Billy Graham registrou encontros com a rainha Elizabeth II: “Muito interessada na Bíblia”

A monarca, que morreu em 8 de setembro aos 96 anos, se reuniu com o evangelista Billy Graham em diversas ocasiões.

Fonte: Guiame, com informações da Associação Evangelística Billy GrahamAtualizado: segunda-feira, 12 de setembro de 2022 às 13:11
Billy Graham com a rainha Elizabeth II em 1989. (Foto: Associação Evangelística Billy Graham)
Billy Graham com a rainha Elizabeth II em 1989. (Foto: Associação Evangelística Billy Graham)

A rainha Elizabeth II, que morreu no último dia 8 de setembro, aos 96 anos, em seu castelo em Balmoral, na Escócia, nutria amizade e respeito por Billy Graham há longos anos. Os encontros de fé entre ambos foram registrados no livro de memórias do evangelista, intitulado “Just As I Am” (Assim como eu sou, em tradução livre).

Em diversas oportunidades, Graham e sua esposa Ruth visitaram a família real em Londres, onde a Associação Evangelística Billy Graham tem uma sólida história ministerial.

“Ninguém na Grã-Bretanha foi mais cordial conosco do que Sua Majestade a Rainha Elizabeth II”, escreveu Billy Graham em sua autobiografia. “Quase todas as ocasiões em que estive com ela foram em um ambiente acolhedor e informal, como um almoço ou jantar, sozinho ou com alguns membros da família ou outros amigos íntimos.”

Em 1984, a rainha Elizabeth II, o príncipe Philip e a rainha-mãe receberam Billy e Ruth Graham em Sandringham, uma de suas residências reais. (Foto: Associação Evangelística Billy Graham)

Falecido em 21 de fevereiro de 2018, Billy Graham registrou algumas de suas memórias sobre a rainha em sua autobiografia.

O evangelista americano contou que a posição oficial da monarca a impediu de endossar abertamente reuniões da Cruzada. “Mas ao nos receber e me fazer pregar em várias ocasiões para a família real em Windsor e Sandringham, ela se esforçou para apoiar silenciosamente nossa missão”, revelou.

Interessada na Bíblia

Graham relatou que certa vez, “ao visitar a família real em Sandringham, em 1984, Ruth e eu passamos por uma mulher vestindo uma velha capa de chuva, botas de borracha e um cachecol; ela estava inclinada para preparar comida para os cachorros. A princípio pensamos que ela era uma das governantas, mas quando ela se endireitou, vimos que era a Rainha!”.

Graham registrou que sempre achou a rainha muito interessada na Bíblia e em sua mensagem. “Depois de pregar em Windsor em um domingo, eu estava sentado ao lado da rainha no almoço. Eu disse a ela que estava indeciso até o último minuto sobre minha escolha de sermão e quase preguei sobre a cura do homem aleijado em João 5”, escreveu.

O pastor disse que os olhos de Elizabeth II brilharam e demonstrou grande entusiasmo, como fazia de vez em quando. “Eu gostaria que você pregasse!”, ela exclamou. “Essa é minha história favorita.”

A fé de uma mãe

Para Billy Graham, havia uma razão para o interesse espiritual da rainha pela Palavra de Deus, que foi “a fé calorosa de sua mãe, Sua Majestade a Rainha Elizabeth, a Rainha Mãe.”

“A primeira vez que estivemos com ela foi na Clarence House, sua residência em Londres. Ela convidou Ruth e eu para um café e, quando chegamos, ela nos cumprimentou calorosamente e nos apresentou à princesa Margaret. Ficamos lá cerca de uma hora e, em cinco minutos, nos sentimos relaxados porque ambos foram muito gentis”, lembrou Graham.

Ele disse ainda que rainha-mãe o havia impressionado com sua sensibilidade. “Lembro-me de como fiquei nervoso na primeira vez que preguei em Windsor, e depois fomos ao alojamento da rainha-mãe para uma pequena recepção. Eu estava conversando com ela e a princesa Margaret quando nos ofereceram bebidas. A rainha-mãe me viu hesitar um pouco e imediatamente disse: ‘Acho que vou tomar suco de tomate’. Eu disse que queria o mesmo. Acredito que ela percebeu que eu provavelmente não tomaria nenhuma bebida alcoólica e agiu instantaneamente para evitar qualquer desconforto de minha parte.”

“Mas, mais do que tudo, a rainha-mãe sempre me impressionou com sua fé tranquila, mas firme”, escreveu. “A última vez que preguei em Windsor, quando entrei, a vi sentada à minha direita, com outros membros da família real. Ela deliberadamente chamou minha atenção e gesticulou levemente para que eu soubesse que ela estava me apoiando e orando por mim.”

Condolências

Frank Graham também relembra fatos protagonizados pela rainha que o marcaram, especialmente no falecimento de seu pai:

“Quando meu pai, Billy Graham, faleceu há quatro anos, tive a honra de receber uma carta de condolências de Sua Majestade a Rainha Elizabeth II. Apreciei a amizade entre a rainha e meu pai porque foi construída sobre um amor compartilhado por Jesus Cristo e a crença na Palavra de Deus.”

Ele afirma que a rainha nunca foi tímida ao compartilhar sua fé cristã. Ela disse uma vez: “Sei o quanto confio em minha fé para me guiar nos bons e nos maus momentos”.

Segundo o Pr. Frank, “a rainha e meu pai estavam ambos comprometidos com Cristo, mas viviam a milhares de quilômetros um do outro. Parecia improvável que o menino da fazenda da Carolina do Norte conhecesse Sua Majestade, mas quando Deus os reuniu, uma amizade única foi formada”.

Em 1955, Ruth e Billy Graham estavam em Glasgow para uma Cruzada de seis semanas, e a BBC transmitiu a mensagem de Sexta-Feira Santa do evangelista para todo o país. A rainha Elizabeth II e o príncipe Philip estavam entre os milhões que sintonizaram para ouvir Billy Graham compartilhar o Evangelho de Jesus Cristo.

“Pouco depois dessa transmissão, meu pai recebeu uma nota especial do Palácio de Buckingham convidando-o a pregar no Castelo de Windsor. Assim, em 22 de maio de 1955, meu pai fez um sermão para a rainha e o duque de Edimburgo na capela da Royal Lodge. Depois, meus pais se juntaram a Sua Majestade e ao Duque de Edimburgo para o almoço”, contou Frank.

Ronald e Nancy Reagan convidaram Billy Graham para se encontrar com a rainha Elizabeth em 1983. (Foto: Associação Evangelística Billy Graham)

“Esta foi a primeira vez que meus pais conheceram a rainha, mas certamente não foi a última. A rainha Elizabeth era uma mulher de fé sincera e encontrou um amigo inabalável em meu pai, o evangelista. Eles se encontraram pelo menos uma dúzia de vezes nas três décadas seguintes no Reino Unido, na Casa Branca e na Califórnia”, revelou.

Este conteúdo foi útil para você?

Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia

Siga-nos

Mais do Guiame

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições