O Ministério do Interior da Tunísia relatou que na noite de terça-feira (09), um policial tunisiano abriu fogo em frente à sinagoga Ghriba, na ilha de Djerba, provocando a morte de dois guardas nacionais tunisianos e dois fiéis que participavam de uma peregrinação judaica.
Os dois peregrinos mortos são "um tunisiano de 30 anos" e "um francês de 42 anos", informou o comunicado oficial, sem detalhar as identidades das vítimas. Nesta quarta-feira, outro membro das forças de segurança não resistiu aos ferimentos, elevando para cinco o número de mortos.
Segundo o Ministério, o ataque ocorreu em duas fases. Primeiro, o gendarme responsável pelos disparos atingiu e matou um de seus colegas, apreendendo suas munições. Em seguida, dirigiu-se aos arredores da sinagoga e abriu fogo antes de ser baleado.
O Ministério acrescentou que um membro das forças de segurança encarregado de garantir a segurança do local e dois "visitantes" da sinagoga foram mortos a tiros pelo agressor, enquanto outras cinco pessoas ficaram feridas e foram levadas para um hospital.
Investigações em andamento
De acordo com relatos da mídia, os tiros foram ouvidos da sinagoga, o que causou pânico entre as centenas de fiéis que participavam da peregrinação judaica anual. Reforços policiais foram enviados para proteger os peregrinos, cercando a sinagoga.
“As investigações continuam para elucidar os motivos deste ataque covarde”, acrescentou o ministério, abstendo-se nesta fase de mencionar um ataque terrorista.
Após o ataque, a embaixada francesa em Túnis, capital do país africano, anunciou que havia aberto "uma unidade de crise" e um número de emergência.
Uma grande peregrinação
Os organizadores relataram que mais de 5.000 peregrinos judeus, principalmente estrangeiros, participaram da peregrinação à Ghriba este ano. A sinagoga é a mais antiga da África e a peregrinação foi retomada em 2022 após uma interrupção de dois anos devido à pandemia de Covid-19.
Sinagoga Ghriba é um dos pontos turísticos da Tunísia. (Captura de tela/Guide Voyage Tunisie)
A peregrinação de Ghriba ocorre todos os anos no 33º dia da Páscoa e é uma tradição importante para os tunisianos de fé judaica, que atualmente não ultrapassam 1.500, sendo a maioria estabelecida em Djerba. Antes da independência em 1956, havia cerca de 100.000 judeus na Tunísia.
Além dos peregrinos tunisianos, os fiéis que participam da peregrinação de Ghriba também vêm tradicionalmente de países europeus, dos Estados Unidos e de Israel. Seus números diminuíram drasticamente após o ataque suicida com caminhão-bomba na sinagoga em 2002, que matou 21 pessoas.
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