Autor de ataque na Áustria se radicalizou com conteúdo jihadista no TikTok

Ahmad G. teria se radicalizado sozinho, consumindo vídeos no TikTok, antes de decidir cometer o ataque com uma faca.

Fonte: Guiame, com informações da ReutersAtualizado: terça-feira, 18 de fevereiro de 2025 às 14:34
Policiais preservam a cena do crime, na cidade austríaca de Villach. (Captura de tela/YouTube/Global News)
Policiais preservam a cena do crime, na cidade austríaca de Villach. (Captura de tela/YouTube/Global News)

As autoridades austríacas informaram, na segunda-feira (17), que o refugiado sírio de 23 anos, que supostamente matou um adolescente de 14 anos e feriu outras cinco pessoas em um ataque a facadas no fim de semana na cidade de Villach, se radicalizou rapidamente ao utilizar o TikTok.

Identificado como Ahmad G., o suspeito possuía a bandeira do grupo extremista Estado Islâmico em seu apartamento, embora não tivesse despertado o interesse das autoridades austríacas anteriormente.

Este caso evidencia o desafio de prevenir os chamados ataques de lobo solitário, quando o agressor age isoladamente, sem qualquer apoio externo.

Sua radicalização online chama ainda mais atenção para plataformas de mídia social como o TikTok, que, ao oferecer aos usuários uma vasta quantidade de conteúdo sobre temas de interesse, pode, segundo alguns especialistas, acelerar a imersão nesses assuntos.

"Ele se radicalizou em três meses", disse à Reuters um porta-voz dos promotores da cidade vizinha de Klagenfurt, onde a investigação está sendo conduzida.

"Não através de nenhuma outra pessoa, nenhum contato pessoal, seja online ou presencial. Evidentemente, ele realmente apenas consumiu vídeos e decidiu cometer esse ato. Não houve nenhuma outra pessoa que tenha dito 'Faça isso!'", afirmou.

"Ele mesmo confirma e diz que assistiu aos vídeos e então decidiu que queria se juntar ao Estado Islâmico."

‘Combate ao extremismo’

Em uma postagem de 2022 em seu site, o TikTok afirmou estar comprometido em encontrar soluções e colaborar com a "sociedade civil no combate ao extremismo violento".

O ataque aconteceu poucos dias após um afegão de 24 anos ter atropelado uma multidão em Munique, na Alemanha, matando duas pessoas e ferindo várias outras.

A promotora-chefe de Munique, Gabriele Tilmann, afirmou que parecia haver uma motivação islâmica por trás do incidente.

A polícia informou que o suspeito de Villach usou uma faca para cometer o ataque e se gravou jurando lealdade ao Estado Islâmico, revelando que seu objetivo era ser morto a tiros pela polícia. No entanto, ele foi preso minutos depois, quando outro sírio o ajudou a detê-lo.

Uma foto do suspeito foi amplamente compartilhada. Ele aparece sentado na rua, aparentando sorrindo enquanto uma policial o observava momentos após o ataque.

Acredita-se que o suspeito tenha chegado à Áustria em 2019, afirmou o porta-voz do Ministério Público, e que ele pretendia viajar para a Alemanha com uma identidade falsa, para evitar ser rejeitado pelas autoridades alemãs como requerente de asilo, já que havia permanecido em um terceiro país seguro, a Áustria.

Um porta-voz do Ministério do Interior da Áustria informou que o suspeito passou quatro dias preso na Alemanha em maio do ano passado por não conseguir pagar uma multa por falsificação de um documento, mas não especificou qual tipo de documento era.

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