respondendo à notícia, a mãe de Archie, Hollie Dance, disse: “Se Archie não receber oxigênio quando o suporte de vida for removido, continuarei dando oxigênio a ele.
“Oro para que o Supremo Tribunal faça a coisa certa. Se eles recusarem a permissão para levá-lo a um hospital psiquiátrico e também recusarem o oxigênio paliativo, será simplesmente desumano”, ela observou.
“Todo o sistema está contra nós. A lei deve passar por uma reforma para que nenhum pai ou mãe tenha que passar por isso. Vamos lutar pelo direito que Archie tem de viver”, disse ainda.
Pedido negado pelo Tribunal Europeu de Direitos Humanos
Os pais de Archie lamentaram que o Tribunal Europeu de Direitos Humanos (CEDH) tenha rejeitado o pedido legal urgente pela vida de Archie.
Em uma carta à família e sua equipe jurídica, a carta dizia: “Lamentamos informar que, em 3 de agosto de 2022, o Presidente do Tribunal decidiu não indicar ao governo do Reino Unido, nos termos do artigo 39 do Regulamento do Tribunal, a medida provisória que você está buscando. Portanto, o Tribunal não interferirá nas decisões dos tribunais nacionais para permitir que o tratamento com o suporte à Archie Battersbee continue”.
A família recebeu ofertas de médicos no Japão e na Itália para tratar de Archie e disse que está considerando essas opções.
Como tudo começou
O menino de 12 anos participou do “desafio do apagão”, uma brincadeira de mau gosto que estimula a asfixia para chegar ao desmaio. A tal brincadeira estava sendo propagada de forma online.
Ele foi encontrado inconsciente pelos pais, no dia 7 de abril, com um cordão no pescoço. Enquanto os médicos discutiam a possibilidade de morte cerebral, uma juíza ordenou aos profissionais que desligassem o suporte de vida de Archie.
Porém, o menino havia sido declarado como “provavelmente morto”, ou seja, não havia ainda uma conclusão por parte dos médicos.
Os pais alegam que o filho ainda está vivo e que seu cérebro está funcionando. Além disso, um neurologista pediátrico disse que já testemunhou casos de pessoas diagnosticadas com “morte cerebral” e que posteriormente se recuperaram.
Mediante essas alegações, uma petição online foi feita, com quase 90 mil assinantes, ao diretor executivo do hospital, pedindo para que as máquinas não fossem desligadas.
Depois disso, uma batalha judicial foi travada pela família para preservar a vida de Archie, para que ele tenha mais tempo de se recuperar.
Até o momento, o menino permanece em suporte de vida no Royal London Hospital e não recuperou a consciência. “Onde há vida, há esperança. Continuamos em oração para que Archie possa se recuperar”, disse Andrea Williams, que é chefe executiva do Christian Legal Center.
‘É sobre o amor de mãe’
“Esta é uma história sobre o amor de uma mãe. Ela foi submetida a um turbilhão de batalhas legais e atenção da mídia, tudo porque quer dar mais tempo ao seu amado filho”, Andrea disse.
“Mesmo que todo o sistema esteja contra essa mãe, vemos que ela permanece com sua equipe jurídica contra todas as probabilidades”, continuou.
“O hospital e os tribunais dizem que estão lutando pela ‘dignidade’ de Archie, o que significa que ele deve morrer rapidamente, da forma como querem especificar. Os pais não concordam que a morte planejada seja uma forma digna de morrer. Até mesmo o pedido dos pais para transferi-lo para um hospital psiquiátrico está sendo julgado como indigno”, ela observou.
“Mas a humanidade comum requer uma maneira diferente de fazer isso. Continuamos ao lado da família enquanto eles consideram suas próximas opções”, concluiu.
Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia
O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições